Lírio-d’água (Nymphaea spp): como cuidar, variedades e significado

Também conhecida popularmente como ninfeia, a planta aquática é ideal para o cultivo em espelhos d’água, lagos ornamentais e fontes O nome popular lírio-d’água se refere a algumas espécies do gênero Nymphaea, mais conhecidas como ninfeias. Com folhas semiflutuantes, grandes, lisas e brilhantes, e flores que se abrem ao sol, essas plantas têm um aspecto idílico e transformam qualquer espelho d’água ou lago ornamental.
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Originário de regiões da Europa, África e Ásia, o lírio-d’água se desenvolve em lagos, fontes e vasos aquáticos. Suas raízes se fixam no fundo da água, enquanto suas flores – em tons de branco, rosa, azul, amarelo, roxo ou lilás – desabrocham em busca da luz.
No projeto da paisagista Ana Veras, ninfeias embelezam o lago artifical com suas folhas e flores flutuantes
Juliano Colodeti/MCA Estúdio/Divulgação
“Não tem caule aéreo: o crescimento acontece por meio de rizomas, que se estendem na água. As flores, grandes e delicadas, abrem-se ao amanhecer e se fecham ao entardecer. Já os frutos surgem em cápsulas submersas”, afirma a paisagista Flávia D’Urso.
Nome científico do lírio-d’água
Várias espécies do gênero Nymphaea ficaram conhecidas como lírio d’água, por isso, a forma mais comum de registro é Nymphaea spp. Confira abaixo algumas variedades famosas de lírio d’água:
Nymphaea ‘Marliacea Chromatella’: híbrido criado na França no século 19, era uma das plantas preferidas do pintor Claude Monet e uma das mais apreciadas pelas flores em tom amarelo-claro com centro dourado. É uma variedade adaptada ao clima temperado, com resistência ao frio moderado. Seu crescimento vigoroso necessita de uma profundidade entre 30 e 60 cm da superfície, excelente escolha para compor espelhos-d’água com baixa manutenção.
A Nymphaea ‘Marliacea Chromatella’ tem flores amarelas com centro dourado ou amarelo vibrante
Flickr/BEARTOMCAT/Creative Commons
Nymphaea caerulea: conhecida como ninfeia azul, essa espécie nativa da África apresenta pétalas finas em tons azul-violáceos com centro amarelo brilhante. De porte médio, prospera em lagos com 50 a 60 cm de profundidade e 30 cm de lodo. Tem grande importância cultural, associada ao renascimento e à espiritualidade no Egito Antigo
A Nymphaea caerulea, conhecida popularmente como ninfeia azul, tem pétalas azuladas e centro amarelo
Flickr/Jmal/Creative Commons
Nymphaea rubra: originária da Índia, a ninfeia rubra encanta pelos tons intensos de vermelho, rosa e bordô. Trata-se de uma herbácea robusta, com folhas lisas e brilhantes, orbiculares, decíduas no inverno, de 30 a 40 cm de diâmetro. Prefere lagos com cerca de 50 a 70 cm de profundidade, e pode ser cultivada em grande parte do Brasil, especialmente onde há calor e sol pleno.
A Nymphaea rubra, conhecida popularmente como lírio d’água vermelho, pode apresentar tons de rosa
Flickr/Mohd Fizad/Creative Commons
Nymphaea alba: clássica e atemporal, é a espécie mais comum na Europa, Ásia e África, reconhecida por suas flores brancas puras e solitárias de pétalas largas e simétricas. Deve ser cultivada sob sol pleno em lagos com 30 a 50 cm de profundidade ou vasos submersos. Suas folhas são largas, verde-escuras e resistentes, flutuando com imponência sobre a água.
A Nymphaea alba tem pétalas brancas, mais largas e simétricas
Flickr/René Van Wallendael/Creative Commons
Como cultivar lírio-d’água em casa
O lírio d’água pode ser cultivado em vasos com substrato argiloso e uma camada profunda de água
Flickr/earl/Creative Commons
O cultivo do lírio d’água em casa é recomendado em espelhos d’água, fontes, lagos e recipientes fundos, com água limpa e parada. O plantio deve ocorrer ao final da primavera ou durante o verão, quando o crescimento é mais ativo. Diana Queirós, diretora da categoria de Jardim da Sodimac, ensina o passo a passo para cultivo em vasos:
Plante o rizoma inclinado em substrato argiloso, cobrindo com cascalho.
Preencha o recipiente com 20 a 40 cm de água.
Mantenha o recipiente com água limpa em local bem iluminado, preferencialmente sob sol pleno, e protegido de ventos.
A água deve ser parada e mantida em mesmo nível. Por isso, pode exigir trocas parciais e/ou reposições.
Lírio-d’água: como cuidar
O lírio-d’água necessita da incidência de luz solar direta para florescer
Flickr/Dario Corea/Creative Commons
Solo: argiloso.
Iluminação: sol pleno, com pelo menos 4 horas diárias de luz direta.
Clima: aprecia alta umidade e temperaturas entre 22 e 30 °C.
Rega: o nível da água deve ser mantido estável, com troca parcial e reposição. A rega moderada só é necessária quando o lírio d’água não estiver totalmente submerso.
Poda: regular, com a retirada de folhas e flores secas.
Adubação: com produtos próprios para plantas aquáticas, sempre diluídos na água e sem contato com as folhas.
Como fazer mudas de lírio-d’água?
O lírio-d’água costuma ser reproduzido por divisão de rizomas
Flickr/Rolf Piepenbring/Creative Commons
Para fazer mudas de lírio-d’água, você pode usar a divisão de touceira ou de rizomas. O primeiro método envolve separar novos brotos da planta-mãe, com cuidado, e replantá-los em vasos aquáticos. “Já a propagação por rizomas requer o corte de um pedaço do rizoma, garantindo que tenha gemas, e o plantio em um novo vaso com substrato adequado”, explica Diana.
Lírio-d’água: o significado da planta
Capaz de florescer mesmo em águas lodosas, o lírio d’água se tornou um símbolo de renovação e pureza
Flickr/Nob/Creative Commons
Como a maioria das plantas aquáticas, o lírio-d’água carrega a simbologia da pureza, da renovação, da espiritualidade e da serenidade. “Capaz de florescer mesmo em águas turvas, ele nos lembra ser possível crescer e se elevar mesmo em cenários desafiadores”, afirma Flávia.
Na cultura egípcia, representava o renascimento e o ciclo da criação. Já no Oriente, tornou-se um símbolo de serenidade, equilíbrio e iluminação interior. O pintor Claude Monet, um dos grandes mestres do impressionismo, eternizou os lírios-d’água em sua icônica série de pinturas Nymphéas.
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Lírio d’água em jardins filtrantes
Com a tendência de jardins filtrantes, o uso de lírios d’água no paisagismo deve crescer consideravelmente
Flickr/Luc1659/Creative Commons
Atualmente, os lírios-d’água florescem na vanguarda da sustentabilidade. Entre as novas tendências de paisagismo, destacam-se os jardins filtrantes – sistemas que unem forma e função ao integrar espécies aquáticas na purificação de águas residuais.
“Cada raiz tem um papel: absorver, reter e transformar resíduos em matéria limpa, mostrando como a natureza pode ser engenhosa aliada no cuidado com o planeta”, explica a paisagista.

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