Famosa na decoração, a costela-de-adão (Monstera deliciosa) é mais do que uma planta de folhas icônicas. Por trás de sua exuberância, há um segredo que poucos conhecem: ela produz um fruto comestível de sabor único e surpreendentemente complexo. Continue a leitura para acompanhar todo o seu ciclo até chegar nessa recompensa deliciosa.
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“É uma planta tropical de crescimento rápido, com folhas grandes, brilhantes e recortadas. Forma raízes aéreas, cresce de forma escandente (para cima, apoiando-se em tutores) e pode atingir mais de dois metros em ambientes internos bem cuidados. Ela também é conhecida por produzir um fruto delicioso – por isso o nome científico – e pouca gente sabe disso”, detalha Flávia Kremer, jardineira e florista.
Como cultivar a costela-de-adão
A costela-de-adão se desenvolve bem em ambientes internos, desde que receba boa luminosidade indireta, sem sol direto para não queimar suas folhas
Huy Phan/Pexels/Creative Commons
Resistente, rústica e ornamental, a Monstera deliciosa é uma planta trepadeira que se desenvolve melhor quando apoiada em um tutor ou tronco. “Ela é ideal para ambientes internos arejados ou jardins com sombra. Vai bem sozinha como ‘planta foco’ e também funciona lindamente em composições verdes”, afirma Flávia. Confira as recomendações de cultivo:
Luz: indireta forte, mas queima com sol intenso direto.
Solo: leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. Misturas com fibra de coco, terra vegetal e um pouco de areia funcionam bem;
Umidade: alta, mas sobrevive em ambientes internos desde que não falte rega regular;
Adubação: a cada 30–45 dias com adubo equilibrado (NPK 10-10-10 ou similares) ou matéria orgânica;
Rega: regular, sempre que a superfície do solo estiver seca. Não tolera encharcamento prolongado.
Vasos de barro, cerâmica ou cimento são ideais para a costela-de-adão devido à porosidade, que evita o encharcamento das raízes ao permitir a aeração e a evaporação do excesso de água
Unsplash/Huy Phan/Creative Commons
Para o cultivo em vasos, comece com um recipiente de tamanho médio a grande, e troque conforme a planta se desenvolve. “Use vasos com furos e uma camada de drenagem com brita e argila expandida. Como a planta gosta de ‘subir’, é ideal usar estacas, troncos ou tutores revestidos de fibra de coco”, orienta Flávia.
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A propagação da costela-de-adão pode ser feita por estacas ou por divisão de touceira. A seguir, Flávia ensina o método de estaquia, mais utilizado:
Corte um pedaço do caule que tenha pelo menos um nó e uma raiz aérea;
Coloque na água até emitir raízes, ou plante direto em um substrato leve e úmido;
Mantenha em local iluminado (sem sol direto) e com umidade moderada;
Em poucas semanas, a muda começará a firmar.
Quando surgem os frutos?
A inflorescência inicial é uma espiga envolta por uma bráctea branca, que se transforma em um fruto comestível, semelhante a uma espiga de milho verde, com uma casca formada por segmentos hexagonais
Avenida/Wikimedia Commons
Depois de aprender sobre o cultivo, é hora de entender a frutificação da planta, responsável por sua classificação como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). “O fruto parece uma espiga alongada, verde e com ‘escamas’, que pode levar cerca de 10 a 14 meses para amadurecer totalmente. É um processo bem demorado”, revela Flávia.
“A costela-de-adão produz seus frutos após a floração, que é discreta e muitas vezes passa despercebida. Em condições ideais, a frutificação acontece normalmente na primavera e no verão, podendo se estender conforme o clima da região”, ela complementa.
Quando colher o fruto da costela-de-adão?
A paciência é a chave para saborear o fruto da costela-de-adão, que é tóxico enquanto verde. Quando maduro, suas escamas se desprendem espontaneamente. Nesse estágio, ele libera um aroma adocicado característico e a polpa se solta com facilidade. O amadurecimento ocorre progressivamente, de baixo para cima.
As escamas que cobrem o fruto da costela-de-adão se soltam, indicando seu amadurecimento e expondo a polpa esbranquiçada e comestível
B.navez/Wikimedia Commons
“As escamas da parte inferior começam a se soltar sozinhas. A polpa exposta fica amarela, macia e muito perfumada. Só coma a parte cuja ‘escama’ já caiu naturalmente. Nunca force a retirada das partes superiores — isso indica que o fruto ainda não está totalmente maduro”, aponta a jardineira.
A colheita deve ser feita manualmente, retirando com cuidado apenas os gomos que se soltam naturalmente. “Colha quando a espiga já estiver desenvolvida, firme e ainda verde. Deixe amadurecer fora da planta, em local fresco e ventilado. Não tente abrir ou comer antes da hora”, ela ressalta.
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Propriedades e benefícios à saúde
Segundo o nutricionista clínico Eduardo Corassa, o fruto da costela-de-adão é uma excelente fonte de vitaminas e nutrientes, com baixo teor de gorduras e carboidratos. “É rico em vitamina C, possui pequenas quantidades de vitaminas do complexo B, fibras e carboidratos naturais. Também contém compostos aromáticos e antioxidantes que contribuem para o sabor e benefícios metabólicos”, afirma.
Para aproveitar os benefícios do fruto, ele deve estar completamente maduro. “Quando maduro, o fruto é rico em antioxidantes, ajuda na saúde digestiva, fortalece o sistema imune pela vitamina C e fornece energia limpa por causa dos carboidratos simples da polpa. As fibras ajudam na saciedade e no bom funcionamento do intestino”, acrescenta.
Como consumir o fruto da costela-de-adão
O sabor do fruto é uma mistura de abacaxi e banana, com um toque que pode lembrar jaca ou tutti-frutti. “A textura é cremosa, lembrando um purê de fruta tropical, quase como uma banana bem madura com notas cítricas”, opina Eduardo.
A regra fundamental para consumir o fruto da costela-de-adão com segurança é esperar que ele amadureça completamente
KENPEI/Wikimedia Commons
“Pode ser consumido cru, diretamente da espiga ou usado em receitas como smoothies, sorvetes naturais, cremes e sobremesas crudívoras ou geleias cruas”, sugere o nutricionista. O profissional enfatiza que o fruto nunca deve ser consumido verde ou parcialmente verde.
Por ser uma fruta densa, aromática e relativamente energética, uma porção entre ½ e 1 xícara da polpa já é suficiente. “Pode ser consumida de duas a três vezes por semana, variando conforme a dieta e a tolerância individual”, ele orienta. O consumo moderado do fruto maduro é, em geral, seguro.
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Riscos de consumir o fruto verde
Devido à alta concentração de cristais raphides de oxalato de cálcio, o consumo do fruto verde da costela-de-adão é tóxico e pode causar sérios problemas de saúde. “Esses cristais perfuram a mucosa oral, causando irritação mecânica direta, o que gera a ardência e sensação de queimadura. À medida que o fruto amadurece, esses cristais se degradam”, explica o nutricionista.
Por isso, o fruto só é seguro para consumo quando as escamas começarem a cair naturalmente. “Esse processo indica que os cristais de oxalato de cálcio se degradaram, tornando a fruta não irritante e totalmente comestível”, ele esclarece. Os sintomas de ingestão da fruta verde incluem ardência intensa na boca e na garganta, sensação de agulhadas, irritação gastrointestinal e dificuldade para engolir.
Cuidados essenciais
Antes de consumir, certifique-se de que a planta é, de fato, a Monstera deliciosa, pois os frutos de outras espécies como o guaimbê são tóxicas mesmo maduras. O fruto maduro da costela-de-adão deve ter escamas que se soltam sozinhas, aroma adocicado e a polpa amarelada.
Embora parecidas por suas folhas grandes e recortadas, a principal diferença é que o guaimbê tem as bordas das folhas rasgadas por completo, enquanto a costela-de-adão possui furos que não chegam às bordas, criando um padrão único e icônico
Flickr/Mauricio Mercadante/Creative Commons
“O fruto é alongado, com formato de espiga e escamas hexagonais verdes. O cheiro do fruto maduro é forte, doce e frutado — diferente de espécies tóxicas do gênero Philodendron, que também têm folhas recortadas mas não produzem frutos comestíveis”, compara e finaliza o nutricionista clínico.
Atenção: além dos frutos verdes, as outras partes da costela-de-adão, como folhas, caule e seiva, também possuem altos níveis de oxalato de cálcio e não devem ser consumidos.
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“É uma planta tropical de crescimento rápido, com folhas grandes, brilhantes e recortadas. Forma raízes aéreas, cresce de forma escandente (para cima, apoiando-se em tutores) e pode atingir mais de dois metros em ambientes internos bem cuidados. Ela também é conhecida por produzir um fruto delicioso – por isso o nome científico – e pouca gente sabe disso”, detalha Flávia Kremer, jardineira e florista.
Como cultivar a costela-de-adão
A costela-de-adão se desenvolve bem em ambientes internos, desde que receba boa luminosidade indireta, sem sol direto para não queimar suas folhas
Huy Phan/Pexels/Creative Commons
Resistente, rústica e ornamental, a Monstera deliciosa é uma planta trepadeira que se desenvolve melhor quando apoiada em um tutor ou tronco. “Ela é ideal para ambientes internos arejados ou jardins com sombra. Vai bem sozinha como ‘planta foco’ e também funciona lindamente em composições verdes”, afirma Flávia. Confira as recomendações de cultivo:
Luz: indireta forte, mas queima com sol intenso direto.
Solo: leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. Misturas com fibra de coco, terra vegetal e um pouco de areia funcionam bem;
Umidade: alta, mas sobrevive em ambientes internos desde que não falte rega regular;
Adubação: a cada 30–45 dias com adubo equilibrado (NPK 10-10-10 ou similares) ou matéria orgânica;
Rega: regular, sempre que a superfície do solo estiver seca. Não tolera encharcamento prolongado.
Vasos de barro, cerâmica ou cimento são ideais para a costela-de-adão devido à porosidade, que evita o encharcamento das raízes ao permitir a aeração e a evaporação do excesso de água
Unsplash/Huy Phan/Creative Commons
Para o cultivo em vasos, comece com um recipiente de tamanho médio a grande, e troque conforme a planta se desenvolve. “Use vasos com furos e uma camada de drenagem com brita e argila expandida. Como a planta gosta de ‘subir’, é ideal usar estacas, troncos ou tutores revestidos de fibra de coco”, orienta Flávia.
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A propagação da costela-de-adão pode ser feita por estacas ou por divisão de touceira. A seguir, Flávia ensina o método de estaquia, mais utilizado:
Corte um pedaço do caule que tenha pelo menos um nó e uma raiz aérea;
Coloque na água até emitir raízes, ou plante direto em um substrato leve e úmido;
Mantenha em local iluminado (sem sol direto) e com umidade moderada;
Em poucas semanas, a muda começará a firmar.
Quando surgem os frutos?
A inflorescência inicial é uma espiga envolta por uma bráctea branca, que se transforma em um fruto comestível, semelhante a uma espiga de milho verde, com uma casca formada por segmentos hexagonais
Avenida/Wikimedia Commons
Depois de aprender sobre o cultivo, é hora de entender a frutificação da planta, responsável por sua classificação como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). “O fruto parece uma espiga alongada, verde e com ‘escamas’, que pode levar cerca de 10 a 14 meses para amadurecer totalmente. É um processo bem demorado”, revela Flávia.
“A costela-de-adão produz seus frutos após a floração, que é discreta e muitas vezes passa despercebida. Em condições ideais, a frutificação acontece normalmente na primavera e no verão, podendo se estender conforme o clima da região”, ela complementa.
Quando colher o fruto da costela-de-adão?
A paciência é a chave para saborear o fruto da costela-de-adão, que é tóxico enquanto verde. Quando maduro, suas escamas se desprendem espontaneamente. Nesse estágio, ele libera um aroma adocicado característico e a polpa se solta com facilidade. O amadurecimento ocorre progressivamente, de baixo para cima.
As escamas que cobrem o fruto da costela-de-adão se soltam, indicando seu amadurecimento e expondo a polpa esbranquiçada e comestível
B.navez/Wikimedia Commons
“As escamas da parte inferior começam a se soltar sozinhas. A polpa exposta fica amarela, macia e muito perfumada. Só coma a parte cuja ‘escama’ já caiu naturalmente. Nunca force a retirada das partes superiores — isso indica que o fruto ainda não está totalmente maduro”, aponta a jardineira.
A colheita deve ser feita manualmente, retirando com cuidado apenas os gomos que se soltam naturalmente. “Colha quando a espiga já estiver desenvolvida, firme e ainda verde. Deixe amadurecer fora da planta, em local fresco e ventilado. Não tente abrir ou comer antes da hora”, ela ressalta.
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Propriedades e benefícios à saúde
Segundo o nutricionista clínico Eduardo Corassa, o fruto da costela-de-adão é uma excelente fonte de vitaminas e nutrientes, com baixo teor de gorduras e carboidratos. “É rico em vitamina C, possui pequenas quantidades de vitaminas do complexo B, fibras e carboidratos naturais. Também contém compostos aromáticos e antioxidantes que contribuem para o sabor e benefícios metabólicos”, afirma.
Para aproveitar os benefícios do fruto, ele deve estar completamente maduro. “Quando maduro, o fruto é rico em antioxidantes, ajuda na saúde digestiva, fortalece o sistema imune pela vitamina C e fornece energia limpa por causa dos carboidratos simples da polpa. As fibras ajudam na saciedade e no bom funcionamento do intestino”, acrescenta.
Como consumir o fruto da costela-de-adão
O sabor do fruto é uma mistura de abacaxi e banana, com um toque que pode lembrar jaca ou tutti-frutti. “A textura é cremosa, lembrando um purê de fruta tropical, quase como uma banana bem madura com notas cítricas”, opina Eduardo.
A regra fundamental para consumir o fruto da costela-de-adão com segurança é esperar que ele amadureça completamente
KENPEI/Wikimedia Commons
“Pode ser consumido cru, diretamente da espiga ou usado em receitas como smoothies, sorvetes naturais, cremes e sobremesas crudívoras ou geleias cruas”, sugere o nutricionista. O profissional enfatiza que o fruto nunca deve ser consumido verde ou parcialmente verde.
Por ser uma fruta densa, aromática e relativamente energética, uma porção entre ½ e 1 xícara da polpa já é suficiente. “Pode ser consumida de duas a três vezes por semana, variando conforme a dieta e a tolerância individual”, ele orienta. O consumo moderado do fruto maduro é, em geral, seguro.
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Riscos de consumir o fruto verde
Devido à alta concentração de cristais raphides de oxalato de cálcio, o consumo do fruto verde da costela-de-adão é tóxico e pode causar sérios problemas de saúde. “Esses cristais perfuram a mucosa oral, causando irritação mecânica direta, o que gera a ardência e sensação de queimadura. À medida que o fruto amadurece, esses cristais se degradam”, explica o nutricionista.
Por isso, o fruto só é seguro para consumo quando as escamas começarem a cair naturalmente. “Esse processo indica que os cristais de oxalato de cálcio se degradaram, tornando a fruta não irritante e totalmente comestível”, ele esclarece. Os sintomas de ingestão da fruta verde incluem ardência intensa na boca e na garganta, sensação de agulhadas, irritação gastrointestinal e dificuldade para engolir.
Cuidados essenciais
Antes de consumir, certifique-se de que a planta é, de fato, a Monstera deliciosa, pois os frutos de outras espécies como o guaimbê são tóxicas mesmo maduras. O fruto maduro da costela-de-adão deve ter escamas que se soltam sozinhas, aroma adocicado e a polpa amarelada.
Embora parecidas por suas folhas grandes e recortadas, a principal diferença é que o guaimbê tem as bordas das folhas rasgadas por completo, enquanto a costela-de-adão possui furos que não chegam às bordas, criando um padrão único e icônico
Flickr/Mauricio Mercadante/Creative Commons
“O fruto é alongado, com formato de espiga e escamas hexagonais verdes. O cheiro do fruto maduro é forte, doce e frutado — diferente de espécies tóxicas do gênero Philodendron, que também têm folhas recortadas mas não produzem frutos comestíveis”, compara e finaliza o nutricionista clínico.
Atenção: além dos frutos verdes, as outras partes da costela-de-adão, como folhas, caule e seiva, também possuem altos níveis de oxalato de cálcio e não devem ser consumidos.



