‘Quem te viu, quem te vê’: Fernanda Marques relembra projetos que definiram sua carreira

Fernanda Marques reencontra na própria trajetória uma espécie de cartografia afetiva do design e da arquitetura contemporâneos. No último episódio da série Quem te viu, quem te vê, a arquiteta revisita projetos publicados pela Casa Vogue ao longo de diferentes momentos de sua carreira e revela como cada etapa foi moldando uma linguagem que hoje se reconhece pela precisão estética, pela integração entre arte e espaço e pela atenção radical ao detalhe.
Em suas casas e interiores, a luz natural é tratada como matéria-prima. Fernanda conduz essa luminosidade de maneira quase coreográfica, permitindo que ela marque ritmos, suavize volumes e revele texturas. O uso de vidro, madeira e pedra aparece de modo equilibrado, criando continuidade entre interior e exterior sem recorrer a soluções previsíveis. A natureza entra como elemento ativo, nunca como pano de fundo. “O desenho só se completa quando o espaço respira com quem o vive”, afirma.
QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ: A SÉRIE
Fernanda Marques relembra projetos que definiram sua carreira
QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ: A SÉRIE
Sua relação com a arte também se tornou assinatura. Não se trata de mero adorno, mas de um diálogo que interfere no espaço, reorganiza perspectivas e amplia a experiência sensorial das residências que projeta. Em muitos de seus trabalhos, obras de grande escala e linguagens distintas convivem com a arquitetura de forma orgânica, reforçando a vocação dos ambientes para a contemplação e o convívio.
Revisitar projetos ao longo de décadas evidencia a coerência de uma autora que evolui sem renegar sua essência. O olhar de Fernanda sobre o próprio percurso é calmo e meticuloso. Ela reconhece que seu trabalho muda com o tempo, mas identifica uma linha contínua em tudo o que produziu: a busca por um equilíbrio dinâmico entre conforto, tecnologia e expressão estética. “Alguns gestos permanecem, mas o modo como nos relacionamos com o espaço se transforma. Eu aprendo muito observando essas mudanças.”
Ao rever diversos trabalhos, Fernanda revela um pensamento arquitetônico que não se acomoda, sempre atento ao entorno, às artes e ao modo de viver contemporâneo. “Gosto da ideia de que a arquitetura acompanha o tempo das pessoas. É assim que me reconheço nesses projetos antigos: não como versões distantes de mim, mas como etapas de um processo que segue aberto.”
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