Projeto preserva a história de imóvel em edifício dos anos 1950 no RJ

O apartamento de 110 m² em Copacabana, no Rio de Janeiro, é envolvido em atmosfera de calmaria alinhado a tons claros e elementos contemporâneos “Um refúgio de paz, conforto e acolhimento.” É assim que a arquiteta Bárbara Martini e o designer de interiores Luiz Antonio Duarte, sócios no escritório Intorno Arquitetura (@intornoarquitetura), definem o projeto que assinam para o apartamento de 110 m² em Copacabana, no Rio de Janeiro. E não poderia ser mais justo frente à rotina agitada do morador, o empresário e relações-públicas Leo Marçal.
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Dono de um mailing invejável, ele é responsável pelo sucesso de eventos — de Carnaval a festivais de música e festas —, transitando entre Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. “É um apartamento em que as pessoas chegam e dizem ‘quero ficar aqui dentro’, porque é muito aconchegante”, comemora.
RETRATO | Leo Marçal está entre a porta do escritório e a sala de jantar. Poltrona Kaori, da Zirath Home. Luminária Bauhaus, da Lumini
Diego Baptista/Divulgação
O local escolhido para a nova morada foi na mesma rua em que Leo morava, agora num prédio dos anos 1950, com um apê por andar, pé-direito alto e farta iluminação natural — do jeitinho que ele gosta.
“Quando entrei nele, logo percebi que seria possível projetá-lo como eu desejava: ambientes integrados para receber minha família e meus amigos”, relembra ele.
COZINHA | Armários misturam lâmina de madeira natural jequitibá-rosa e laca fosca verde-sálvia. Parede com revestimento Color Mind Vanilla, da Decortiles
Diego Baptista/Divulgação
Para isso, os profissionais contam que as intervenções incluíram modificações estruturais, como a demolição das paredes que separavam a sala de jantar e a cozinha para integrá-las. “Eu adoro cozinha aberta para receber, porque enquanto cozinho é possível conversar”, justifica o proprietário.
Leo Marçal arruma o vaso sobre a bancada de quartzo White Granulato, da Gigante Marmoraria
Diego Baptista/Divulgação
Também houve a ampliação do vão de acesso ao corredor da área íntima, com brises para esconder as portas das suítes, o que trouxe fluidez e entrada de ventilação e iluminação natural para o local.
A planta original, com dois quartos e dois banheiros, foi reorganizada para abrigar duas suítes — um desejo de Leo para dar conforto aos seus hóspedes. Além disso, o antigo banheiro de serviço foi reconfigurado para funcionar como banheiro social.
SALA DE JANTAR | As boiseries conversam com o rodateto original. O vão ampliado dá acesso ao corredor da área íntima, onde está o quadro A Casa das Flores, de Beto Gatti. A mesa Ginestra, da Wamovel, ganhou cadeiras Theo, da Gottems, na Zirath Home. Pendente Drop, da Interpam
Diego Baptista/Divulgação
Na decoração, o maior desafio, segundo Bárbara, foi fazer um projeto atual preservando a história do apartamento e, assim, combinar os elementos existentes às demandas do morador e ao estilo contemporâneo do escritório. Dessa forma, o rodateto com desenhos florais e o piso de taco de peroba-do-campo foram mantidos.
“Projetamos boiseries nas paredes do estar e do jantar para se alinharem a essa história, contrastando com elementos mais atuais, como a marcenaria limpa e reta feita com madeira jequitibá-rosa, que confere calor ao ambiente”, explica Luiz.
RETRATO | Leo Marçal está em seu escritório, onde até faz reuniões de trabalho
Diego Baptista/Divulgação
“O apartamento está envolvido na atmosfera de um refúgio, e isso se dá principalmente graças aos materiais e às cores selecionadas”, destaca Bárbara. Um bom exemplo é o sofá de formas arredondadas revestido de tecido buclê. “A sala é bastante usada para assistir às séries. Adoro!”, diz Leo.
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O RP também gosta de ficar em seu escritório durante o dia por conta do trabalho, onde são até realizadas reuniões. Já o quarto é o local ideal para recitar seus mantras. “Eu curto bastante cada ambiente do apartamento”, declara.
RETRATO | Leo Marçal está na sala de estar, na qual convivem em harmonia o antigo e o novo. Rodateto e piso de taco de peroba-do-campo originais do prédio. Estante de linhas retas desenhada pelo escritório Intorno Arquitetura e executada com lâmina natural de jequitibá-rosa. Atrás da clássica poltrona Tetê, de Sergio Rodrigues, herança de família, está a contemporânea obra O Interior do Mundo Invisível, de Beto Gatti
Diego Baptista/Divulgação
Eclético, Leo alinhavou toda a decoração com arte, a exemplo de trabalhos de René Machado e Bruno Schmidt. A contemporânea obra de Beto Gatti, acima da clássica poltrona Tetê, de Sergio Rodrigues, constrói uma mistura de estilos, ao lado da estante com as coloridas cerâmicas de Willy Reuter.
QUARTO | Acima do painel de lâmina jequitibá-rosa, destaca-se a obra de Bruno Schmidt. No nicho, o objeto foi presente de uma amiga de longa data
Diego Baptista/Divulgação
“Podem ter estilos diferentes, mas se harmonizam. Isso tem tudo a ver comigo”, afirma. E ainda há espaço para mais. “Há paredes em branco justamente porque, antes de adquirir uma obra, gosto de ficar namorando, pensando o lugar que ocupará, para ser um namoro consolidado”, brinca Leo.

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