Lâmpada solar para jardim: como funciona e dicas de uso

A lâmpada solar para jardim é uma alternativa prática e sustentável para quem deseja iluminar as áreas externas da casa sem precisar fazer uma reforma completa. “É um tipo de produto destinado para ambientes que não possuem ponto elétrico para instalação, algo muito comum em jardins e quintais”, fala Guilherme Santos, especialista em design e tendências da Yamamura.
O equipamento possui um dispositivo de captação de energia — normalmente uma célula fotovoltaica — responsável por absorver a luz do sol durante o dia e armazená-la em uma bateria interna. “À noite, essa energia acumulada é utilizada para acender a luminária de forma automática”, conta o arquiteto Rodrigo Gheller, da Terraço Paisagismo.
Instalação facilitada
Por não necessitar de ponto elétrico, a instalação deste tipo de iluminação pode ser feita pelo próprio morador. O único cuidado, frisa Guilherme, é deixar o painel fotovoltaico desobstruído, para que receba a luz do sol sem grandes interferências.
Luminárias outdoor da marca Lodes, apresentadas em estande ao ar livre na Euroluce 2025
Lodes/Divulgação
“Existem as luminárias com suportes de fixação e os espetos projetores para solo, que são bastante comuns em jardins residenciais para iluminar árvores e arbustos de pequeno porte. Em geral, a instalação é simples: basta fixar a luminária no local adequado”, detalha a arquiteta Marina Makowiecky, da Allume Arquitetura de Iluminação.
A escolha do modelo ideal depende da necessidade da área a ser iluminada. Hoje, já existem postes de iluminação, balizadores, espetos, arandelas e refletores com a tecnologia.
“Refletores e postes de iluminação são indicados para uma luz mais geral e homogênea, priorizando segurança e claridade. Já balizadores e espetos costumam proporcionar uma luz mais cênica, ajudando a desenhar as vegetações e os caminhos. As arandelas, por sua vez, podem provocar efeitos diversos”, ensina Guilherme.
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A flexibilidade de poder movimentar a peça quando necessário também é um diferencial importante, que possibilita adequar as luzes às mudanças no projeto.
Economia de energia
Além da facilidade de instalação, sem a necessidade de grandes infraestruturas ou profissionais habilitados, outra vantagem da luminária solar é a economia na conta de luz, já que elas não demandam ligação elétrica e não consomem energia da rede.
“A economia gerada por esse tipo de solução precisa ser avaliada caso a caso, pois irá depender da quantidade de luminárias utilizadas. Mas, levando em consideração que as luzes do jardim ou da área externa costumam permanecer acesas durante toda a noite, por períodos de 6 a 8 horas, trocá-las por luminárias solares pode representar uma economia considerável na conta de luz”, diz Guilherme.
E em dias nublados?
Uma dúvida comum entre quem pensa em usar iluminação solar é se ela funciona se o dia estiver nublado. A resposta dos especialistas é sim, mas com algumas consideração.
No projeto do Doma Arquitetura, a iluminação indireta valoriza o jardim da área externa
Mariana Orsi/Divulgação
“Elas funcionam em dias nublados, embora a intensidade da carga dependa da quantidade de luz solar recebida. Quanto maior a exposição ao sol, maior a carga da bateria e, consequentemente, maior o tempo de funcionamento durante a noite. Em média, podem permanecer ligadas por algumas horas, de forma semelhante a um celular: quanto menos carga, menor a duração”, exemplifica Marina.
O tempo de funcionamento deste tipo de luminária depende também do modelo, da capacidade da bateria e da intensidade de iluminação que ela entrega. Em geral, a carga completa é suficiente para deixar as luzes ligadas entre 6 a 12 horas por dia.
“O cenário ideal para as luminárias solares é um dia com céu limpo e ensolarado, o que proporcionará uma carga completa e rápida, porém elas também conseguem captar energia em dias nublados, apenas levam mais tempo para concluir a carga”, afirma Guilherme.
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Acionamento automático
As luminárias solares, em geral, são equipadas com um sensor de luminosidade, que detecta quando o ambiente está escuro e emite um sinal elétrico para que as lâmpadas sejam acesas.
“O acionamento é automático, por meio de sensores que detectam a diminuição da luz natural: quando escurece, a luminária acende; ao amanhecer, ela se apaga e inicia novamente o processo de recarga”, conta Mariana.
Por isso, é muito importante garantir que o ambiente fique escuro no período noturno. “Se no seu jardim tiver um poste de iluminação conectado à rede elétrica que é ligado todas as noites, deixando o jardim iluminado, a lâmpada solar que estiver instalada perto dele pode não identificar a necessidade de acender ou não acender com 100% da capacidade”, alerta Rodrigo.
A lâmpada solar para jardim é uma opção prática para quem deseja iluminar sem quebra-quebra
Yamamura/Divulgação
Durabilidade e manutenção
Apesar das vantagens, um dos pontos de atenção levantados pelos especialistas é a questão da durabilidade das luminárias solares de jardim, que pode ser menor do que um modelo elétrico comum.
A maioria é projetada para resistir à chuva e à exposição ao tempo, de forma a garantir que o painel fotovoltaico não seja danificado pelas intempéries. Mas os modelos mais acessíveis, facilmente encontrados no mercado, tendem a ter vida útil reduzida.
“As desvantagens estão principalmente relacionadas à durabilidade. Muitos modelos populares são produzidos em plástico e utilizam resinas que, com o tempo, amarelam, diminuindo a eficiência da captação solar. Além disso, o desgaste das partes plásticas pode levar a quebras e perda da estanqueidade, comprometendo a vida útil do LED e dos componentes internos”, alerta Rodrigo.
Mariana aponta que existem luminárias solares mais técnicas e robustas, desenvolvidas para uso profissional ou mesmo para iluminação pública, que oferecem melhor desempenho e maior durabilidade. “Essas versões, por utilizarem materiais mais resistentes e sistemas de proteção adequados, tornam-se alternativas realmente funcionais e de longo prazo”, conta.
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Vale lembrar que as lâmpadas solares funcionam à bateria, que se deteriora com o passar do tempo e dos ciclos de carregamento. “Outro ponto a observar é a nível de iluminação entregue, luminárias solares podem apresentar algumas variações no fluxo luminoso, ocasionadas por um ciclo de carregamento insuficiente ou um sensor que não identifica um ambiente completamente escuro”, revela Guilherme.
As lâmpadas solares costumam ser acionadas automaticamente ao escurecer. Projeto da paisagista Catê Poli
Evelyn Müller/Divulgação
Com isso, o indicado acaba sendo a substituição da peça, já que luminárias danificadas ou que se desgastam naturalmente comprometem ou interrompem o funcionamento das lâmpadas solares.
“O painel solar pode acumular poeira ou sujeira com o passar do tempo, comprometendo sua capacidade de captação da luz do sol. Sendo assim, é recomendado a limpeza da luminária a cada 60 dias, pelo menos”, sugere Guilherme.

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