Planejar uma viagem é empolgante, mas, na prática, pode ser um pouco caótico. Entre abas abertas, recomendações desconexas e blogs de viagem com informações conflitantes, o cansaço das decisões costuma chegar muito antes do voo decolar. Agora, existe uma nova forma de planejar. O ChatGPT, o assistente com inteligência artificial que discretamente entrou na vida digital, está se tornando uma ferramenta indispensável para viajantes que querem planejar mais com menos esforço, graças ao lançamento de seu novo recurso de “agente de viagens”. Além de reunir informações da web em alta velocidade, ele também pode reservar voos ou hospedagens em seu nome.
Usada de forma eficiente, a IA pode ajudar a planejar seu roteiro desde o início: onde ir, quando ir, o que fazer e em que ordem fazer, além de indicar o que você não pode perder. O segredo é saber perguntar. A seguir, um passo a passo para planejar uma viagem com o ChatGPT, usando dicas testadas e comprovadas para obter as informações corretas.
Leia Mais
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Comece definindo o formato da viagem
Antes de mergulhar nas reservas de hotel ou escolher onde jantar, estabeleça a estrutura. Para onde você vai, por quanto tempo e que tipo de experiência deseja? O ChatGPT funciona melhor quando recebe um prompt com prioridades e restrições, como tom, interesses, ritmo e época do ano.
Experimente prompts como estes:
“Planeje uma viagem de 12 dias pelo Japão com mistura de estadias na cidade, no campo e hospedagens focadas em design”
“Sugira um roteiro de duas semanas pela Europa em maio para alguém que prefere trens a aviões, gosta mais de cidades pequenas do que capitais e quer equilibrar gastronomia e natureza.”
Por que funciona: esses prompts dão contexto suficiente para o ChatGPT criar um roteiro com fluxo lógico, tempos de deslocamento realistas, lógica regional e coesão temática. Depois, você pode ajustar ou refazer a estrutura.
Refine com interesses pessoais
Uma vez que o esqueleto esteja pronto, você pode adaptá-lo ao seu estilo. Talvez a primeira versão seja muito corrida. Ou privilegie demais as grandes cidades. É aqui que você recalibra.
Exemplos de prompts:
“Edite este roteiro para reduzir check-ins e passar menos tempo na estrada.”
“Substitua grandes centros por destinos próximos, menos conhecidos e mais fáceis de explorar.”
“Dê mais foco à gastronomia e caminhadas costeiras na segunda metade da viagem.”
Por que funciona: diferente de guias prontos, o ChatGPT se adapta. Quanto mais específico e conversacional o pedido, mais personalizado será o resultado. Você pode continuar ajustando até que se sinta confortável.
Aprofunde nos detalhes logísticos
O ChatGPT funciona melhor quando recebe um prompt com prioridades e restrições
Timur Weber/Pexels
Com a estrutura definida, peça para resolver questões práticas: tempo de deslocamento, melhor maneira de ir de uma cidade para outra, ou o aeroporto mais conveniente.
Exemplos de prompts:
“Compare opções de transporte de Nápoles a Palermo – avião, trem ou balsa – incluindo tempo de viagem e prós e contras”
“Se eu estiver viajando de Genebra para Lyon com equipamento de esqui, qual a melhor opção sem trocas de transporte?”
“Sugira aeroportos regionais próximos a Bolonha com boas conexões para Londres.”
Por que funciona: aqui o ChatGPT combina o conhecimento de um amigo viajado com o senso prático de um morador local. Embora não tenha acesso a horários em tempo real, entende lógica de rotas, custos e conforto. Você ainda vai precisar conferir os horários, mas isso reduz significativamente o tempo de pesquisa.
Trate-o como um concierge local
Com o panorama pronto, faça as perguntas que normalmente guardaria para um concierge ou amigo local antenado.
Faça perguntas como:
“Onde comer em Istambul, perto de Gálata, que não seja turístico, sirva comida tradicional e fique aberto até tarde?”
“Sugira três lugares para tomar café e observar o movimento em Buenos Aires num domingo de manhã.”
“Vou passar 24 horas em Seul e quero mercados, comida de rua e design. O que fazer?”
Por que funciona: esses prompts combinam suas preferências com contexto local, gerando respostas mais precisas que uma busca genérica no Google.
Monte cada dia com intenção
Com o destino e a duração definidos, o ChatGPT pode criar dias bem equilibrados. Isso é útil em cidades onde o planejamento envolve não só o que fazer, mas como organizar as atividades.
Exemplos de prompts:
“Crie um roteiro de 3 dias na Itália com manhãs dedicadas a museus, tardes ao ar livre e um jantar por dia com vista.”
“Vou chegar na Cidade do Cabo às 9h. Planeje um primeiro dia leve, com caminhada curta, boa comida e vista para o pôr do sol.”
Por que funciona: a plataforma organiza o dia considerando jet lag, horários de funcionamento, distâncias e energia, de forma surpreendentemente intuitiva.
Adicione camadas: clima, sazonalidade e ritmo local
Os relatos de viajantes que caminharam pelas ruas, notaram o ritmo de um lugar ou ajustaram planos por impulso contêm um tipo de insight que a IA não consegue simular
Tom Christensen/Pexels
Depois que o roteiro estiver pronto, peça para considerar fatores menos visíveis, como feriados, clima ou fechamentos sazonais.
Exemplos de prompts:
“Algum feriado público afeta este roteiro de duas semanas no Vietnã no início de maio?”
“Como costuma estar o clima em Omã em setembro? Vale a pena manter o dia de praia?”
“Ajuste este plano para considerar dias mais curtos em dezembro.”
Por que funciona: mesmo sem acesso a previsões ao vivo, a IA consegue sugerir ajustes com base em padrões e contexto. É uma maneira rápida de testar seu itinerário em relação à realidade do ambiente.
Conheça os limites e use-os a seu favor
O ChatGPT não acessa bancos de dados em tempo real. Ele não vai saber se seu bistrô favorito em Paris fechou na semana passada, ou se a balsa para Hydra opera num feriado. O que ele sabe é como pensar, identificando padrões, organizando ideias e dando coesão ao planejamento. Use-o para criar a base e depois complemente com dados atualizados.
O que não fazer ao escrever seus prompts
Prompts vagos ou rígidos demais atrapalham. A ferramenta precisa de estrutura, intenção e direção.
Não peça:
“O que devo fazer na minha viagem?”
“Me dê ideias de viagem.”
“Melhores coisas para ver na Europa.”
Por que não funciona: são pedidos muito amplos, sem localização, duração, interesses ou tom, e o ChatGPT costuma usar listas genéricas e superficiais. Foque em pelo menos um ou dois postos-chaves, como: “Tenho uma semana em março e quero ir a uma cidade tranquila nos Bálcãs com boa comida e natureza”, ou “Planeje uma escapada urbana em dezembro com clima frio, mercados de Natal e poucas multidões.”
O que o ChatGPT não pode fazer – e por que isso é importante
Apesar da utilidade, o ChatGPT não substitui a experiência real ou informações atualizadas. Ele não consegue verificar se um museu fechará para reformas no próximo mês, se um hotel novo cumpre o que promete ou quanto tempo leva a fila da imigração em Heathrow numa terça-feira.
Ele também não captura nuances emocionais: o cheiro de especiarias num mercado coberto, o silêncio que cai sobre a rua antes do amanhecer ou a mudança de humor ao entrar de um beco sombreado para uma praça ensolarada. Ele não sabe como é ficar parado em um lugar que te surpreende, ou mudar seus planos porque a atmosfera não é o que você esperava.
Estas são as texturas da viagem real. É aqui que a experiência humana importa. Os relatos de viajantes que caminharam pelas ruas, notaram o ritmo de um lugar ou ajustaram planos por impulso contêm um tipo de insight que a IA não consegue simular. É neste momento que vale a pena prestar atenção a avaliações que descrevem como um lugar fez alguém se sentir, ou a um artigo que menciona um canto tranquilo não listado em nenhum outro lugar. O ChatGPT pode oferecer estrutura, pode ajudar você a entender as opções e dar forma ao desconhecido, mas a perspectiva vivida traz a atmosfera. Use ambos. Um lhe dá o plano. O outro ajuda você a senti-lo.
*Matéria publicada originalmente na Condé Nast Traveller Oriente Médio
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Usada de forma eficiente, a IA pode ajudar a planejar seu roteiro desde o início: onde ir, quando ir, o que fazer e em que ordem fazer, além de indicar o que você não pode perder. O segredo é saber perguntar. A seguir, um passo a passo para planejar uma viagem com o ChatGPT, usando dicas testadas e comprovadas para obter as informações corretas.
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Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
Comece definindo o formato da viagem
Antes de mergulhar nas reservas de hotel ou escolher onde jantar, estabeleça a estrutura. Para onde você vai, por quanto tempo e que tipo de experiência deseja? O ChatGPT funciona melhor quando recebe um prompt com prioridades e restrições, como tom, interesses, ritmo e época do ano.
Experimente prompts como estes:
“Planeje uma viagem de 12 dias pelo Japão com mistura de estadias na cidade, no campo e hospedagens focadas em design”
“Sugira um roteiro de duas semanas pela Europa em maio para alguém que prefere trens a aviões, gosta mais de cidades pequenas do que capitais e quer equilibrar gastronomia e natureza.”
Por que funciona: esses prompts dão contexto suficiente para o ChatGPT criar um roteiro com fluxo lógico, tempos de deslocamento realistas, lógica regional e coesão temática. Depois, você pode ajustar ou refazer a estrutura.
Refine com interesses pessoais
Uma vez que o esqueleto esteja pronto, você pode adaptá-lo ao seu estilo. Talvez a primeira versão seja muito corrida. Ou privilegie demais as grandes cidades. É aqui que você recalibra.
Exemplos de prompts:
“Edite este roteiro para reduzir check-ins e passar menos tempo na estrada.”
“Substitua grandes centros por destinos próximos, menos conhecidos e mais fáceis de explorar.”
“Dê mais foco à gastronomia e caminhadas costeiras na segunda metade da viagem.”
Por que funciona: diferente de guias prontos, o ChatGPT se adapta. Quanto mais específico e conversacional o pedido, mais personalizado será o resultado. Você pode continuar ajustando até que se sinta confortável.
Aprofunde nos detalhes logísticos
O ChatGPT funciona melhor quando recebe um prompt com prioridades e restrições
Timur Weber/Pexels
Com a estrutura definida, peça para resolver questões práticas: tempo de deslocamento, melhor maneira de ir de uma cidade para outra, ou o aeroporto mais conveniente.
Exemplos de prompts:
“Compare opções de transporte de Nápoles a Palermo – avião, trem ou balsa – incluindo tempo de viagem e prós e contras”
“Se eu estiver viajando de Genebra para Lyon com equipamento de esqui, qual a melhor opção sem trocas de transporte?”
“Sugira aeroportos regionais próximos a Bolonha com boas conexões para Londres.”
Por que funciona: aqui o ChatGPT combina o conhecimento de um amigo viajado com o senso prático de um morador local. Embora não tenha acesso a horários em tempo real, entende lógica de rotas, custos e conforto. Você ainda vai precisar conferir os horários, mas isso reduz significativamente o tempo de pesquisa.
Trate-o como um concierge local
Com o panorama pronto, faça as perguntas que normalmente guardaria para um concierge ou amigo local antenado.
Faça perguntas como:
“Onde comer em Istambul, perto de Gálata, que não seja turístico, sirva comida tradicional e fique aberto até tarde?”
“Sugira três lugares para tomar café e observar o movimento em Buenos Aires num domingo de manhã.”
“Vou passar 24 horas em Seul e quero mercados, comida de rua e design. O que fazer?”
Por que funciona: esses prompts combinam suas preferências com contexto local, gerando respostas mais precisas que uma busca genérica no Google.
Monte cada dia com intenção
Com o destino e a duração definidos, o ChatGPT pode criar dias bem equilibrados. Isso é útil em cidades onde o planejamento envolve não só o que fazer, mas como organizar as atividades.
Exemplos de prompts:
“Crie um roteiro de 3 dias na Itália com manhãs dedicadas a museus, tardes ao ar livre e um jantar por dia com vista.”
“Vou chegar na Cidade do Cabo às 9h. Planeje um primeiro dia leve, com caminhada curta, boa comida e vista para o pôr do sol.”
Por que funciona: a plataforma organiza o dia considerando jet lag, horários de funcionamento, distâncias e energia, de forma surpreendentemente intuitiva.
Adicione camadas: clima, sazonalidade e ritmo local
Os relatos de viajantes que caminharam pelas ruas, notaram o ritmo de um lugar ou ajustaram planos por impulso contêm um tipo de insight que a IA não consegue simular
Tom Christensen/Pexels
Depois que o roteiro estiver pronto, peça para considerar fatores menos visíveis, como feriados, clima ou fechamentos sazonais.
Exemplos de prompts:
“Algum feriado público afeta este roteiro de duas semanas no Vietnã no início de maio?”
“Como costuma estar o clima em Omã em setembro? Vale a pena manter o dia de praia?”
“Ajuste este plano para considerar dias mais curtos em dezembro.”
Por que funciona: mesmo sem acesso a previsões ao vivo, a IA consegue sugerir ajustes com base em padrões e contexto. É uma maneira rápida de testar seu itinerário em relação à realidade do ambiente.
Conheça os limites e use-os a seu favor
O ChatGPT não acessa bancos de dados em tempo real. Ele não vai saber se seu bistrô favorito em Paris fechou na semana passada, ou se a balsa para Hydra opera num feriado. O que ele sabe é como pensar, identificando padrões, organizando ideias e dando coesão ao planejamento. Use-o para criar a base e depois complemente com dados atualizados.
O que não fazer ao escrever seus prompts
Prompts vagos ou rígidos demais atrapalham. A ferramenta precisa de estrutura, intenção e direção.
Não peça:
“O que devo fazer na minha viagem?”
“Me dê ideias de viagem.”
“Melhores coisas para ver na Europa.”
Por que não funciona: são pedidos muito amplos, sem localização, duração, interesses ou tom, e o ChatGPT costuma usar listas genéricas e superficiais. Foque em pelo menos um ou dois postos-chaves, como: “Tenho uma semana em março e quero ir a uma cidade tranquila nos Bálcãs com boa comida e natureza”, ou “Planeje uma escapada urbana em dezembro com clima frio, mercados de Natal e poucas multidões.”
O que o ChatGPT não pode fazer – e por que isso é importante
Apesar da utilidade, o ChatGPT não substitui a experiência real ou informações atualizadas. Ele não consegue verificar se um museu fechará para reformas no próximo mês, se um hotel novo cumpre o que promete ou quanto tempo leva a fila da imigração em Heathrow numa terça-feira.
Ele também não captura nuances emocionais: o cheiro de especiarias num mercado coberto, o silêncio que cai sobre a rua antes do amanhecer ou a mudança de humor ao entrar de um beco sombreado para uma praça ensolarada. Ele não sabe como é ficar parado em um lugar que te surpreende, ou mudar seus planos porque a atmosfera não é o que você esperava.
Estas são as texturas da viagem real. É aqui que a experiência humana importa. Os relatos de viajantes que caminharam pelas ruas, notaram o ritmo de um lugar ou ajustaram planos por impulso contêm um tipo de insight que a IA não consegue simular. É neste momento que vale a pena prestar atenção a avaliações que descrevem como um lugar fez alguém se sentir, ou a um artigo que menciona um canto tranquilo não listado em nenhum outro lugar. O ChatGPT pode oferecer estrutura, pode ajudar você a entender as opções e dar forma ao desconhecido, mas a perspectiva vivida traz a atmosfera. Use ambos. Um lhe dá o plano. O outro ajuda você a senti-lo.
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