Está planejando uma reforma em casa e pensando em diminuir o espaço do quarto para ampliar outros ambientes? Você não está sozinho: reduzir os metros quadrados dos dormitórios para aumentar os de outras áreas da casa é uma tendência em alta. Tanto que a IKEA a destacou como uma das principais correntes que marcarão 2025.
Os motivos são dois: de um lado, as mudanças no nosso estilo de vida; de outro, o aumento incessante do preço do metro quadrado, especialmente nas cidades. “Cada vez usamos menos o espaço privado dentro de casa, dando mais protagonismo (e, portanto, mais metragem) às áreas comuns. Muitas das atividades que antes eram feitas em ambientes íntimos agora acontecem na área social. Isso pode estar ligado ao fato de as famílias terem menos membros e a convivência entre gerações ser mais próxima. Em uma sala bem distribuída, é possível ter um canto de estudos, de leitura ou de jogos, algo que antes exigia um cômodo fechado, muitas vezes anexo ao quarto ou parte dele”, explica a arquiteta Ana Cubas.
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Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
Na verdade, é necessário se perguntar: a construção tradicional das residências ainda atende ao estilo de vida atual? “Hoje, uma casa geralmente é definida pelo número de quartos, com um quarto principal maior e dois menores. Essa distribuição sugere que seus moradores são uma família com dois filhos. No entanto, esse modelo familiar representa apenas 16% da população atual. Mesmo assim, as residências continuam sendo projetadas exclusivamente para esse tipo de família. Por quê?”, questionam os especialistas do Hanghar.
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Mas, afinal, por que deveria haver hierarquias? Esse estúdio, por exemplo, propõe uma planta com uma sequência de ambientes retangulares interligados por grandes aberturas centrais, criando uma continuidade visual entre os espaços. Assim, a flexibilidade é máxima: o morador pode ter um “quarto” formado por quantos cômodos quiser no presente e, no futuro, pode alterar esse tamanho como desejar.
Projeto da arquiteta Gabriela Ikeda
Luiza Schreier
Embora essa ideia esteja ganhando força (como vimos no edifício de madeira mais alto da Catalunha), ela ainda é minoritária. No geral, nossas casas continuam separadas entre áreas sociais e áreas íntimas. Nesse contexto, sim: parece que estamos sendo levados a reduzir o tamanho dos quartos, como apontam os arquitetos do Zooco. “O alto custo do metro quadrado nas grandes cidades nos obriga a repensar as prioridades dentro da casa. Quartos menores liberam espaço para outros usos que hoje têm mais peso na vida cotidiana, como áreas de trabalho, espaços sociais ou cozinhas mais abertas.”
Claro, só porque é menor não significa que estejamos menos preocupados, ou pelo menos é o que explica o Estudio Correo Viejo: “Nas reformas de residências particulares, o quarto continua sendo um dos ambientes aos quais dedicamos bastante tempo no projeto, tanto em termos de espaço e dimensões, quanto na escolha de revestimentos”, explicam. “Já em empreendimentos residenciais, normalmente o cliente (geralmente uma incorporadora) prioriza os espaços comuns, e o quarto só precisa cumprir um pouco mais do que as medidas mínimas de habitabilidade. Na Comunidade Valenciana, por exemplo, essa metragem é de 10 m² para um quarto principal e 6 m² para um quarto individual, o que é um pouco apertado do nosso ponto de vista.”
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Quantos metros quadrados deve ter um quarto?
Quarto assinado pela arquieteta Pati Cillo
Luis Gomes
Apesar de cada região ter uma norma específica sobre o tamanho mínimo de um quarto, qual seria, em 2025, o tamanho ideal? “Pela nossa experiência no Zooco, acreditamos que um quarto principal deve ter entre 12 e 14 m². Essa metragem permite uma cama confortável, boa circulação, armário ou closet e uma sensação de amplitude sem exageros. Para quartos individuais ou secundários, entre 7 e 9 m² pode ser suficiente se o projeto for bem elaborado”, afirmam os arquitetos.
E esse “bem elaborado” pode ser a chave. Afinal, o que realmente é necessário em um quarto? “Depois de resolver a questão do armazenamento, seja com um armário dentro do próprio cômodo ou fora, num closet, o que mais nos pedem nos projetos é que o quarto simplesmente acomode a cama”, acrescenta Ana Cubas.
Nesse sentido, o tamanho da cama tem muito a dizer… e não parece ser compatível com a ideia de tornar os cômodos menores. “Assim como é cada vez mais comum os clientes desejarem o quarto apenas para dormir, também estão optando por camas maiores. Nos quartos principais, a cama de 1,35 m ou 1,40 m, que era padrão na Espanha, está sendo substituída por modelos maiores, de 1,60 m até 2×2 metros. Isso naturalmente impacta na metragem necessária do cômodo. O mais importante é garantir uma boa circulação ao redor da cama, não apenas para se deitar com facilidade, mas também para arrumar a cama com conforto. O ideal é ter uma passagem de 60 cm ao redor, o que coloca a metragem mínima de um quarto confortável entre 7 e 10 m², sem contar o espaço de armazenamento”, finaliza a arquiteta.
*Esta matéria foi publicada originalmente na Architectural Digest Espanha.
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Os motivos são dois: de um lado, as mudanças no nosso estilo de vida; de outro, o aumento incessante do preço do metro quadrado, especialmente nas cidades. “Cada vez usamos menos o espaço privado dentro de casa, dando mais protagonismo (e, portanto, mais metragem) às áreas comuns. Muitas das atividades que antes eram feitas em ambientes íntimos agora acontecem na área social. Isso pode estar ligado ao fato de as famílias terem menos membros e a convivência entre gerações ser mais próxima. Em uma sala bem distribuída, é possível ter um canto de estudos, de leitura ou de jogos, algo que antes exigia um cômodo fechado, muitas vezes anexo ao quarto ou parte dele”, explica a arquiteta Ana Cubas.
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Na verdade, é necessário se perguntar: a construção tradicional das residências ainda atende ao estilo de vida atual? “Hoje, uma casa geralmente é definida pelo número de quartos, com um quarto principal maior e dois menores. Essa distribuição sugere que seus moradores são uma família com dois filhos. No entanto, esse modelo familiar representa apenas 16% da população atual. Mesmo assim, as residências continuam sendo projetadas exclusivamente para esse tipo de família. Por quê?”, questionam os especialistas do Hanghar.
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Mas, afinal, por que deveria haver hierarquias? Esse estúdio, por exemplo, propõe uma planta com uma sequência de ambientes retangulares interligados por grandes aberturas centrais, criando uma continuidade visual entre os espaços. Assim, a flexibilidade é máxima: o morador pode ter um “quarto” formado por quantos cômodos quiser no presente e, no futuro, pode alterar esse tamanho como desejar.
Projeto da arquiteta Gabriela Ikeda
Luiza Schreier
Embora essa ideia esteja ganhando força (como vimos no edifício de madeira mais alto da Catalunha), ela ainda é minoritária. No geral, nossas casas continuam separadas entre áreas sociais e áreas íntimas. Nesse contexto, sim: parece que estamos sendo levados a reduzir o tamanho dos quartos, como apontam os arquitetos do Zooco. “O alto custo do metro quadrado nas grandes cidades nos obriga a repensar as prioridades dentro da casa. Quartos menores liberam espaço para outros usos que hoje têm mais peso na vida cotidiana, como áreas de trabalho, espaços sociais ou cozinhas mais abertas.”
Claro, só porque é menor não significa que estejamos menos preocupados, ou pelo menos é o que explica o Estudio Correo Viejo: “Nas reformas de residências particulares, o quarto continua sendo um dos ambientes aos quais dedicamos bastante tempo no projeto, tanto em termos de espaço e dimensões, quanto na escolha de revestimentos”, explicam. “Já em empreendimentos residenciais, normalmente o cliente (geralmente uma incorporadora) prioriza os espaços comuns, e o quarto só precisa cumprir um pouco mais do que as medidas mínimas de habitabilidade. Na Comunidade Valenciana, por exemplo, essa metragem é de 10 m² para um quarto principal e 6 m² para um quarto individual, o que é um pouco apertado do nosso ponto de vista.”
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E esse “bem elaborado” pode ser a chave. Afinal, o que realmente é necessário em um quarto? “Depois de resolver a questão do armazenamento, seja com um armário dentro do próprio cômodo ou fora, num closet, o que mais nos pedem nos projetos é que o quarto simplesmente acomode a cama”, acrescenta Ana Cubas.
Nesse sentido, o tamanho da cama tem muito a dizer… e não parece ser compatível com a ideia de tornar os cômodos menores. “Assim como é cada vez mais comum os clientes desejarem o quarto apenas para dormir, também estão optando por camas maiores. Nos quartos principais, a cama de 1,35 m ou 1,40 m, que era padrão na Espanha, está sendo substituída por modelos maiores, de 1,60 m até 2×2 metros. Isso naturalmente impacta na metragem necessária do cômodo. O mais importante é garantir uma boa circulação ao redor da cama, não apenas para se deitar com facilidade, mas também para arrumar a cama com conforto. O ideal é ter uma passagem de 60 cm ao redor, o que coloca a metragem mínima de um quarto confortável entre 7 e 10 m², sem contar o espaço de armazenamento”, finaliza a arquiteta.
*Esta matéria foi publicada originalmente na Architectural Digest Espanha.
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