O ato de regar plantas com cubos de gelo vem ganhando popularidade entre os entusiastas da jardinagem, prometendo praticidade e uma série de benefícios, incluindo a hidratação gradual do substrato.
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A técnica surgiu como opção para as orquídeas que, por serem originárias de regiões com clima frio, podem precisar de uma queda de temperatura entre o final do verão e o início do outono para que a floração ocorra no inverno. Muitos cultivadores em climas quentes passaram então a recorrer ao método para simular essa queda de temperatura e estimular o florescimento da espécie.
Regar plantas com gelo é realmente eficiente?
Apesar de ter como objetivo facilitar o cultivo e evitar o excesso de água, a prática sozinha é pouco eficaz. Isso porque o cubo de gelo será derretido de forma lenta, e a água percorrerá o substrato sem efetivamente umedecê-lo. Ao final do procedimento, a terra continuará seca.
Não há nenhuma comprovação científica de que o uso de cubos de gelo seja superior à rega tradicional
Freepik/Creative Commons
“Infelizmente, a técnica de regar as plantas com gelo não é segura para nenhuma planta. Na realidade, elas podem até entrar em dormência, como acontece em algumas regiões de climas temperados que neva. Definitivamente não é uma coisa que ajuda as plantas”, informa Samuel Gonçalves, biólogo, professor e autor da página Um Botânico no Apartamento.
Riscos para as plantas
O derretimeto gradual do gelo pode até evitar o afogamento das plantas, mas a água gelada pode causar um choque de temperatura nas raízes, danos aos tecidos vegetais e afetar a saúde da espécie no longo prazo.
O biólogo comenta que não existe nenhum benefício comprovado da prática, e nenhuma espécie tolera o gelo nas raízes. “As principais críticas são porque o gelo pode, literalmente, acabar congelando as células que ficam na raiz. Quando a água congela, ela aumenta de volume. O fato de ela formar os cristais de gelo pode estourar as células vegetais”, completa.
A formação de cristais de gelo na planta pode comprometer os tecidos vegetais
Freepik/wirestock/Creative Commons
Para evitar recorrer ao método, o ideal é cultivar espécies adequadas ao clima e às condições de cultivo, garantindo uma boa floração sem medidas drásticas.
A rega padrão pode ser feita com mangueira, regador, torneira ou até mesmo no boxe do banheiro. Depois, basta garantir que a água escoe pelos furos de drenagem, e manter as condições de iluminação, adubação e ventilação. Uma nova rega deverá ser efetuada somente quando o solo estiver seco.
O uso de gelo pode ser benéfico para a planta?
Em contrapartida, há alguns profissionais que defendem o hábito, por permitir que os cultivadores gerenciem a água de forma controlada, evitem o apodrecimento das raízes e, por consequência, o surgimento de doenças fúngicas.
A prática de adicionar cubos de gelo às plantas surgiu como solução temporária para quem tem uma rotina corrida
Freepik/Creative Commons
“O derretimento lento e gradual da água permite que o solo absorva a umidade de forma mais eficiente, minimizando a evaporação rápida que ocorre com a rega tradicional, especialmente em climas quentes”, destaca Marcelo Gomes, gestor ambiental e especialista em arquitetura paisagística.
A ideia é justamente ter mais controle sobre a quantidade de água a ser colocada no vaso, como uma alternativa prática para o dia a dia, especialmente para aqueles que têm uma rotina corrida e nem sempre conseguem cuidar das plantas com calma.
Para isso, quando as plantas estiverem mais receptivas à hidratação, como em dias mais quentes, posicione os cubos diretamente na terra. “A frequência de rega com gelo varia de acordo com a espécie da planta, o tamanho do vaso e as condições ambientais. Em relação à quantidade, um bom ponto de partida é usar alguns cubos de gelo – dois a três para vasos pequenos, quatro a seis para vasos médios. O ideal é que a quantidade de gelo seja proporcional ao tamanho do vaso e às necessidades da planta”, acrescenta Marcelo.
A liberação lenta da água à medida que o gelo derrete evita bagunças e respingos, quando comparada à rega tradicional
Freepik/Creative Commons
Mas fique atento aos sinais de que a planta não se adaptou à prática, como o amarelamento, o murchamento e o surgimento de manchas nas folhas, bem como o crescimento atrofiado e as raízes moles ou com cheiro forte.
Quais plantas podem ser regadas com gelo?
“A rega é mais indicada para espécies que naturalmente toleram temperaturas mais baixas ou que se beneficiam de uma liberação lenta e controlada de água. Orquídeas, por exemplo, são frequentemente citadas como beneficiárias dessa técnica, pois o derretimento gradual do gelo simula as condições de umidade e drenagem que elas apreciam em seu habitat natural”, pontua o especialista.
Além disso, plantas que preferem um substrato úmido também podem se beneficiar, como o lírio-da-paz, o antúrio, a zamioculca, a espada-de-são-jorge, a jiboia e o clorofito. Espécies tropicais e suculentas que exigem solo mais seco podem sofrer choque térmico com este método.
Os cubos de gelo oferecem vantagens para plantas que preferem umidade constante
Freepik/Creative Commons
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No entanto, o gestor ambiental destaca que o gelo não substitui a rega normal. Ele atua de forma complementar para algumas espécies e situações, mas o método tradicional continua sendo a melhor opção para garantir uma hidratação completa e uniforme do substrato.
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A técnica surgiu como opção para as orquídeas que, por serem originárias de regiões com clima frio, podem precisar de uma queda de temperatura entre o final do verão e o início do outono para que a floração ocorra no inverno. Muitos cultivadores em climas quentes passaram então a recorrer ao método para simular essa queda de temperatura e estimular o florescimento da espécie.
Regar plantas com gelo é realmente eficiente?
Apesar de ter como objetivo facilitar o cultivo e evitar o excesso de água, a prática sozinha é pouco eficaz. Isso porque o cubo de gelo será derretido de forma lenta, e a água percorrerá o substrato sem efetivamente umedecê-lo. Ao final do procedimento, a terra continuará seca.
Não há nenhuma comprovação científica de que o uso de cubos de gelo seja superior à rega tradicional
Freepik/Creative Commons
“Infelizmente, a técnica de regar as plantas com gelo não é segura para nenhuma planta. Na realidade, elas podem até entrar em dormência, como acontece em algumas regiões de climas temperados que neva. Definitivamente não é uma coisa que ajuda as plantas”, informa Samuel Gonçalves, biólogo, professor e autor da página Um Botânico no Apartamento.
Riscos para as plantas
O derretimeto gradual do gelo pode até evitar o afogamento das plantas, mas a água gelada pode causar um choque de temperatura nas raízes, danos aos tecidos vegetais e afetar a saúde da espécie no longo prazo.
O biólogo comenta que não existe nenhum benefício comprovado da prática, e nenhuma espécie tolera o gelo nas raízes. “As principais críticas são porque o gelo pode, literalmente, acabar congelando as células que ficam na raiz. Quando a água congela, ela aumenta de volume. O fato de ela formar os cristais de gelo pode estourar as células vegetais”, completa.
A formação de cristais de gelo na planta pode comprometer os tecidos vegetais
Freepik/wirestock/Creative Commons
Para evitar recorrer ao método, o ideal é cultivar espécies adequadas ao clima e às condições de cultivo, garantindo uma boa floração sem medidas drásticas.
A rega padrão pode ser feita com mangueira, regador, torneira ou até mesmo no boxe do banheiro. Depois, basta garantir que a água escoe pelos furos de drenagem, e manter as condições de iluminação, adubação e ventilação. Uma nova rega deverá ser efetuada somente quando o solo estiver seco.
O uso de gelo pode ser benéfico para a planta?
Em contrapartida, há alguns profissionais que defendem o hábito, por permitir que os cultivadores gerenciem a água de forma controlada, evitem o apodrecimento das raízes e, por consequência, o surgimento de doenças fúngicas.
A prática de adicionar cubos de gelo às plantas surgiu como solução temporária para quem tem uma rotina corrida
Freepik/Creative Commons
“O derretimento lento e gradual da água permite que o solo absorva a umidade de forma mais eficiente, minimizando a evaporação rápida que ocorre com a rega tradicional, especialmente em climas quentes”, destaca Marcelo Gomes, gestor ambiental e especialista em arquitetura paisagística.
A ideia é justamente ter mais controle sobre a quantidade de água a ser colocada no vaso, como uma alternativa prática para o dia a dia, especialmente para aqueles que têm uma rotina corrida e nem sempre conseguem cuidar das plantas com calma.
Para isso, quando as plantas estiverem mais receptivas à hidratação, como em dias mais quentes, posicione os cubos diretamente na terra. “A frequência de rega com gelo varia de acordo com a espécie da planta, o tamanho do vaso e as condições ambientais. Em relação à quantidade, um bom ponto de partida é usar alguns cubos de gelo – dois a três para vasos pequenos, quatro a seis para vasos médios. O ideal é que a quantidade de gelo seja proporcional ao tamanho do vaso e às necessidades da planta”, acrescenta Marcelo.
A liberação lenta da água à medida que o gelo derrete evita bagunças e respingos, quando comparada à rega tradicional
Freepik/Creative Commons
Mas fique atento aos sinais de que a planta não se adaptou à prática, como o amarelamento, o murchamento e o surgimento de manchas nas folhas, bem como o crescimento atrofiado e as raízes moles ou com cheiro forte.
Quais plantas podem ser regadas com gelo?
“A rega é mais indicada para espécies que naturalmente toleram temperaturas mais baixas ou que se beneficiam de uma liberação lenta e controlada de água. Orquídeas, por exemplo, são frequentemente citadas como beneficiárias dessa técnica, pois o derretimento gradual do gelo simula as condições de umidade e drenagem que elas apreciam em seu habitat natural”, pontua o especialista.
Além disso, plantas que preferem um substrato úmido também podem se beneficiar, como o lírio-da-paz, o antúrio, a zamioculca, a espada-de-são-jorge, a jiboia e o clorofito. Espécies tropicais e suculentas que exigem solo mais seco podem sofrer choque térmico com este método.
Os cubos de gelo oferecem vantagens para plantas que preferem umidade constante
Freepik/Creative Commons
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No entanto, o gestor ambiental destaca que o gelo não substitui a rega normal. Ele atua de forma complementar para algumas espécies e situações, mas o método tradicional continua sendo a melhor opção para garantir uma hidratação completa e uniforme do substrato.