Repleto de materiais naturais, texturas e artesanato, esse tipo de decoração traz liberdade, conforto e personalidade aos espaços O estilo boho, abreviação de bohemian (ou boêmio, em português), é uma filosofia de vida que se reflete no lar e na moda. Suas raízes remontam ao século 19, com os movimentos artísticos e intelectuais da belle époque, em Paris, na França.
“Os ciganos e nômades que chegavam do norte da França para viver em Paris eram tachados de ‘boêmios’. Os franceses acreditavam que eles vinham da Boêmia, uma região da atual República Tcheca, e os associavam a uma vida livre e desregrada”, conta a arquiteta Josefina Alvite.
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Artistas, escritores, músicos e intelectuais da época, cansados das convenções sociais, adotaram este estilo de vida não-conformista, inspirados nos peregrinos que chegavam à capital francesa.
A cama desenhada pela arquiteta, com execução da Campanatti Marcenaria, tem colchão auxiliar embutido, que permite receber amiguinhas para dormir. Os papéis de parede, fornecidos pela Guilha, alternam-se entre o tema floresta, com folhagens e animais, e estampa de onça rosada, formando uma transição delicada com a cabeceira rosa já existente. Na bancada de trabalho, as cadeiras de bambu, da Lili Decor, imprimem um toque de boho ao décor. Tapete da Mini Belle. Projeto da arquiteta Amanda Miranda
Juliano Colodeti/MCA Estúdio/Divulgação
“Com o tempo, essa cultura boêmia se espalhou, influenciada por elementos de diversas partes do mundo. Nas décadas de 1960 e 1970, o movimento hippie abraçou muitos desses ideais, consolidando a estética boho que conhecemos hoje, com seu foco na natureza, na paz e na individualidade”, aponta a arquiteta Thaysi dos Santos, do escritório Onno Arq.
Por volta dos anos 2000, segundo a arquiteta Amanda Miranda, o estilo evoluiu para o termo boho chic, com toques um pouco mais sofisticados. “Atualmente, a tendência ressurge forte como uma valorização do passado e a busca por um estilo de vida menos acelerado”, destaca, ainda, a arquiteta Mari Milani.
Elementos, cores e materiais característicos do boho
A construção antiga foi feita de tijolos. Este elemento foi aproveitado em alguns locais, como no estar, evocando o estilo industrial. Projeto do escritório Mestisso Arquitetura e Interiores, das arquitetas Carolina Razuk e Merê Esteves
Monica Assan/Divulgação
O estilo boho propõe uma decoração despretensiosa e descontraída, conectada com a natureza, e que mistura elementos de diversas vertentes, como vintage, étnico, hippie, oriental, rústico e romântico. “É para quem gosta de uma casa com alma, espontaneidade e personalidade, com liberdade de expressão, onde nem tudo tem que estar combinando cem por cento”, indica Amanda.
Sua base são ambientes aconchegantes e solares, com peças de acabamento mais natural, detalhes retrô e muitos trabalhos manuais. “É a arte de misturar o novo e o antigo, o rústico e o elegante, o étnico e o natural, criando um espaço que conta histórias e convida ao relaxamento”, detalha Josefina.
Integrado à área externa, com jardim e piscina existentes, o ambiente ganhou novo mobiliário, como a poltrona branca Guaruçá, da Lider Interiores, composta com a mesa auxiliar Tronco, na Boobam. O banco maior, Civil Bench, de madeira maciça e palha indiana, é da Casa Ática. À frente do sofá, banco da Ilha do Ferro. Na área externa, par de poltronas Berna, na Vimoso. Projeto do escritório TODOS Arquitetura
Maura Mello/Divulgação
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Segundo as profissionais, a rica mistura de texturas, cores e objetos é o que dá vida ao boho. Veja o que destacar para alcançar o estilo em casa:
Plantas: a vegetação ajuda a trazer vida e frescor. Folhagens grandes, samambaias, jiboias, costelas-de-adão, Ficus lyrata, Ficus elastica e ravenalas podem ser dispostas em vasos de cerâmica, macramê ou cestos de vime;
Texturas: a mistura de diferentes texturas é fundamental. “Pense em tapetes de fibra natural, como algodão ou sisal, além dos persa ou kilim, e também em almofadas de crochê, mantas de tricô, tecidos de linho e algodão”, dizThaysi;
Arte e artesanato: peças únicas feitas à mão, como macramês e bordados, itens com estampas étnicas, tapeçarias de parede, cerâmicas e esculturas conferem um toque autêntico;
A marcenaria do painel da parede segue a proposta dos demais ambientes, com execução da Real Móveis. Mesas de cabeceira e banco da Quartos Etc. Arandelas da FAS Iluminação. Papel de parede da Casa Imuy. Roupa de cama e almofadas fornecidas pela Linea Home. Tapete da Botteh. Poltronas de rattan da Biasá. Produção de Newton Lima e Rafael Castro. Projeto do escritório Newton Lima Interiores, comandado pelo designer de interiores Newton Lima, em parceria com arquiteto Pedro Filho
Rômulo Fialdini/Divulgação
Móveis vintage e de madeira: peças garimpadas em brechós ou antiquários, móveis de madeira rústica ou com acabamento natural, e itens de bambu ou vime são escolhas ideais. “Essa mistura traz riqueza visual e memória afetiva, além de sustentabilidade”, afirma Josefina;
Iluminação aconchegante: luminárias com cúpulas de palha, abajures com luz amarelada e cordões de luz criam um ambiente intimista e acolhedor. As velas também costumam ser muito usadas na decoração boho;
Desfrute sensorial: a parte sensorial é muito importante no estilo boho. Invista em fragrâncias com incensos, velas aromatizadas e difusores;
Cores: a paleta de cores no estilo boho é variada, mas algumas são mais usadas, segundo a atmosfera pretendida:
Neutros: branco, bege, areia e cinza-claro trazem um ar mais atual e boho chic;
Tons terrosos: marrom, terracota, verde e ocre são para quem busca mais conexão com a natureza;
Cores vibrantes: azul-turquesa, rosa, verde-musgo, mostarda, preto, roxo e tons avermelhados podem ser usados em almofadas, tapetes ou objetos decorativos para adicionar pontos de cor.
“Como elemento disruptivo, estampas mais vibrantes podem ser usadas sobre uma base neutra para proporcionar personalidade ao espaço”, fala Mari.
O painel no estilo lambri se mescla a peças de madeira e de valor afetivo para o casal, como os quadros de cocares indígenas desenhados com lápis de cor acima do sofá e a escultura “Nuvem com Balanço”, da designer Nara Ota fixada na parede da estante. Carrinho-bar Moon. Projeto da arquiteta Manoela Fleck
Raiana Medina/Divulgação
Materiais: os materiais naturais são a base do boho, aparecendo sempre com um toque artesanal. Os mais usados são:
madeira, bambu, vime, rattan, palha, algodão, linho, lã e couro;
Metais envelhecidos, como cobre e latão em detalhes ou objetos;
Cerâmica e argila em vasos, potes e objetos decorativos.
O mix de materiais naturais garante um ar boho ao apartamento. Tapetes da Tenda dos Tapetes e da Galeria Hathi. Produção visual de Pualani di Giorgio. Projeto das arquitetas Carolina Lerner, Gabriella Alves e Sabina Kalaoun, do Studio Lak
André Nazareth/Divulgação
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Como ter uma casa com estilo boho sem gastar muito
Conforme Mari, investir em mobiliários antigos, que já pertencem à família, é uma maneira de não gastar muito. “Caso necessário, essas peças podem passar por um processo de revitalização e restauração, pintura, envelopamento ou qualquer outro que possa solucionar o que ficou desgastado com o tempo”, indica.
Outro ponto interessante do estilo boho, ela diz, é o minimalismo. “Por isso, investir em elementos que sejam funcionais e cumpram com a função de organizar e decorar já vale mais do que adicionar elementos maximalistas”, detalha.
Com clima boho, o ambiente ganhou papel de parede Urucum, da Stickdecor, e a Cabeceira Flor, da Casa Cahaya, feita de fibra natural. Sapateira-banco da Tok&Stok faz as vezes de mesa de cabeceira. Luminária “Praia” (listrada) e espelho vintage, ambos de Mauricio Arruda Casa. Roupa de cama da Casa Almeida. Projeto do escritório TODOS Arquitetura
Maura Mello/Divulgação
Para Josefina e Thaysi, para adotar o estilo boho sem estourar o orçamento, o segredo é a criatividade e o faça você mesmo. Elas dão algumas dicas:
Garimpe e reutilize: visite brechós, feiras de antiguidades e mercados de pulgas. Uma cômoda antiga pode ganhar uma nova vida com uma pintura ou lixamento. Paletes podem virar sofás ou mesas de centro;
Mão na massa: aprenda técnicas simples como macramê para fazer suportes de plantas ou painéis de parede. Faça suas próprias pinturas artísticas, efeitos rústicos ou cole pôsteres com frases e fotos inspiradoras;
Priorize as plantas: elas são relativamente baratas e transformam qualquer ambiente. Peça mudas para amigos ou compre em floriculturas locais;
O canto íntimo da família tem uma divisória que permite a passagem da luz. Piso de madeira da Clover Madeiras. Automação da Hard Video. Projeto das arquitetas Carolina Lerner, Gabriella Alves e Sabina Kalaoun, do Studio Lak
André Nazareth/Divulgação
Troca e doação: converse com amigos e familiares. Aquela manta antiga ou aquele vaso que não é mais usado por alguém pode ser ótimo para a sua decoração boho;
Tecidos com preço bom: procure por retalhos de tecidos étnicos em lojas especializadas ou crie suas próprias capas de almofada com panos simples, mas com textura;
Iluminação simples: cordões de luz de Natal ou pisca-piscas podem criar um ambiente aconchegante por um baixo custo.
Uma estante de madeira de reflorestamento, desenvolvida pela Muskinha, faz as vezes de casinha de bonecas e recebeu o nome de “Pitucas”. Projeto da arquiteta Gabriela Marques, do escritório Gabi Work
Mariana Lima/Divulgação
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Quando adotar o boho na decoração?
O boho é uma ótima opção para casas de campo, de praia ou até para apartamentos que buscam por um ambiente mais acolhedor, com história e personalidade, segundo Amanda. “É ideal para os que anseiam por um lar com mais liberdade criativa”, comenta.
Na avaliação de Mari, a estética é a escolha certa para aqueles que têm um apreço por móveis que ultrapassam de gerações e apreciam trabalhos manuais.
O quarto do filho tem paleta neutra e elementos lúdicos. Pufe da loja Coisas da Doris. Luminária pendente da MF Iluminações. Projeto do escritório Mestisso Arquitetura e Interiores, das arquitetas Carolina Razuk e Merê Esteves
Monica Assan/Divulgação
Thaysi destaca a versatilidade do boho como um trunfo em diversas situações decorativas. Ele figura como uma opção para quem busca um lar que convida ao relaxamento e bem-estar, assim como para aqueles que desejam maior conexão com a natureza e valorizam materiais orgânicos.
“O boho é um terreno fértil para expressar a individualidade e contar histórias por meio da decoração. Salas de estar, cozinhas, quartos e varandas são cômodos que se adaptam bem à atmosfera leve e informal deste estilo”, ensina.
A área social integrada garantiu amplitude e boa circulação. Sofá da Tok&Stok. Almofada da Tudo de Boho. Tapete da Unlimited. Mesa de jantar da AbraCasa. Iluminação da LampLuz e Balai. Projeto da arquitets Thaysi dos Santos, do escritório Onno Arq, e da arquiteta Josefina Alvite
Fabio Severo Junior/Divulgação
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Vantagens do estilo boho na decoração
Na avaliação de Amanda, a vantagem deste estilo é que ele permite uma grande liberdade de expressão e uma mistura de elementos que acabam por evidenciar a identidade do morador. “Isso torna o ambiente mais autêntico, afetivo e confortável, permitindo a criação de um refúgio”, argumenta.
O quarto das irmãs ganhou um toque boho com a rede no meio do ambiente e também acomoda até um canto de leitura em uma quina da parede. Projeto da arquiteta Mari Milani
Erika Urbino/Divulgação
Além disso, espaços com estilo boho costumam ser bastante convidativos, trazendo aconchego e relaxamento, principalmente devido às cores de baixa saturação e o uso dos materiais naturais. “Além disso, a reutilização de mobiliários e elementos decorativos é muito importante para a sustentabilidade, assim como a valorização do trabalho manual e artesanal”, lembra Mari.
Josefina lembra a conexão com a natureza proporcionada pelo boho. “A abundante presença de plantas e materiais naturais promove uma sensação de bem-estar e contato com o exterior. Já a atmosfera descontraída e cheia de vida do boho eleva o astral do ambiente”, apontam.
“Os ciganos e nômades que chegavam do norte da França para viver em Paris eram tachados de ‘boêmios’. Os franceses acreditavam que eles vinham da Boêmia, uma região da atual República Tcheca, e os associavam a uma vida livre e desregrada”, conta a arquiteta Josefina Alvite.
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Artistas, escritores, músicos e intelectuais da época, cansados das convenções sociais, adotaram este estilo de vida não-conformista, inspirados nos peregrinos que chegavam à capital francesa.
A cama desenhada pela arquiteta, com execução da Campanatti Marcenaria, tem colchão auxiliar embutido, que permite receber amiguinhas para dormir. Os papéis de parede, fornecidos pela Guilha, alternam-se entre o tema floresta, com folhagens e animais, e estampa de onça rosada, formando uma transição delicada com a cabeceira rosa já existente. Na bancada de trabalho, as cadeiras de bambu, da Lili Decor, imprimem um toque de boho ao décor. Tapete da Mini Belle. Projeto da arquiteta Amanda Miranda
Juliano Colodeti/MCA Estúdio/Divulgação
“Com o tempo, essa cultura boêmia se espalhou, influenciada por elementos de diversas partes do mundo. Nas décadas de 1960 e 1970, o movimento hippie abraçou muitos desses ideais, consolidando a estética boho que conhecemos hoje, com seu foco na natureza, na paz e na individualidade”, aponta a arquiteta Thaysi dos Santos, do escritório Onno Arq.
Por volta dos anos 2000, segundo a arquiteta Amanda Miranda, o estilo evoluiu para o termo boho chic, com toques um pouco mais sofisticados. “Atualmente, a tendência ressurge forte como uma valorização do passado e a busca por um estilo de vida menos acelerado”, destaca, ainda, a arquiteta Mari Milani.
Elementos, cores e materiais característicos do boho
A construção antiga foi feita de tijolos. Este elemento foi aproveitado em alguns locais, como no estar, evocando o estilo industrial. Projeto do escritório Mestisso Arquitetura e Interiores, das arquitetas Carolina Razuk e Merê Esteves
Monica Assan/Divulgação
O estilo boho propõe uma decoração despretensiosa e descontraída, conectada com a natureza, e que mistura elementos de diversas vertentes, como vintage, étnico, hippie, oriental, rústico e romântico. “É para quem gosta de uma casa com alma, espontaneidade e personalidade, com liberdade de expressão, onde nem tudo tem que estar combinando cem por cento”, indica Amanda.
Sua base são ambientes aconchegantes e solares, com peças de acabamento mais natural, detalhes retrô e muitos trabalhos manuais. “É a arte de misturar o novo e o antigo, o rústico e o elegante, o étnico e o natural, criando um espaço que conta histórias e convida ao relaxamento”, detalha Josefina.
Integrado à área externa, com jardim e piscina existentes, o ambiente ganhou novo mobiliário, como a poltrona branca Guaruçá, da Lider Interiores, composta com a mesa auxiliar Tronco, na Boobam. O banco maior, Civil Bench, de madeira maciça e palha indiana, é da Casa Ática. À frente do sofá, banco da Ilha do Ferro. Na área externa, par de poltronas Berna, na Vimoso. Projeto do escritório TODOS Arquitetura
Maura Mello/Divulgação
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Segundo as profissionais, a rica mistura de texturas, cores e objetos é o que dá vida ao boho. Veja o que destacar para alcançar o estilo em casa:
Plantas: a vegetação ajuda a trazer vida e frescor. Folhagens grandes, samambaias, jiboias, costelas-de-adão, Ficus lyrata, Ficus elastica e ravenalas podem ser dispostas em vasos de cerâmica, macramê ou cestos de vime;
Texturas: a mistura de diferentes texturas é fundamental. “Pense em tapetes de fibra natural, como algodão ou sisal, além dos persa ou kilim, e também em almofadas de crochê, mantas de tricô, tecidos de linho e algodão”, dizThaysi;
Arte e artesanato: peças únicas feitas à mão, como macramês e bordados, itens com estampas étnicas, tapeçarias de parede, cerâmicas e esculturas conferem um toque autêntico;
A marcenaria do painel da parede segue a proposta dos demais ambientes, com execução da Real Móveis. Mesas de cabeceira e banco da Quartos Etc. Arandelas da FAS Iluminação. Papel de parede da Casa Imuy. Roupa de cama e almofadas fornecidas pela Linea Home. Tapete da Botteh. Poltronas de rattan da Biasá. Produção de Newton Lima e Rafael Castro. Projeto do escritório Newton Lima Interiores, comandado pelo designer de interiores Newton Lima, em parceria com arquiteto Pedro Filho
Rômulo Fialdini/Divulgação
Móveis vintage e de madeira: peças garimpadas em brechós ou antiquários, móveis de madeira rústica ou com acabamento natural, e itens de bambu ou vime são escolhas ideais. “Essa mistura traz riqueza visual e memória afetiva, além de sustentabilidade”, afirma Josefina;
Iluminação aconchegante: luminárias com cúpulas de palha, abajures com luz amarelada e cordões de luz criam um ambiente intimista e acolhedor. As velas também costumam ser muito usadas na decoração boho;
Desfrute sensorial: a parte sensorial é muito importante no estilo boho. Invista em fragrâncias com incensos, velas aromatizadas e difusores;
Cores: a paleta de cores no estilo boho é variada, mas algumas são mais usadas, segundo a atmosfera pretendida:
Neutros: branco, bege, areia e cinza-claro trazem um ar mais atual e boho chic;
Tons terrosos: marrom, terracota, verde e ocre são para quem busca mais conexão com a natureza;
Cores vibrantes: azul-turquesa, rosa, verde-musgo, mostarda, preto, roxo e tons avermelhados podem ser usados em almofadas, tapetes ou objetos decorativos para adicionar pontos de cor.
“Como elemento disruptivo, estampas mais vibrantes podem ser usadas sobre uma base neutra para proporcionar personalidade ao espaço”, fala Mari.
O painel no estilo lambri se mescla a peças de madeira e de valor afetivo para o casal, como os quadros de cocares indígenas desenhados com lápis de cor acima do sofá e a escultura “Nuvem com Balanço”, da designer Nara Ota fixada na parede da estante. Carrinho-bar Moon. Projeto da arquiteta Manoela Fleck
Raiana Medina/Divulgação
Materiais: os materiais naturais são a base do boho, aparecendo sempre com um toque artesanal. Os mais usados são:
madeira, bambu, vime, rattan, palha, algodão, linho, lã e couro;
Metais envelhecidos, como cobre e latão em detalhes ou objetos;
Cerâmica e argila em vasos, potes e objetos decorativos.
O mix de materiais naturais garante um ar boho ao apartamento. Tapetes da Tenda dos Tapetes e da Galeria Hathi. Produção visual de Pualani di Giorgio. Projeto das arquitetas Carolina Lerner, Gabriella Alves e Sabina Kalaoun, do Studio Lak
André Nazareth/Divulgação
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Como ter uma casa com estilo boho sem gastar muito
Conforme Mari, investir em mobiliários antigos, que já pertencem à família, é uma maneira de não gastar muito. “Caso necessário, essas peças podem passar por um processo de revitalização e restauração, pintura, envelopamento ou qualquer outro que possa solucionar o que ficou desgastado com o tempo”, indica.
Outro ponto interessante do estilo boho, ela diz, é o minimalismo. “Por isso, investir em elementos que sejam funcionais e cumpram com a função de organizar e decorar já vale mais do que adicionar elementos maximalistas”, detalha.
Com clima boho, o ambiente ganhou papel de parede Urucum, da Stickdecor, e a Cabeceira Flor, da Casa Cahaya, feita de fibra natural. Sapateira-banco da Tok&Stok faz as vezes de mesa de cabeceira. Luminária “Praia” (listrada) e espelho vintage, ambos de Mauricio Arruda Casa. Roupa de cama da Casa Almeida. Projeto do escritório TODOS Arquitetura
Maura Mello/Divulgação
Para Josefina e Thaysi, para adotar o estilo boho sem estourar o orçamento, o segredo é a criatividade e o faça você mesmo. Elas dão algumas dicas:
Garimpe e reutilize: visite brechós, feiras de antiguidades e mercados de pulgas. Uma cômoda antiga pode ganhar uma nova vida com uma pintura ou lixamento. Paletes podem virar sofás ou mesas de centro;
Mão na massa: aprenda técnicas simples como macramê para fazer suportes de plantas ou painéis de parede. Faça suas próprias pinturas artísticas, efeitos rústicos ou cole pôsteres com frases e fotos inspiradoras;
Priorize as plantas: elas são relativamente baratas e transformam qualquer ambiente. Peça mudas para amigos ou compre em floriculturas locais;
O canto íntimo da família tem uma divisória que permite a passagem da luz. Piso de madeira da Clover Madeiras. Automação da Hard Video. Projeto das arquitetas Carolina Lerner, Gabriella Alves e Sabina Kalaoun, do Studio Lak
André Nazareth/Divulgação
Troca e doação: converse com amigos e familiares. Aquela manta antiga ou aquele vaso que não é mais usado por alguém pode ser ótimo para a sua decoração boho;
Tecidos com preço bom: procure por retalhos de tecidos étnicos em lojas especializadas ou crie suas próprias capas de almofada com panos simples, mas com textura;
Iluminação simples: cordões de luz de Natal ou pisca-piscas podem criar um ambiente aconchegante por um baixo custo.
Uma estante de madeira de reflorestamento, desenvolvida pela Muskinha, faz as vezes de casinha de bonecas e recebeu o nome de “Pitucas”. Projeto da arquiteta Gabriela Marques, do escritório Gabi Work
Mariana Lima/Divulgação
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Quando adotar o boho na decoração?
O boho é uma ótima opção para casas de campo, de praia ou até para apartamentos que buscam por um ambiente mais acolhedor, com história e personalidade, segundo Amanda. “É ideal para os que anseiam por um lar com mais liberdade criativa”, comenta.
Na avaliação de Mari, a estética é a escolha certa para aqueles que têm um apreço por móveis que ultrapassam de gerações e apreciam trabalhos manuais.
O quarto do filho tem paleta neutra e elementos lúdicos. Pufe da loja Coisas da Doris. Luminária pendente da MF Iluminações. Projeto do escritório Mestisso Arquitetura e Interiores, das arquitetas Carolina Razuk e Merê Esteves
Monica Assan/Divulgação
Thaysi destaca a versatilidade do boho como um trunfo em diversas situações decorativas. Ele figura como uma opção para quem busca um lar que convida ao relaxamento e bem-estar, assim como para aqueles que desejam maior conexão com a natureza e valorizam materiais orgânicos.
“O boho é um terreno fértil para expressar a individualidade e contar histórias por meio da decoração. Salas de estar, cozinhas, quartos e varandas são cômodos que se adaptam bem à atmosfera leve e informal deste estilo”, ensina.
A área social integrada garantiu amplitude e boa circulação. Sofá da Tok&Stok. Almofada da Tudo de Boho. Tapete da Unlimited. Mesa de jantar da AbraCasa. Iluminação da LampLuz e Balai. Projeto da arquitets Thaysi dos Santos, do escritório Onno Arq, e da arquiteta Josefina Alvite
Fabio Severo Junior/Divulgação
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Na avaliação de Amanda, a vantagem deste estilo é que ele permite uma grande liberdade de expressão e uma mistura de elementos que acabam por evidenciar a identidade do morador. “Isso torna o ambiente mais autêntico, afetivo e confortável, permitindo a criação de um refúgio”, argumenta.
O quarto das irmãs ganhou um toque boho com a rede no meio do ambiente e também acomoda até um canto de leitura em uma quina da parede. Projeto da arquiteta Mari Milani
Erika Urbino/Divulgação
Além disso, espaços com estilo boho costumam ser bastante convidativos, trazendo aconchego e relaxamento, principalmente devido às cores de baixa saturação e o uso dos materiais naturais. “Além disso, a reutilização de mobiliários e elementos decorativos é muito importante para a sustentabilidade, assim como a valorização do trabalho manual e artesanal”, lembra Mari.
Josefina lembra a conexão com a natureza proporcionada pelo boho. “A abundante presença de plantas e materiais naturais promove uma sensação de bem-estar e contato com o exterior. Já a atmosfera descontraída e cheia de vida do boho eleva o astral do ambiente”, apontam.