Reforma deixa apartamento paulistano com alma carioca e design afetivo

Projeto do imóvel de 230 m², no bairro do Itaim Bibi, propõe espaços integrados, home office no quarto do casal e decoração com móveis assinados e obras de arte Mais do que abrigar uma família, alguns imóveis contam histórias de pertencimento. É o caso deste apartamento de 230 m² na capital paulista, reinventado para traduzir memórias, afetos e novos começos. Os moradores — um casal com dois filhos —, que moravam de aluguel, decidiram comprá-lo após se encantarem, particularmente, com a atmosfera de casa com quintal, proporcionada por sua localização no primeiro andar e pela vista privilegiada para a copa das árvores.

Como estavam começando uma nova fase da vida em São Paulo, longe de suas cidades de origem — ela, de Mato Grosso; ele, do Rio de Janeiro —, era importante que o projeto traduzisse a sensação de acolhimento.
AMBIENTES INTEGRADOS | Integrado à sala de jantar, o estar ganhou sofás da loja Empório Casa, com almofadas da Linho 1 e Olho Móveis, que também forneceu o abajur. O quadro à esquerda é da artista Duda Moraes
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
“O resultado foi um apartamento com pitada de alma carioca. Descontraído, iluminado, com elegância natural e um clima que convida a estar junto, respeitando o contexto urbano paulistano, mas imprimindo a identidade afetiva da família”, diz a arquiteta Carolina Gouvêa (@carolinagouveaarquitetura), autora do projeto.
Segundo ela, desde a primeira visita, o casal foi muito claro sobre o que desejava: uma estante generosa na sala, uma copa acolhedora e um home office integrado ao quarto principal.
SALA DE JANTAR | O ambiente é composto por mesa de jantar Dinn, de Jader Almeida, na Arquivo Contemporâneo, e cadeiras Clava, da marca ,ovo, no Empório Casa. Ao fundo, painel e bufê desenhados pela arquiteta e executados com peroba-do-campo pela Cap Carioca Marcenaria, com tampo de mármore travertino fornecido pela Gênio do Mármore. Par de quadros assinados pelo artista Will Sampaio. O piso original do apartamento em tábuas corridas de madeira foi restaurado
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
A transformação da planta foi decisiva para atender as demandas de convivência e privacidade. Assim, ambientes antes compartimentados deram lugar a cômodos integrados e iluminados.
Por exemplo, a antiga galeria e a varanda anexada à sala de jantar foram incorporadas à área social, ampliando a metragem útil e criando uma atmosfera convidativa.
VARANDA | A mesa de jantar Duomo, de Jader Almeida, na Arquivo Contemporâneo, fica na varanda com as cadeiras adquiridas na mesma loja. Cortina de cambraia de linho, com trilhos, produzida pela Alba Barbosa. À frente, esculturas de parede prateadas de Rizza Bomfim
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
“Queríamos um apartamento que recebesse bem os amigos e os familiares que viriam do Rio de Janeiro e de Campo Grande, mas sem o excesso de modernidade fria. A proposta era encontrar um equilíbrio entre funcionalidade e aconchego”, afirma Carolina.
COZINHA | Neste ambientes, destaca-se a marcenaria executada com melamina verde pastel pela Cap Rio Marcenaria. Bancada de quartzo branco da Gênio do Mármore. Paredes revestidas de cerâmica da linha Metro White, da Eliane. Piso de porcelanato Superquadra Concreto, da Portobello. Fogão de embutir da Brastemp. Misturador de bancada da Tramontina
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
No aposento social, a estante ripada desenhada pelo escritório camufla os splits do ar-condicionado e abriga objetos com significado, enquanto o painel de laca branca com bites verticais esconde portas de acesso a diferentes dependências.
“Cada solução foi pensada para organizar a rotina sem abdicar da estética, com fluidez e unidade visual”, fala a arquiteta.
COPA | O escritório desenhou a estante com cristaleira e a mesa de jantar, executadas com peroba-do-campo pela Cap Rio Marcenaria. Cadeiras Uma, da Oppa. Cortina romana de cambraia de linho, da Alba Barbosa
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
Para manter a identidade afetiva, o projeto de interiores aproveitou móveis, objetos de decoração e obras de arte da antiga morada do casal. Dessa forma, peças icônicas, como a poltrona Eames Lounge, encontraram nova posição no layout ampliado.
“Isso reforça a ideia de que a arquitetura de interiores não precisa, nem deve, apagar histórias anteriores, mas sim reinterpretá-las em novos cenários”, defende a profissional.
SUÍTE | O painel de parede em marcenaria com bites e acabamento em laca branca fosca, produzido pela Cap Carioca Marcenaria, é o pano de fundo para a cabeceira estofada de couro, com mão de obra da Alba Barbosa. Mesa de cabeceira desenhada pela arquiteta e executada com peroba-do-campo pela mesma marcenaria. Roupa de cama da Linho 1. Luminária de parede Let It Be, de Fernando Prado, na Lumini. Composição de cinco quadros da LS Selection. Tapete quadriculado da Isfahan
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
A paleta de cores aposta na atemporalidade: paredes e teto brancos, piso de madeira natural e marcenarias que misturam laca fosca e madeira peroba-do-campo. O contraste entre o neutro e as obras de arte vibrantes cria pontos de interesse e valoriza a curadoria afetiva dos moradores.
HOME OFFICE | A porta deslizante no estilo shutter, executada pela Cap Carioca Marcenaria, dá privacidade ao escritório que fica na suíte do casal. O rack de peroba-do-campo, desenhado pela arquiteta e executado pela Cap Carioca Marcenaria, tem portas de palhinha, que trazem textura e brasilidade ao ambiente
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
A suíte máster ganhou dois closets independentes e um escritório reservado — portas de correr do tipo shutter permitem isolar o espaço de trabalho, garantindo silêncio e privacidade.
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“Esse home office foi um pedido especial, já que o casal precisava de um ambiente funcional para o dia a dia, mas que não pesasse no visual do quarto”, destaca a arquiteta, que desenhou o móvel da TV com portas em palhinha natural, adicionando textura e brasilidade ao dormitório.
BANHEIRO | Para quebrar o branco total, os armários foram executados com peroba-do-campo pela Cap Carioca Marcenaria, responsável pelo armário superior de espelho. Bancada de pedra sintética, no padrão calacata levigado, fornecida pela Gênio do Mármore. Misturadores de bancada da linha Izy, da Deca
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
Para Carolina, o maior desafio foi equilibrar todas as funções em uma planta enxuta sem sobrecarregar o apê. “Era preciso otimizar os espaços, atender às muitas demandas da família e, ao mesmo tempo, preservar a leveza e a harmonia. O projeto é sobre funcionalidade com emoção, estética sem ostentação e arquitetura que respeita a história e o jeito de viver de quem habita.”

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