Natural chic: tendência transforma o lar em refúgio consciente e sustentável

Mais do que beleza, as pessoas estão buscando viver em espaços ambientalmente responsáveis e em sintonia com a natureza; entenda! Para alguns, não basta morar em um lar bonito: ele precisa ser também sustentável, ambientalmente responsável e em sintonia com a natureza. Esse conceito, que vem ganhando força, tem sido chamado de “natural chic” ou “natural design”.
“A ideia é transformar o lar em um refúgio onde conforto e consciência caminham juntos. Não se trata apenas de estética, mas de uma mudança de mentalidade”, afirma a arquiteta Mariana Crego.
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Segundo a arquiteta Ana Paula Mello, o conceito tem marcado presença em novos projetos, atendendo um público cada vez mais preocupado com o impacto de suas ações no planeta. “É um estilo que combina elementos, materiais e formas da natureza em projetos contemporâneos, buscando harmonizar o meio construído com o meio natural”, explica.
Uma das principais vertentes do natural chic é a escolha consciente de materiais, como madeiras certificadas ou de demolição, bambu, pedras naturais, cerâmicas, fibras vegetais, vidros reciclados e acabamentos livres de compostos tóxicos.
A sala de estar tem parede com pedras brutas e volume revestido de madeira laminada, que abriga o lavabo e o elevador. Projeto da arquiteta Patricia Martinez
André Nazareth/Divulgação
“Uma parede de pedras naturais ou uma mesa de centro de tronco de árvore são detalhes que trazem o conceito de forma harmônica, combinando elementos naturais com toques contemporâneos”, aponta a arquiteta Danielle Dantas, sócia de Paula Passos no escritório Dantas & Passos Arquitetura.
Vigas e pilar de concreto contam a história do prédio dos anos 1950, valorizada pela marcenaria, com prateleiras de madeira natural. Projeto da arquiteta Carolina Munhoz
Renato Navarro/Divulgação
O estilo prioriza o uso de materiais que possam ser extraídos de cadeias sustentáveis. “Hoje, temos acesso a soluções ecológicas muito elegantes. A madeira termomodificada, por exemplo, tem alta durabilidade sem uso de químicos, o que atende tanto a estética quanto a sustentabilidade”, diz Mariana.
O sistema construtivo de estrutura metálica e o uso de materiais naturais deixou a casa mais sustentável. Projeto do Studio Porto Arquitetura
Israel Gollino/Divulgação
Os projetos natural chic também são marcados pela integração do meio interno com o externo, com soluções que permitam a entrada de luz natural abundante, diminuindo a dependência do ar-condicionado.
O teto revestido de bambu é uma ideia que se categoriza como estética natural chic. Projeto do arquiteto Gustavo Prado, do escritório A+G Arquitetura
Luiza Schreier/Divulgação
“Cores neutras, terrosas e suaves, e linhas simples e mais despojadas são grandes características. São espaços agradáveis e convidativos, que priorizam a saúde e o bem-estar físico e mental dos moradores”, afirma Paula, do escritório Dantas & Passos Arquitetura.
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Para o designer de interiores Henrique Freneda, o natural chic é muito mais do que simplesmente usar móveis, acabamentos e revestimentos naturais. “É também evitar agredir o ambiente. É manter uma árvore no meio da sala, por exemplo, sem ver isso como um obstáculo. Ao contrário, ela vira uma obra de arte viva dentro da casa”, destaca.
Ele acredita que a essência do natural chic está na forma como se lida com o espaço. “Hoje, quando projetamos uma casa, buscamos integrar o jardim, deixar a natureza abundante. É uma escolha estética, sim, mas também ética. A vegetação passa a fazer parte da arquitetura, às vezes, literalmente, atravessando a espaço”, diz.
Envolvida por vidro, a suíte principal oferece uma imersão completa na natureza ao redor. Projeto da arquiteta Letícia Medeiros
Fábio Jr. Severo/Divulgação
Ainda para Henrique, há um desejo cada vez maior de se morar em espaços que tenham essa ligação com o verde, com o natural — algo impulsionado pela pandemia e que deve crescer ainda mais. “E não só como paisagem, mas de forma integrada. A natureza está voltando a ser um valor importante para quem escolhe onde vai viver”, avalia.
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“Melhora a saúde mental, reduz o estresse, traz mais equilíbrio. E quando você sabe que mora num espaço que foi construído com respeito ao meio ambiente, isso tem um peso emocional muito positivo. Nos sentimos mais conectados, mais inteiros”, argumenta o designer.

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