Quem te viu, quem te vê: Sig Bergamin e Murilo Lomas comentam projetos publicados em 50 anos de Casa Vogue

Poucos nomes traduzem com tanta naturalidade o espírito brasileiro na decoração quanto Sig Bergamin. Desde que apareceu nas páginas da Casa Vogue pela primeira vez, no início dos anos 1980, o arquiteto e decorador consolidou uma assinatura exuberante e livre, em que o excesso se transforma em harmonia e a mistura é sempre sinônimo de refinamento. Entre móveis de época, tecidos raros, obras de arte e peças vindas dos quatro cantos do mundo, ele construiu uma estética singular — tropical, sofisticada, generosa.
Na série Quem te viu, quem te vê, Sig e Murilo Lomas, seu companheiro e também criador de interiores, revisitam alguns dos projetos que marcaram essa trajetória — e, de certa forma, acompanharam a própria evolução do morar brasileiro. Do apartamento paulistano dos anos 30 que foi capa em 1982 ao refúgio azul que se tornou ícone no fim da década de 1990; das casas de campo e de praia à sofisticação cosmopolita de Paris; cada projeto reflete uma camada diferente da personalidade de Sig, mas todos partem do mesmo gesto: acolher o belo em todas as suas formas.
Sig Bergamin e Murilo Lomas comentam projetos publicados em 50 anos de Casa Vogue
Se nos anos 1990 Sig ajudava a redefinir o conceito de luxo — agora mais afetivo, espontâneo e despretensioso —, nos 2000 e 2010 ele passou a dialogar com novas gerações, sem abrir mão daquilo que o torna inconfundível: o olhar curatorial e a ousadia cromática. Em parceria com Murilo, essa identidade ganhou novos contornos: mais enxuta, mais contemporânea, mas ainda cheia de humor e vida. Murilo, que traz um senso agudo de composição e ritmo visual, soma à narrativa de Sig uma precisão que atualiza o estilo sem domesticá-lo.
Juntos, eles representam uma rara continuidade estética — o testemunho de que a decoração pode evoluir sem perder sua alma. No episódio, a dupla reflete sobre o prazer de decorar, o impacto das referências culturais e o papel da casa como extensão do afeto. “Nada aqui é por acaso, mas tudo é livre”, resume Sig, entre risos, cercado de cores, tecidos e histórias que resistem ao tempo.
Capa da Casa Vogue de junho de 1999 apresentou o lar paulistano de Sig Bergamin
Thais Araujo/Reprodução
Ao revisitarem cinco décadas de publicações na Casa Vogue, Sig Bergamin e Murilo Lomas revelam algo maior que o traço ou o estilo: mostram a potência de uma vida vivida entre arte, memória e imaginação — e reafirmam que, quando o assunto é morar, beleza nunca é demais.
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