‘Quem te viu, quem te vê’: Patricia Anastassiadis analisa momentos-chave de sua carreira

Ao revisitar décadas de criação, Patricia Anastassiadis refaz um caminho marcado por viagens, intuições e encontros que moldaram uma das linguagens mais reconhecíveis da arquitetura brasileira contemporânea. No episódio dedicado a ela na série Quem te viu, quem te vê, a arquiteta abre um arquivo afetivo e profissional que revela uma obra em constante expansão — e uma autora que nunca perde o fascínio pela descoberta.
Diante das páginas da Casa Vogue, Patricia se surpreende com o que permanece e com o que mudou. “É curioso olhar para trás e perceber que algumas escolhas que eu fiz intuitivamente acabaram se tornando estruturais no meu trabalho”, diz. Essa percepção, quase íntima, costura os diferentes momentos revisitados no episódio, do restaurante Companhia Asiática (1998) aos projetos internacionais de hotelaria e às obras residenciais mais recentes.
Ao falar sobre sua atuação na hospitalidade, Patricia revela a origem de uma sensibilidade que atravessa toda a sua produção: “Sempre pensei nos espaços a partir da experiência. Antes do desenho, me pergunto o que aquela pessoa vai sentir ao entrar ali. Trabalhar com hotelaria é educar o hóspede”. Essa abordagem se evidencia tanto no Hilton Rio de Janeiro quanto no Jumby Bay Island, apresentado pela Casa Vogue em 2020, onde a luz natural, os materiais e as proporções constroem ambientes silenciosamente luxuosos.
Patricia Anastassiadis analisa momentos-chave de sua carreira
No trecho em que revisita o edifício Reserva Alto de Pinheiros e o apartamento assinado por ela no mesmo prédio, em 2023, Patricia reflete sobre a maturidade de sua linguagem. “Hoje, busco uma arquitetura que envelheça bem. A beleza do agora só me interessa se ela souber dialogar com o tempo”, afirma. É uma frase que sintetiza sua busca por naturalidade, escala humana e uma elegância que nunca se impõe.
O episódio revela, sobretudo, o modo como Patricia enxerga o próprio percurso: com serenidade, curiosidade e um senso de responsabilidade que só cresce. Ela observa cada projeto com a distância confortável de quem já percorreu muitas etapas, mas com o mesmo brilho no olhar de quando começou. “Eu continuo aprendendo. E é isso que me move”, diz. Uma oportunidade rara de acompanhar, pelas palavras da própria arquiteta, a construção de uma trajetória que influenciou gerações — e que segue se desdobrando com leveza, precisão e profundo senso de beleza.
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