Populares na arquitetura brasileira, os cobogós garantem ventilação, iluminação natural e privacidade de madeira delicada e discreta Para quem busca combinar design, funcionalidade e conforto térmico, usar cobogós na fachada de casa pode ser uma ótima escolha. O elemento vazado permite que a luz natural e a ventilação circulem no imóvel, ao mesmo tempo que oferece certa privacidade e confere personalidade ao projeto.
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“O cobogó é um dos elementos que reconhecemos de longe e guarda uma simplicidade genial. Criado no Brasil, é um bloco vazado que transforma luz e sombra em desenho. É como se fosse um bordado de concreto, cerâmica ou vidro. O mais bonito é que ele é sempre meio permeável, entre o dentro e o fora, entre o ver e o esconder”, observa o arquiteto Natan Gil.
A fachada com cobogós, concreto aparente, metal e vidro resulta numa estética modernista. Projeto de Natan Hostins
Fabio Jr Severo/Divulgação
O cobogó foi criado na década de 1920, em Pernambuco, por três engenheiros: Amadeu Coimbra, Ernest Boeckmann e Antônio de Góis. A palavra “cobogó” vem da junção das iniciais dos sobrenomes dos criadores, que trabalhavam na época em uma fábrica de tijolos no Recife.
Vantagens do cobogó na fachada
O elemento vazado filtra, resguarda e, ao mesmo tempo, revela. “Serve para ventilar, iluminar suavemente, criar privacidade sem fechar demais. Mas talvez sua maior função seja poética. Convida o tempo a entrar no espaço com luz que se move, com sombra que dança”, reflete Natan.
Na fachada da casa, os tijolos cerâmicos moldados como cobogós remetem às tradicionais casas brasileiras de forma mais contemporânea. Paisagismo de Marcel Nauer. Projeto de Gustavo Fontes, do Coletivo de Arquitetos
Joana França/Divulgação
“O cobogó também funciona como divisória. Além disso, traz valor estético ao projeto, com formas que criam jogos de luz e sombra”, concorda a arquiteta Vanessa Miranda, do escritório Sala2 Arquitetura.
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O que considerar ao utilizar cobogós em fachadas?
É fundamental considerar diversos fatores para garantir que a aplicação do cobogó seja duradoura em fachadas. “É importante avaliar a orientação solar, o tipo de ventilação desejada e o grau de privacidade necessário. O material escolhido deve resistir às condições climáticas e se integrar ao estilo do projeto”, pontua Celso Rayol, sócio de Fernando Costa, no escritório Cité Arquitetura.
O cobogó ganhou destaque no projeto Atobá, localizado no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. Foi desenvolvido um modelo exclusivo em alumínio, que reforça a simetria da fachada e dialoga com a obra de arte instalada no edifício. O material se estende também para o portão da garagem. Projeto do escritório Cité Arquitetura
Pedro Mascaro/Divulgação
Outros fatores são:
Incidência solar: entender onde bate mais sol ajuda a posicionar o cobogó para barrar o calor e aproveitar melhor a luz natural.
Ventilação: deve ajudar o ar a circular dentro e fora de casa, trazendo conforto térmico.
Privacidade: escolher modelos mais ou menos vazados, dependendo de quanto você quer proteger a vista para o interior.
Material: o ideal é usar materiais resistentes ao tempo.
Estilo do projeto: o desenho do cobogó deve harmonizar com o visual da fachada.
Manutenção: como vai ficar exposto, vale considerar se é fácil de limpar e manter bonito com o tempo.
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Tipos de cobogó
Hoje, existem diversos materiais tecnológicos que ampliam as possibilidades de uso do cobogó. “Gosto bastante dos modelos em cimento de alto desempenho ou materiais compósitos, que oferecem resistência e durabilidade superiores, principalmente em fachadas expostas”, comenta Natan.
A lateral é protegida no térreo por painel de cobogós criados por Leo Romano e produzidos pela Munó Acabamentos. No terreno de esquina, o jardim ocupa o recuo obrigatório. A obra foi realizada em 2018 pela Construtora Diretriz
Edgard Cesar/Divulgação
“Esteticamente, prefiro os tons neutros, como o branco, que trazem leveza, atemporalidade e valorizam o desenho do elemento. Inclusive, em alguns projetos, desenvolvo meu próprio padrão de cobogó, com desenho exclusivo. Assim, se torna uma extensão da arquitetura e da narrativa que quero construir”, continua o profissional.
No projeto do escritório 1:1 arquitetura:design, o material Terracor Corten reveste a construção erguida com sistema Steel Frame. A partir da garagem, à dir., entra-se na casa, que tem à frente panos de vidro deslizantes para aproveitar a ventilação e a paisagem
Edgard Cesar/Divulgação
Os cobogós se apresentam em diversos formatos, materiais e estilos. “Cada um com características próprias que atendem diferentes necessidades estéticas e funcionais. Os principais tipos são cimento, cerâmica, vidro, argila, metálico ou de PVC”, diz Vanessa.
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“Os de alumínio são ideais para áreas externas por serem leves, resistentes à corrosão e fáceis de limpar”, acrescenta Celso.
Como escolher o melhor material do cobogó para a fachada?
Natan pontua: “Primeiro, o material tem que fazer sentido com o clima e o conceito do projeto. Segundo, menos é mais. Um padrão bem escolhido, repetido com intenção, fala muito mais do que uma mistura de modelos. E por fim, pense na luz. Testar a sombra que ele projeta ao longo do dia pode mudar tudo”.
A frente da casa é protegida pelo muro alto de cobogós — elementos vazados —, feitos com tijolos de barro e pigmento bege desenvolvidos pelo Studio Passalacqua. A entrada principal é pela porta de cumaru entre os dois volumes, revestidos dos mesmos tijolos e cobertos por laje plana. Pedras brutas cobrem a área de estacionamento dos carros
Fran Parente/Divulgação | Paisagismo de Flávia Tiraboschi | Projeto de arquitetura de Felipe Hess, Lucas Miilher e Roberta Alecrim
Dicas para aplicar cobogó na fachada
O elemento pode ser aplicado de diversas maneiras na fachada. “Uma opção clássica é usá-lo como painel na frente de janelas ou varandas, para controlar a entrada de luz e melhorar a ventilação. Outra ideia é criar uma faixa vertical ou horizontal decorativa, dando movimento e destaque à parede externa”, sugere Vanessa.
Nesta casa projetada por Oscar Niemaeyer nos anos 1950, a parede de cobogós faz uma divisão de espaços. Tijolinhos mantidos na reforma assinada pela designer de interiores Mari Aguiar
Daniela Magario/Divulgação
Também funciona bem como muro vazado, para trazer e leveza e privacidade ao mesmo tempo. “Pode ser usado ainda em entrada social ou garagem, marcando o acesso com charme e originalidade. E para quem busca um visual mais moderno, vale combinar cobogós com materiais como madeira, concreto ou metal, criando contraste e textura na composição”, afirma a arquiteta.
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“Gosto quando o cobogó não é só um detalhe, mas um elemento que organiza o volume da casa. Ele pode ser a pele da fachada, esconder uma varanda, ou até se ‘soltar’ do prédio e formar um brise. Em alguns projetos, ele vira arte quando retroiluminado à noite, quase como uma lanterna urbana”, pensa Natan.
É preciso fazer limpeza em cobogós?
Sim. Mesmo que seja considerado um material resistente, é recomendável fazer limpeza periódica para manter a aparência bonita. Um pano macio com água e sabão neutro já resolve.
Na fachada projetada por Laurent Troost em parceria com a paisagista Hana Eto Gall, o cobogó de tijolos favorece a ventilação
Joana França/Divulgação
“Em áreas externas, uma mangueira de tempos em tempos ajuda bastante. O importante é não usar produtos que possam agredir o material”, avisa Natan.
A fachada desta casa tem uma parte de cobogós Projeto de Jonatan Welter, do escritório Voo Arquitetura, em parceria com Natan Hostins
Fabio Jr Severo/Divulgação
No caso dos cobogós de alumínio, Carlos recomenda: “A manutenção é ainda mais simples. Uma esponja suave é suficiente para manter tudo em ordem”.
Cuidados com os cobogós na fachada
O cobogó da Creta, na cor Duna Fendi Claro, aparece mais neste acesso pelo terreno dos fundos ao terceiro andar, cuja esquadria de vidro permite avistar o jardim. O projeto é da arquiteta Ketlein Amorim
Luiza Schereier/Divulgação
Os profissionais destacam cuidados específicos com os cobogós, devido à sua fragilidade e natureza modular:
Faça a instalação adequada;
Escolha um fornecedor confiável;
Mantenha a limpeza regular do material;
Garanta boa fixação do elemento;
Verifique o estado do material com o tempo;
Escolha um modelo que combine com o uso e o clima local;
Evite impactos fortes que possam quebrar ou trincar as peças.
No térreo, a parede de cobogós fecha a lateral da escada de concreto que dá acesso ao living através dos painéis deslizantes de vidro. O projeto foi desenvolvido pelo escritório FGMF Arquitetos
Fran Parente/Divulgação
“Acima de tudo, deve-se respeitar o que ele representa. Um filtro entre o mundo e o abrigo. Quando bem cuidado, o cobogó dura uma vida inteira e atravessa gerações, como um bom projeto deve fazer”, finaliza Natan.
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“O cobogó é um dos elementos que reconhecemos de longe e guarda uma simplicidade genial. Criado no Brasil, é um bloco vazado que transforma luz e sombra em desenho. É como se fosse um bordado de concreto, cerâmica ou vidro. O mais bonito é que ele é sempre meio permeável, entre o dentro e o fora, entre o ver e o esconder”, observa o arquiteto Natan Gil.
A fachada com cobogós, concreto aparente, metal e vidro resulta numa estética modernista. Projeto de Natan Hostins
Fabio Jr Severo/Divulgação
O cobogó foi criado na década de 1920, em Pernambuco, por três engenheiros: Amadeu Coimbra, Ernest Boeckmann e Antônio de Góis. A palavra “cobogó” vem da junção das iniciais dos sobrenomes dos criadores, que trabalhavam na época em uma fábrica de tijolos no Recife.
Vantagens do cobogó na fachada
O elemento vazado filtra, resguarda e, ao mesmo tempo, revela. “Serve para ventilar, iluminar suavemente, criar privacidade sem fechar demais. Mas talvez sua maior função seja poética. Convida o tempo a entrar no espaço com luz que se move, com sombra que dança”, reflete Natan.
Na fachada da casa, os tijolos cerâmicos moldados como cobogós remetem às tradicionais casas brasileiras de forma mais contemporânea. Paisagismo de Marcel Nauer. Projeto de Gustavo Fontes, do Coletivo de Arquitetos
Joana França/Divulgação
“O cobogó também funciona como divisória. Além disso, traz valor estético ao projeto, com formas que criam jogos de luz e sombra”, concorda a arquiteta Vanessa Miranda, do escritório Sala2 Arquitetura.
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O que considerar ao utilizar cobogós em fachadas?
É fundamental considerar diversos fatores para garantir que a aplicação do cobogó seja duradoura em fachadas. “É importante avaliar a orientação solar, o tipo de ventilação desejada e o grau de privacidade necessário. O material escolhido deve resistir às condições climáticas e se integrar ao estilo do projeto”, pontua Celso Rayol, sócio de Fernando Costa, no escritório Cité Arquitetura.
O cobogó ganhou destaque no projeto Atobá, localizado no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. Foi desenvolvido um modelo exclusivo em alumínio, que reforça a simetria da fachada e dialoga com a obra de arte instalada no edifício. O material se estende também para o portão da garagem. Projeto do escritório Cité Arquitetura
Pedro Mascaro/Divulgação
Outros fatores são:
Incidência solar: entender onde bate mais sol ajuda a posicionar o cobogó para barrar o calor e aproveitar melhor a luz natural.
Ventilação: deve ajudar o ar a circular dentro e fora de casa, trazendo conforto térmico.
Privacidade: escolher modelos mais ou menos vazados, dependendo de quanto você quer proteger a vista para o interior.
Material: o ideal é usar materiais resistentes ao tempo.
Estilo do projeto: o desenho do cobogó deve harmonizar com o visual da fachada.
Manutenção: como vai ficar exposto, vale considerar se é fácil de limpar e manter bonito com o tempo.
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Tipos de cobogó
Hoje, existem diversos materiais tecnológicos que ampliam as possibilidades de uso do cobogó. “Gosto bastante dos modelos em cimento de alto desempenho ou materiais compósitos, que oferecem resistência e durabilidade superiores, principalmente em fachadas expostas”, comenta Natan.
A lateral é protegida no térreo por painel de cobogós criados por Leo Romano e produzidos pela Munó Acabamentos. No terreno de esquina, o jardim ocupa o recuo obrigatório. A obra foi realizada em 2018 pela Construtora Diretriz
Edgard Cesar/Divulgação
“Esteticamente, prefiro os tons neutros, como o branco, que trazem leveza, atemporalidade e valorizam o desenho do elemento. Inclusive, em alguns projetos, desenvolvo meu próprio padrão de cobogó, com desenho exclusivo. Assim, se torna uma extensão da arquitetura e da narrativa que quero construir”, continua o profissional.
No projeto do escritório 1:1 arquitetura:design, o material Terracor Corten reveste a construção erguida com sistema Steel Frame. A partir da garagem, à dir., entra-se na casa, que tem à frente panos de vidro deslizantes para aproveitar a ventilação e a paisagem
Edgard Cesar/Divulgação
Os cobogós se apresentam em diversos formatos, materiais e estilos. “Cada um com características próprias que atendem diferentes necessidades estéticas e funcionais. Os principais tipos são cimento, cerâmica, vidro, argila, metálico ou de PVC”, diz Vanessa.
Leia mais
“Os de alumínio são ideais para áreas externas por serem leves, resistentes à corrosão e fáceis de limpar”, acrescenta Celso.
Como escolher o melhor material do cobogó para a fachada?
Natan pontua: “Primeiro, o material tem que fazer sentido com o clima e o conceito do projeto. Segundo, menos é mais. Um padrão bem escolhido, repetido com intenção, fala muito mais do que uma mistura de modelos. E por fim, pense na luz. Testar a sombra que ele projeta ao longo do dia pode mudar tudo”.
A frente da casa é protegida pelo muro alto de cobogós — elementos vazados —, feitos com tijolos de barro e pigmento bege desenvolvidos pelo Studio Passalacqua. A entrada principal é pela porta de cumaru entre os dois volumes, revestidos dos mesmos tijolos e cobertos por laje plana. Pedras brutas cobrem a área de estacionamento dos carros
Fran Parente/Divulgação | Paisagismo de Flávia Tiraboschi | Projeto de arquitetura de Felipe Hess, Lucas Miilher e Roberta Alecrim
Dicas para aplicar cobogó na fachada
O elemento pode ser aplicado de diversas maneiras na fachada. “Uma opção clássica é usá-lo como painel na frente de janelas ou varandas, para controlar a entrada de luz e melhorar a ventilação. Outra ideia é criar uma faixa vertical ou horizontal decorativa, dando movimento e destaque à parede externa”, sugere Vanessa.
Nesta casa projetada por Oscar Niemaeyer nos anos 1950, a parede de cobogós faz uma divisão de espaços. Tijolinhos mantidos na reforma assinada pela designer de interiores Mari Aguiar
Daniela Magario/Divulgação
Também funciona bem como muro vazado, para trazer e leveza e privacidade ao mesmo tempo. “Pode ser usado ainda em entrada social ou garagem, marcando o acesso com charme e originalidade. E para quem busca um visual mais moderno, vale combinar cobogós com materiais como madeira, concreto ou metal, criando contraste e textura na composição”, afirma a arquiteta.
Leia mais
“Gosto quando o cobogó não é só um detalhe, mas um elemento que organiza o volume da casa. Ele pode ser a pele da fachada, esconder uma varanda, ou até se ‘soltar’ do prédio e formar um brise. Em alguns projetos, ele vira arte quando retroiluminado à noite, quase como uma lanterna urbana”, pensa Natan.
É preciso fazer limpeza em cobogós?
Sim. Mesmo que seja considerado um material resistente, é recomendável fazer limpeza periódica para manter a aparência bonita. Um pano macio com água e sabão neutro já resolve.
Na fachada projetada por Laurent Troost em parceria com a paisagista Hana Eto Gall, o cobogó de tijolos favorece a ventilação
Joana França/Divulgação
“Em áreas externas, uma mangueira de tempos em tempos ajuda bastante. O importante é não usar produtos que possam agredir o material”, avisa Natan.
A fachada desta casa tem uma parte de cobogós Projeto de Jonatan Welter, do escritório Voo Arquitetura, em parceria com Natan Hostins
Fabio Jr Severo/Divulgação
No caso dos cobogós de alumínio, Carlos recomenda: “A manutenção é ainda mais simples. Uma esponja suave é suficiente para manter tudo em ordem”.
Cuidados com os cobogós na fachada
O cobogó da Creta, na cor Duna Fendi Claro, aparece mais neste acesso pelo terreno dos fundos ao terceiro andar, cuja esquadria de vidro permite avistar o jardim. O projeto é da arquiteta Ketlein Amorim
Luiza Schereier/Divulgação
Os profissionais destacam cuidados específicos com os cobogós, devido à sua fragilidade e natureza modular:
Faça a instalação adequada;
Escolha um fornecedor confiável;
Mantenha a limpeza regular do material;
Garanta boa fixação do elemento;
Verifique o estado do material com o tempo;
Escolha um modelo que combine com o uso e o clima local;
Evite impactos fortes que possam quebrar ou trincar as peças.
No térreo, a parede de cobogós fecha a lateral da escada de concreto que dá acesso ao living através dos painéis deslizantes de vidro. O projeto foi desenvolvido pelo escritório FGMF Arquitetos
Fran Parente/Divulgação
“Acima de tudo, deve-se respeitar o que ele representa. Um filtro entre o mundo e o abrigo. Quando bem cuidado, o cobogó dura uma vida inteira e atravessa gerações, como um bom projeto deve fazer”, finaliza Natan.