Jacqueline Terpins, Carol Gay e Cris Bertolucci dissecam intersecção entre design e arte em talk na mostra Fronteiras do Design

Na última quarta-feira (18), as designers participaram do bate-papo “Design como manifestação artística” no Parque Global Cultural, em São Paulo Peças especialíssimas, fruto de uma mescla de pesquisa, esmero técnico e beleza, que transcendem a mera funcionalidade: assim podemos definir o trabalho das designers Jacqueline Terpins, Carol Gay e Cris Bertolucci. Reconhecidas internacionalmente por seus itens, que possuem silhuetas inusitadas e técnicas artesanais inovadoras, as profissionais participaram de um bate-papo exclusivo para convidados na última quarta-feira (18). Elas foram até a mostra Fronteiras do Design, no Parque Global. A exposição apresenta uma série de peças de mobiliário que mergulham nos últimos cinquenta anos do design brasileiro, com itens de Zanini de Zanine, Fernando e Humberto Campana, Rodrigo Almeida e mais – a curadoria afiada leva a assinatura da Casa Vogue.
O talk com o tema “Design como manifestação artística”, guiado pelo diretor de redação Guilherme Amorozo, abordou pontos-chave da carreira de cada uma, como o momento em que elas se apaixonaram pelo mobiliário. Com formações acadêmicas diversas, elas acharam no design uma forma única de se expressar. “É a partir da emoção que eu me guio. Estou preocupada com o que desejo fazer e com a minha própria relação com a matéria-prima”, disse Jacqueline Terpins. Foi em um grupo de estudos liderado pelo artista Ivan Serpa que ela conheceu novas possibilidades de criação, baseadas nos sentimentos.
Jacqueline Terpins
Lu Prezia
Além de falarem sobre suas carreiras, elas ainda compartilharam mais detalhes de seus processos criativos e suas relações com os materiais que trabalham, tendo como ponto de partida suas peças expostas no espaço. A luminária Bicho Pau, de Cris Bertolucci, destaca o trabalho da paulista com bronze, e faz parte de uma série de itens feitos com caules e galhos encontrados em seu sítio do interior. “O bronze me representa. Ele é muito expressivo”, explicou. Já o vaso Paralelepípedo, de Carol Gay, utiliza a forma imprevisível do vidro para criar uma obra de arte inspirada na vida nas cidades. A mesa lateral Besame Mucho, de Jacqueline, segue um caminho também inesperado: “O pouso da mesa exemplifica muito bem o meu trabalho porque, mesmo com a beleza, procuro estar à beira do abismo. Meu propósito é fazer as pessoas olharem para a peça e pensarem: ‘será que ela para em pé mesmo?”.
Luminária Bicho Pau, de Cris Bertolucci
Lu Prezia
No centro, vaso Paralelepípedo, de Carol Gay
Lu Prezia
À esquerda, mesa lateral Besame Mucho, de Jacqueline Terpins
Lu Prezia
Ainda, outros temas abordados na conversa incluíram a relação do trabalho artesanal com a indústria e como é possível colaborar com ela para criar peças com viés sustentável – os itens que aproveitam o descarte de materiais são um bom exemplo. As artistas também falaram da importância da experimentação durante todo o processo criativo, já que ela pode sugerir peças inéditas. “Trabalho com uma equipe de vidraceiros e juntos discutimos como vamos chegar em uma peça específica. Nessa procura, as etapas me dão novas ideias, porque o material tem vida própria”, refletiu Jacqueline.
Jacqueline Terpins, Carol Gay e Cris Bertolucci dissecam intersecção entre design e arte em talk na mostra Fronteiras do Design
Lu Prezia
O talk faz parte de uma série de eventos geridos pelas curadoras do Parque Global Cultural, Dinda Bueno Netto e Kátia Avillez, que ocorrem no espaço da exposição. Ela é aberta ao público todos os dias, das 10h às 20h. Anote o endereço: Marginal Pinheiros, 14.500, em São Paulo. Para mais informações, acompanhe as redes sociais oficiais do empreendimento.

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