Loft de 25 m² à beira-mar vira refúgio para hóspedes com estilo wabi-sabi

A poucos passos do mar em Xangri-lá, RS, um loft de apenas 25 m² foi projetado para locação de curta temporada. Sem mudanças estruturais, a proposta de design de interiores partiu do zero e se concentrou em soluções que traduzem bem-estar, leveza e funcionalidade. A ideia era criar uma atmosfera sensorial que envolvesse o hóspede desde o primeiro instante.
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“Nosso ponto de partida foi a simplicidade que acolhe, típica do estilo wabi-sabi, priorizando texturas naturais e uma luz suave”, explica a arquiteta Juliana Tomazi, sócia de Cristiane Roberta Pinto no escritório Craft Espaço de Arquitetura (@craft_espacodearquitetura).
DIVISÓRIA | O elemento vazado, desenhado pelo escritório, foi executado com MDF amadeirado no tom carvalho, pela Romanzza Caxias. Luminária de fibra natural traz aconchego
Morgana Pizzi/Divulgação
O proprietário buscava um espaço aconchegante, funcional e visualmente impactante, capaz de entregar uma experiência de refúgio à beira-mar. Em um espaço compacto, cozinhar, dormir, jantar e lavar roupas precisavam coexistir sem gerar conflito.
A equipe respondeu com uma estratégia de setorização fluida, comandada por uma peça protagonista: a marcenaria curva. “Ela guia o olhar e organiza o loft sem oprimir. Delimita ambientes sem fechá-los”, afirma Juliana. Essa curva central define quatro áreas principais: cozinha, lavanderia oculta, sala de jantar e dormitório.
SALA DE JANTAR INTEGRADA | As formas orgânicas estão na mesa de jantar e no espelho, da Zoom Decor, loja que também forneceu as cadeiras estofadas com as costas em palha. As portas do armário com corte a laser escondem a lavanderia e propiciam ventilação; execução da Romanzza Caxias, com MDF amadeirado no padrão carvalho
Morgana Pizzi/Divulgação
A paleta de cores foi decisiva na sensação de amplitude. As paredes e o teto receberam massa texturiza numa cor clara, que cria continuidade visual e suaviza os limites. O resultado é uma espécie de casulo acolhedor, reforçado pelas fibras naturais, madeira clara e elementos orgânicos. “Ao manter o tom uniforme, unimos os ambientes e ampliamos a percepção espacial”, comenta Juliana.
Na área de estar e de jantar, cadeiras com costas em palha, mesa orgânica e um espelho de contorno irregular ecoam o conceito wabi-sabi, destacando imperfeições naturais como beleza.
COZINHA | O espaço, com integração visual suave e iluminação indireta, tem tampo de quartzo branco e marcenaria executada com MDF no padrão carvalho, pela Romanzza Caxias
Morgana Pizzi/Divulgação
Na cozinha, o tampo de quartzo branco e a marcenaria sob medida promovem integração com a área de jantar. A iluminação indireta se torna aliada, valorizando volumes e texturas. Ao lado, portas em MDF vazado com corte a laser camuflam a lavanderia e garantem ventilação adequada — um ponto crucial para o bom uso diário. A solução inteligente, de embutir máquina de lavar e boiler na marcenaria, liberou a circulação e manteve o visual limpo.
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O dormitório se apoia na ideia de abrigo: cabeceira com palha natural, cama de linhas simples e enxoval delicado. A textura contínua das paredes reforça a sensação de envolvimento, como se o cômodo abraçasse o visitante.
BANHEIRO | O tampo em quartzo cinza, entregue pela construtora, cria uma base neutra. Cabideiro do tipo escada em bambu, da Zoom Decor. Marcenaria de MDF no padrão carvalho, executada pela Romanzza Caxias
Morgana Pizzi/Divulgação
O projeto ainda incorporou objetos que funcionam como pequenos pontos focais. O cabideiro feito de um galho natural envernizado é a síntese dessa filosofia — simples, escultórico e inesperado. “Cada detalhe procura despertar sensações: o toque, a luz, o som discreto do ambiente. Queríamos que o hóspede sentisse calma”, diz Juliana.

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