Fotógrafo mineiro, referência mundial na fotografia humanista, morreu em Paris aos 81 anos O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), em Paris, aos 81 anos. Reconhecido mundialmente por seu olhar sensível e profundo sobre questões sociais, humanitárias e ambientais, Salgado deixa um legado marcante na história da fotografia documental.
No sábado (24), Salgado era aguardado no vernissage de uma série de vitrais criados por seu filho Rodrigo, que tem síndrome de Down, para a igreja de Saint-Remi, na cidade de Reims, no nordeste da França. Recentemente, Salgado havia cancelado sua presença em um encontro com jornalistas também em Reims, alegando problemas de saúde. O fotógrafo enfrentava há décadas complicações crônicas decorrentes da malária, doença que contraiu durante uma de suas coberturas fotográficas nos anos 1990.
O fotógrafo mineiro era referência mundial na fotografia humanista
Francesco Prandoni/Getty Images
Nascido em Aimorés, no interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior formou-se em economia antes de se dedicar integralmente à fotografia a partir da década de 1970. Seu trabalho se destacou pelo engajamento com causas sociais e pela composição estética refinada, quase sempre em preto e branco.
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Salgado se consagrou internacionalmente no final dos anos 1980 com uma impactante série de imagens de Serra Pelada, local de mineração de ouro na Amazônia brasileira que atraiu milhares de trabalhadores em busca do sonho de riqueza. As fotografias, em preto e branco, retratam com intensidade a dureza do garimpo, os corpos cobertos de lama e as montanhas humanas formadas pela atividade frenética. A série tornou-se um marco na fotografia documental e consolidou seu estilo visual dramático e profundamente humano.
Entre seus projetos mais emblemáticos estão ainda Êxodos (2000), um retrato pungente dos fluxos migratórios e da condição de refugiados ao redor do mundo, e Trabalhadores (1993), que documenta com dramaticidade e respeito a labuta de operários em diversas partes do planeta. Outro marco em sua carreira foi Gênesis (2013), uma celebração da natureza, dos povos originários e de ecossistemas ainda intocados, realizada ao longo de oito anos e em mais de 30 regiões remotas do planeta.
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Salgado foi membro da prestigiosa agência Magnum, fundou junto com a esposa, a arquiteta e curadora Lélia Wanick Salgado, a Amazonas Images — dedicada exclusivamente à sua obra — e mais tarde o Instituto Terra, iniciativa de reflorestamento e educação ambiental em Minas Gerais. Lélia também assinava a curadoria e o design de praticamente todas as exposições e livros do fotógrafo.
Seu trabalho foi amplamente reconhecido com diversos prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes (1998) e o World Press Photo. Em 2021, foi eleito membro da Academia de Belas-Artes da França, sendo o primeiro brasileiro a ocupar essa posição. Nos últimos anos, Salgado vinha se dedicando à fotografia de projetos autorais, como o de seu filho Rodrigo, cujo talento artístico ele frequentemente exaltava em entrevistas.
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Francesco Prandoni/Getty Images
Nascido em Aimorés, no interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior formou-se em economia antes de se dedicar integralmente à fotografia a partir da década de 1970. Seu trabalho se destacou pelo engajamento com causas sociais e pela composição estética refinada, quase sempre em preto e branco.
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Entre seus projetos mais emblemáticos estão ainda Êxodos (2000), um retrato pungente dos fluxos migratórios e da condição de refugiados ao redor do mundo, e Trabalhadores (1993), que documenta com dramaticidade e respeito a labuta de operários em diversas partes do planeta. Outro marco em sua carreira foi Gênesis (2013), uma celebração da natureza, dos povos originários e de ecossistemas ainda intocados, realizada ao longo de oito anos e em mais de 30 regiões remotas do planeta.
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Salgado foi membro da prestigiosa agência Magnum, fundou junto com a esposa, a arquiteta e curadora Lélia Wanick Salgado, a Amazonas Images — dedicada exclusivamente à sua obra — e mais tarde o Instituto Terra, iniciativa de reflorestamento e educação ambiental em Minas Gerais. Lélia também assinava a curadoria e o design de praticamente todas as exposições e livros do fotógrafo.
Seu trabalho foi amplamente reconhecido com diversos prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes (1998) e o World Press Photo. Em 2021, foi eleito membro da Academia de Belas-Artes da França, sendo o primeiro brasileiro a ocupar essa posição. Nos últimos anos, Salgado vinha se dedicando à fotografia de projetos autorais, como o de seu filho Rodrigo, cujo talento artístico ele frequentemente exaltava em entrevistas.
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