Decoração minimalista: ideias para eliminar a desordem visual

Nascido no pós-guerra, entre os anos de 1960 e 1970, o minimalismo surgiu como um movimento artístico e arquitetônico em reação ao excesso de ornamentos e consumo desenfreado, inspirado na filosofia do “menos é mais”.
No Brasil, o movimento ganhou visibilidade a partir dos anos 1990, sobretudo em grandes capitais, em projetos residenciais e corporativos de alto padrão, que buscavam por espaços mais limpos e funcionais. Porém, a estética nunca foi amplamente adotada no país.
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“A meu ver, o minimalismo nunca se consolidou totalmente aqui porque o Brasil é latino e o “max” faz parte da nossa essência. Somos uma cultura de cores, misturas, intensidade e multiplicidade. O excesso, quando bem trabalhado, não é desordem: é expressão”, argumenta o arquiteto João Gabriel, à frente do escritório que leva o seu nome.
O que é o minimalismo, afinal?
Por meio da escolha de peças sem muito ornamentos e que conversam entre si, os arquitetos do Studio Roca imprimiram a personalidade dos moradores neste projeto em São Paulo
Dani Magario
A decoração minimalista é um estilo que busca a simplicidade e a funcionalidade, reduzindo os ambientes ao essencial. De modo geral, explica João, ela trabalha com linhas retas, paleta neutra e poucos elementos decorativos, propondo um espaço limpo e silencioso visualmente.
“O minimalismo fala sobre ausência, ele precisa do vazio, da falta para acontecer. Dependendo do ponto de vista, ele é sobre o essencial, sobre somente o que precisa de fato para acontecer, sem excessos, sem exageros, a presença do mínimo”, comenta o arquiteto Gabriel Fernandes, diretor do GF Estúdio 55.
Poucas cores e texturas marcam o projeto do GF Estúdio 55 para este apartamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo
Denilson Machado
Para o arquiteto Carlos Carvalho, do Studio Roca, o minimalismo traduz-se em ambientes limpos, funcionais e com propósito. Na opinião dele, o estilo é um antídoto contra o caos visual. “Quando retiramos o supérfluo, deixamos espaço para que a arquitetura, os materiais e até mesmo a vida que acontece ali sejam protagonistas. Ele cria ambientes mais leves, fluidos e harmoniosos, que transmitem sensação de ordem e bem-estar”, diz Carlos.
Já a arquiteta Camila Gazola acredita que o estilo é uma forma autêntica de representar a personalidade dos moradores. “O minimalismo não significa viver em um espaço frio ou impessoal. Pelo contrário, quando bem aplicado, ele valoriza o essencial e permite que a casa represente de forma mais autêntica a personalidade dos moradores. É uma forma de trazer acolhimento e equilíbrio por meio da simplicidade e, principalmente, de criar ambientes que favorecem a vida cotidiana e o bem-estar.”
Como aplicar o minimalismo na decoração
Elimine o que não é essencial
Cores neutras e poucos objetos marcam esta sala projetada pela arquiteta Camila Gazola, em imóvel no bairro da vila Olímpia, em São Paulo
Renato Navarro
Na opinião de Camila, o primeiro passo para adotar o minimalismo é eliminando tudo o que não é essencial, a exemplo de roupas que não são mais usadas, objetos decorativos sem função e móveis que ocupam espaço, mas não contribuem para o uso ambiente. “Um ponto importante é ocupar as paredes apenas com o necessário. Um único quadro bem escolhido é mais eficaz do que vários pequenos sem uma relação entre si”, comenta Camila.
Aposte na organização oculta
A marcenaria planejada foi uma solução de organização para este projeto do Studio Roca em São Paulo
Dani Magario
O armazenamento deve ser feito de maneira inteligente. Dessa forma, a marcenaria planejada com armários embutidos é uma boa solução para esconder tudo o que não precisa estar à vista. Neste sentido, vale ainda investir em mobiliário com portas lisas, sem puxadores aparentes, que ajudam a manter o ambiente sempre visualmente limpo.
Adote paleta de cores neutra
As cores neutras e os tons terrosos junto à madeira trouxeram acolhimento e conforto a este projeto minimalista da arquiteta Camila Gazola
André Mo
Segundo Carlos, uma paleta de cores de base neutra e equilibrada, com tons de branco, cinza, preto, bege e toques pontuais de cor, ajuda a manter a coerência visual nas paredes, móveis e revestimentos, criando um pano de fundo elegante. Gabriel completa, lembrando da importância de diminuir a quantidade de texturas a fim de trazer organização para o conjunto de superfícies.
Iluminação precisa e luz natural
Para o projeto desse quarto, o GF Estúdio 55 optou por uma decoração extremamente limpa, para trazer essa essência do minimalismo na decoração. O excesso de branco ressalta a iluminação natural
Denilson Machado
A iluminação também exerce um papel importante na decoração minimalista. Vale apostar na iluminação natural, de forma abundante e bem explorada. Luminárias e iluminação embutida também podem fazer parte do ambiente. “Para valorizar volumes e texturas é possível recorrer à iluminação embutida e luminárias pontuais, em vez de excesso de luzes”, ressalta Carlos.
Prefira objetos com significado
No hall de entrada desse apartamento, O GF Estúdio 55 trabalhou todas as texturas no campo visual em homogeneidade com a escultura
Denilson Machado
Os objetos que compõem uma decoração minimalista devem ser selecionados de forma criteriosa. É importante selecionar peças com desenho leve, linhas retas, discretas e sem excesso de adornos, preferindo qualidade a quantidade. Além disso, é essencial garantir equilíbrio entre os itens.
“É essencial agrupar os objetos por uma certa identidade de estilo, cores, alturas. Pensar no equilíbrio entre as composições dos objetos, das coleções, dos elementos que compõe a decoração em si”, conclui Gabriel.
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