Em Paris, apartamento de 1860 é renovado com inspiração em Monet

Num edifício antigo do 16º arrondissement, o Studio Harp redesenhou um imóvel de 42 m² guiado pela poesia de uma obra impressionista e pela vegetação do entorno Embora este seja o primeiro projeto do Studio Harp, ele já revela o potencial promissor da dupla Olivia e Geoffrey Mexme – irmãos na vida e parceiros no trabalho. Ela é designer de interiores; ele, especialista em construção. Juntos, reformaram com sensibilidade um apartamento de três cômodos situado em uma rua arborizada e tranquila. O edifício, de 1860, já oferecia uma bela luz natural, mas carecia de funcionalidade e personalidade. A missão do estúdio foi transformar o espaço em um lar parisiense elegante e único.
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Uma obra de Guillaume Allemand, na Galerie Acabas, um castiçal de Laura Gonzalez, feito pelo Atelier Jean Roger, um vaso Ruutu de Ronan & Erwan Bouroullec para a Iittala, e cortinas de Milena Assis, feitas com linho do Atelier Moderne da Dedar, acompanham a lareira
Léo Kharfan
Uma reprodução da tela “Parc Monceau”, de Claude Monet, inspiração para a decoração, figura em uma moldura Montparnasse Émile Bouche, de 1940
Léo Kharfan
Na sala de jantar, figuram vaso de cerâmica de Morgane Pasqualini, lustre vintage de JT Kalmar, mesa e cadeiras vintage da República Tcheca, e tapete de juta da Zara Home
Léo Kharfan
“O apartamento mistura estilos”, conta a designer. “Pesquisei bastante até encontrar peças dos anos 1970 que harmonizassem com o restante do interior, que tem um caráter mais refinado.” Os detalhes são o que trazem personalidade: as paredes, por exemplo, foram pintadas em dois tons de branco sutilmente distintos, conferindo luminosidade e relevo aos ambientes. Originalmente sem molduras, o imóvel recuperou seu charme antigo com sancas desenhadas sob medida – de linhas sóbrias, mas contemporâneas. As tampas dos radiadores receberam pequenas ranhuras decorativas, e as cortinas dialogam com o desenho dos corrimãos. “As cortinas são um elemento-chave”, diz Olivia. “Testei diversos acabamentos com Laura Gonzalez, com quem trabalhei, e me apaixonei por esta trança.”
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Na estante, prato de metal e laca de Huh Myoung Wook, castiçal de Laura Gonzalez, feito pelo Atelier Jean Roger, castiçal de alumínio fundido dourado de Pierre Casenove para a Fondica, vaso feito pela ceramista Morgane Pasqualini e vaso Anduze, da Poterie de la Madeleine
Léo Kharfan
Na cozinha, o verde aparece novamente nos zelliges – os mesmos tons das poltronas da sala – e numa natureza-morta serigrafada de Pierre Boncompain. “A ideia não era combinar todas as obras com a decoração, e sim tratá-las como lembranças queridas”
Léo Kharfan
A entrada tem tela do Atelier François Mascarello, cortina feita pela tapeceira Milena Assis, com tecido Dedar, e um assento com tecido da Fadini Borghi
Léo Kharfan
A sala de estar exibe com orgulho uma reprodução texturizada de uma tela de Monet – cujo original está no Metropolitan Museum, em Nova York – retratando o Parc Monceau, a poucos passos do apartamento. A obra, que encanta a dupla, foi o ponto de partida criativo para todo o projeto. “A inspiração vem tanto da pintura quanto das árvores lá fora”, comenta Olivia, assumidamente fã do pintor. “Daí surgiu o desejo de trabalhar com materiais naturais e táteis, e a escolha do verde como cor principal.” Assim, poltronas vintage dos anos 1980 foram revestidas de veludo verde intenso, almofadas feitas à mão remetem à ráfia, e um espelho antigo, colocado sobre a lareira cenográfica, evoca os reflexos d’água.
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O quarto tem cabeceira de seda desenhada pelo Studio Harp e um travesseiro com tecido Dalie Papaveri Tulipani, da Dedar
Léo Kharfan
Na penteadeira, o banquinho de Léa Zeroil faz companhia para a cortina de tecido Amoir Libre, da Dedar, o papel de parede Shagreen, da Arte, e pequenas cerâmicas Vallauris, garimpadas por Olivia Mexme
Léo Kharfan
O banheiro é permeado por uma paleta de cores claras
Léo Kharfan
Não é por acaso que arte e natureza estão no cerne da sensibilidade da dupla. Até o nome do estúdio foi escolhido em referência a uma obra de Mark Rothko. “Durante uma exposição na Fundação Louis Vuitton, vi uma obra chamada Harpa Eólia”, relembra Olivia. “Gostei da sonoridade e me veio à mente Jean Arp, um escultor que admiro. Mantivemos ‘Arp’ como homenagem ao artista e acrescentamos o ‘H’, remetendo ao instrumento musical. É sempre bom cultivar um pouco de sutileza.”
*Matéria publicada originalmente na Architectural Digest França
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