Tipo de paisagismo surge durante o período das grandes navegações, quando exploradores levavam plantas de regiões tropicais para a Europa Os jardins tropicais começaram a surgir durante o período das grandes navegações, quando exploradores e botânicos europeus, fascinados pelas florestas tropicais, levavam plantas destas regiões para a Europa.
“No início, elas eram cultivadas em estufas, já que o clima europeu não permitia o plantio ao ar livre”, conta Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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Embora essas paisagens sempre tenham existido naturalmente, a concepção de um jardim tropical como estilo paisagístico começou a se desenvolver com mais força no século 19, durante o auge das expedições botânicas.
O Parque Lage, no Rio de Janeiro, é um exemplo de jardim tropical brasileiro
Alexandre Cesar Salem e Silva/Wikimedia Commons
“Os exploradores europeus voltavam das colônias com espécies exóticas e ornamentais – palmeiras, bromélias, orquídeas –, inspirando projetos que buscavam reproduzir a exuberância dessas florestas nos jardins das mansões e dos palácios”, fala o biólogo e paisagista Eduardo Hortenciano.
Segundo os especialistas, é difícil apontar exatamente qual foi o primeiro jardim com paisagismo tropical da história. “Muitos dos primeiros exemplares eram, na verdade, jardins botânicos que misturavam plantas de várias partes do mundo”, relembra Alexandre.
Um dos registros mais antigos de um jardim pensado para recriar uma paisagem tropical se deu no Royal Botanic Gardens de Kew, em Londres, que passou a cultivar espécies tropicais em estufas monumentais, como a Palm House, segundo Alexandre.
O Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, reúne obras de arte contemporânea e exuberantes jardins tropicais
Pedro Motta/Divulgação
Outros precursores deste estilo são os jardins botânicos criados nas colônias tropicais. Um dos mais emblemáticos é o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado em 1808 por D. João VI, com o propósito de cultivar espécies tropicais vindas de outras regiões. “O próprio Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, é um dos maiores jardins públicos tropicais do mundo”, conta Alexandre.
No mundo, os exemplos mais conhecidos incluem o Singapore Botanic Gardens, em Cingapura, que é Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); o Jardim Botânico Tropical de Nong Nooch, na Tailândia; e o Kirstenbosch Botanical Garden, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
O Royal Botanic Gardens, na Inglaterra, foi um dos primeiros a cultivar jardins tropicais dentro de estufas monumentais
Diliff/Wikimedia Commons
Os jardins do pintor Claude Monet, em Giverny, na França, também têm influências tropicais, assim como o jardim Majorelle, em Marrakech, no Marrocos, que mistura tropicalismo com exotismo marroquino e foi lar do renomado estilista Yves Saint Laurent.
No Brasil, o arquiteto paisagista Roberto Burle Marx foi pioneiro na criação de jardins tropicais com uma linguagem estética própria, fora do contexto dos jardins botânicos, aponta Alexandre. Ele também foi um dos grandes responsáveis por disseminar e valorizar as plantas nativas brasileiras no paisagismo.
“Ele foi o primeiro a mostrar que as espécies tropicais poderiam ser protagonistas de projetos sofisticados, modernos e com identidade própria”, destaca o botânico.
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Os jardins do pintor Claude Monet, em Giverny, na França, têm influências tropicais
Michal Osmenda/Wikimedia Commons
Um exemplo marcante é o jardim de sua própria residência em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro (RJ), um ícone do paisagismo tropical moderno, hoje conhecido como Sítio Roberto Burle Marx, e que serviu como laboratório para suas criações.
Há, ainda, as obras de Burle Marx espalhadas por várias cidades do Brasil, como o Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP), idealizado em parceria com Oscar Niemeyer, e o jardim do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, entre outros.
Conforme Eduardo, os jardins tropicais nacionais incluem também o Parque Lage, no Rio, que une arquitetura e vegetação exuberante, e o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), que mescla arte contemporânea com jardins tropicais assinados por grandes paisagistas.
O Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, que serviu como laboratório para as criações tropicais do arquiteto paisagista
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Características e espécies
O jardim tropical tem como marca registrada a exuberância, com uma grande diversidade de plantas de cores e formas diferentes. “São espaços cheios de vida, com muitas camadas de vegetação, sobreposição de texturas e uma explosão de verdes de diferentes tons”, relata Alexandre.
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As linhas do paisagismo são mais soltas e naturais, fugindo do visual ordenado ou geométrico comuns em outros estilos paisagísticos, como o italiano e o francês. Outro ponto forte é o clima de frescor, criado pela presença de água e pela sombra de plantas de grande porte.
“Ele recria a atmosfera úmida e vibrante das florestas tropicais com plantas de folhagem larga, textura variada, volumes altos e baixos, e floração intensa. A ideia é criar uma ambientação natural, viva e envolvente”, aponta Eduardo.
O Jardim do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, é uma criação tropical de Burle Marx
Senado Federal/Wikimedia Commons
Segundo Alexandre, as espécies costumam ser bastante variadas, mas algumas plantas são quase que obrigatórias: bromélias, helicônias, filodendros, palmeiras, samambaias e orquídeas.
Eduardo lista as espécies tropicais mais comuns nestes jardins:
Palmeiras, como a ráfis, a areca e a palmeira-leque;
Strelitzias, também conhecidas como ave-do-paraíso;
Helicônias;
Alocásias, caládios e costelas-de-adão;
Bromélias e antúrios;
Marantas, filodendros e jiboias;
Bananeiras ornamentais, como a Musa ornata.
O Jardim Botânico Tropical de Nong Nooch fica na Tailândia e tem características únicas
Flickr/Scott Zona/Creative Commons
Além das plantas, alguns elementos costumam estar presentes em um jardim tropical:
Espelhos d’água, lagos e fontes, que reforçam a sensação de frescor;
Caminhos de traçado mais orgânico, feitos com pedras, madeira ou até terra batida;
Iluminação quente e indireta, posicionadas entre as plantas ou refletindo na água;
Vasos de barro, cerâmica ou cimento queimado, que ajudam a reforçar o clima natural;
Pérgolas ou cantos de sombra com redes e móveis de madeira.
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Como montar um jardim tropical em casa
Para criar um pequeno jardim tropical em casa, aposte em um ambiente com bastante diversidade de texturas e alturas. Segundo Eduardo, não podem faltar plantas de folhagem marcante, como costela-de-adão, pacová, palmeiras ou helicônias.
“Mesmo que o espaço seja pequeno, o segredo está na sobreposição: plantas altas ao fundo, espécies de médio porte no meio e forrações próximas ao solo”, ensina Alexandre.
O Kirstenbosch Botanical Garden, na Cidade do Cabo, na África do Sul, reúne diversas espécies tropicais
Discott/Wikimedia Commons
Os especialistas destacam ser essencial manter um bom sistema de irrigação, já que esses jardins precisam de umidade constante. Vale também prever espaços sombreados e ao abrigo do vento, pois muitas espécies tropicais não toleram insolação e frio excessivos.
“Observe bem o espaço disponível e a quantidade de luz que ele recebe ao longo do dia. Depois, escolha plantas que combinem com essas condições. Se for uma área com bastante sol, palmeiras como o jerivá, são uma ótima opção. Em espaços mais sombreados, filodendros, helicônias, antúrios e bromélias funcionam super bem”, orienta Alexandre.
O Singapore Botanic Gardens, em Cingapura, é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO
Pexels/Febe Vanermen/Creative Commons
Para reforçar ainda mais a identidade tropical, vale incluir elementos como caminhos de pedra, painéis de madeira e um espelho d’água pequeno. “Explore formas geométricas livres nos canteiros, criando movimento e contraste entre os diferentes tipos de folhagem”, diz o botânico.
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Veja abaixo um passo a passo sugerido por Eduardo:
Planeje o sombreamento e a umidade: muitas espécies gostam de luz filtrada e solos ricos e úmidos;
Comece com o esqueleto do jardim: inclua palmeiras de pequeno porte ou strelitzias como plantas estruturais;
Use plantas de diferentes alturas e texturas: bromélias, marantas, caládios e samambaias dão o efeito “floresta”;
Mantenha o solo adubado e bem drenado, nunca seco;
Evite podas excessivas: a graça do jardim tropical é sua aparência natural, um pouco selvagem;
Inclua elementos de madeira, pedra e água para reforçar a ambientação.
No Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, o espelho d’água marca o paisagismo tropical do espaço
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Algumas espécies ideais para jardins tropicais domésticos:
Alocasia amazônica;
Maranta tricolor;
Filodendro-brasil;
Ráfis (Rhapis excelsa);
Antúrios e lírios-da-paz;
Bromélias terrestres ou epífitas.
“No início, elas eram cultivadas em estufas, já que o clima europeu não permitia o plantio ao ar livre”, conta Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
Leia mais
Embora essas paisagens sempre tenham existido naturalmente, a concepção de um jardim tropical como estilo paisagístico começou a se desenvolver com mais força no século 19, durante o auge das expedições botânicas.
O Parque Lage, no Rio de Janeiro, é um exemplo de jardim tropical brasileiro
Alexandre Cesar Salem e Silva/Wikimedia Commons
“Os exploradores europeus voltavam das colônias com espécies exóticas e ornamentais – palmeiras, bromélias, orquídeas –, inspirando projetos que buscavam reproduzir a exuberância dessas florestas nos jardins das mansões e dos palácios”, fala o biólogo e paisagista Eduardo Hortenciano.
Segundo os especialistas, é difícil apontar exatamente qual foi o primeiro jardim com paisagismo tropical da história. “Muitos dos primeiros exemplares eram, na verdade, jardins botânicos que misturavam plantas de várias partes do mundo”, relembra Alexandre.
Um dos registros mais antigos de um jardim pensado para recriar uma paisagem tropical se deu no Royal Botanic Gardens de Kew, em Londres, que passou a cultivar espécies tropicais em estufas monumentais, como a Palm House, segundo Alexandre.
O Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, reúne obras de arte contemporânea e exuberantes jardins tropicais
Pedro Motta/Divulgação
Outros precursores deste estilo são os jardins botânicos criados nas colônias tropicais. Um dos mais emblemáticos é o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado em 1808 por D. João VI, com o propósito de cultivar espécies tropicais vindas de outras regiões. “O próprio Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, é um dos maiores jardins públicos tropicais do mundo”, conta Alexandre.
No mundo, os exemplos mais conhecidos incluem o Singapore Botanic Gardens, em Cingapura, que é Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); o Jardim Botânico Tropical de Nong Nooch, na Tailândia; e o Kirstenbosch Botanical Garden, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
O Royal Botanic Gardens, na Inglaterra, foi um dos primeiros a cultivar jardins tropicais dentro de estufas monumentais
Diliff/Wikimedia Commons
Os jardins do pintor Claude Monet, em Giverny, na França, também têm influências tropicais, assim como o jardim Majorelle, em Marrakech, no Marrocos, que mistura tropicalismo com exotismo marroquino e foi lar do renomado estilista Yves Saint Laurent.
No Brasil, o arquiteto paisagista Roberto Burle Marx foi pioneiro na criação de jardins tropicais com uma linguagem estética própria, fora do contexto dos jardins botânicos, aponta Alexandre. Ele também foi um dos grandes responsáveis por disseminar e valorizar as plantas nativas brasileiras no paisagismo.
“Ele foi o primeiro a mostrar que as espécies tropicais poderiam ser protagonistas de projetos sofisticados, modernos e com identidade própria”, destaca o botânico.
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Os jardins do pintor Claude Monet, em Giverny, na França, têm influências tropicais
Michal Osmenda/Wikimedia Commons
Um exemplo marcante é o jardim de sua própria residência em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro (RJ), um ícone do paisagismo tropical moderno, hoje conhecido como Sítio Roberto Burle Marx, e que serviu como laboratório para suas criações.
Há, ainda, as obras de Burle Marx espalhadas por várias cidades do Brasil, como o Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP), idealizado em parceria com Oscar Niemeyer, e o jardim do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, entre outros.
Conforme Eduardo, os jardins tropicais nacionais incluem também o Parque Lage, no Rio, que une arquitetura e vegetação exuberante, e o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), que mescla arte contemporânea com jardins tropicais assinados por grandes paisagistas.
O Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, que serviu como laboratório para as criações tropicais do arquiteto paisagista
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Características e espécies
O jardim tropical tem como marca registrada a exuberância, com uma grande diversidade de plantas de cores e formas diferentes. “São espaços cheios de vida, com muitas camadas de vegetação, sobreposição de texturas e uma explosão de verdes de diferentes tons”, relata Alexandre.
Leia mais
As linhas do paisagismo são mais soltas e naturais, fugindo do visual ordenado ou geométrico comuns em outros estilos paisagísticos, como o italiano e o francês. Outro ponto forte é o clima de frescor, criado pela presença de água e pela sombra de plantas de grande porte.
“Ele recria a atmosfera úmida e vibrante das florestas tropicais com plantas de folhagem larga, textura variada, volumes altos e baixos, e floração intensa. A ideia é criar uma ambientação natural, viva e envolvente”, aponta Eduardo.
O Jardim do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, é uma criação tropical de Burle Marx
Senado Federal/Wikimedia Commons
Segundo Alexandre, as espécies costumam ser bastante variadas, mas algumas plantas são quase que obrigatórias: bromélias, helicônias, filodendros, palmeiras, samambaias e orquídeas.
Eduardo lista as espécies tropicais mais comuns nestes jardins:
Palmeiras, como a ráfis, a areca e a palmeira-leque;
Strelitzias, também conhecidas como ave-do-paraíso;
Helicônias;
Alocásias, caládios e costelas-de-adão;
Bromélias e antúrios;
Marantas, filodendros e jiboias;
Bananeiras ornamentais, como a Musa ornata.
O Jardim Botânico Tropical de Nong Nooch fica na Tailândia e tem características únicas
Flickr/Scott Zona/Creative Commons
Além das plantas, alguns elementos costumam estar presentes em um jardim tropical:
Espelhos d’água, lagos e fontes, que reforçam a sensação de frescor;
Caminhos de traçado mais orgânico, feitos com pedras, madeira ou até terra batida;
Iluminação quente e indireta, posicionadas entre as plantas ou refletindo na água;
Vasos de barro, cerâmica ou cimento queimado, que ajudam a reforçar o clima natural;
Pérgolas ou cantos de sombra com redes e móveis de madeira.
Leia mais
Como montar um jardim tropical em casa
Para criar um pequeno jardim tropical em casa, aposte em um ambiente com bastante diversidade de texturas e alturas. Segundo Eduardo, não podem faltar plantas de folhagem marcante, como costela-de-adão, pacová, palmeiras ou helicônias.
“Mesmo que o espaço seja pequeno, o segredo está na sobreposição: plantas altas ao fundo, espécies de médio porte no meio e forrações próximas ao solo”, ensina Alexandre.
O Kirstenbosch Botanical Garden, na Cidade do Cabo, na África do Sul, reúne diversas espécies tropicais
Discott/Wikimedia Commons
Os especialistas destacam ser essencial manter um bom sistema de irrigação, já que esses jardins precisam de umidade constante. Vale também prever espaços sombreados e ao abrigo do vento, pois muitas espécies tropicais não toleram insolação e frio excessivos.
“Observe bem o espaço disponível e a quantidade de luz que ele recebe ao longo do dia. Depois, escolha plantas que combinem com essas condições. Se for uma área com bastante sol, palmeiras como o jerivá, são uma ótima opção. Em espaços mais sombreados, filodendros, helicônias, antúrios e bromélias funcionam super bem”, orienta Alexandre.
O Singapore Botanic Gardens, em Cingapura, é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO
Pexels/Febe Vanermen/Creative Commons
Para reforçar ainda mais a identidade tropical, vale incluir elementos como caminhos de pedra, painéis de madeira e um espelho d’água pequeno. “Explore formas geométricas livres nos canteiros, criando movimento e contraste entre os diferentes tipos de folhagem”, diz o botânico.
Leia mais
Veja abaixo um passo a passo sugerido por Eduardo:
Planeje o sombreamento e a umidade: muitas espécies gostam de luz filtrada e solos ricos e úmidos;
Comece com o esqueleto do jardim: inclua palmeiras de pequeno porte ou strelitzias como plantas estruturais;
Use plantas de diferentes alturas e texturas: bromélias, marantas, caládios e samambaias dão o efeito “floresta”;
Mantenha o solo adubado e bem drenado, nunca seco;
Evite podas excessivas: a graça do jardim tropical é sua aparência natural, um pouco selvagem;
Inclua elementos de madeira, pedra e água para reforçar a ambientação.
No Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, o espelho d’água marca o paisagismo tropical do espaço
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Algumas espécies ideais para jardins tropicais domésticos:
Alocasia amazônica;
Maranta tricolor;
Filodendro-brasil;
Ráfis (Rhapis excelsa);
Antúrios e lírios-da-paz;
Bromélias terrestres ou epífitas.