Reforma transforma apartamento dúplex em bosque particular com plantas e madeira

A reforma do apartamento dúplex no bairro Lourdes, em Belo Horizonte, MG, tomou partido de sua localização. As grandes árvores vindas da rua de acesso principal ao edifício entram pelas janelas da área social e criam a sensação de um refúgio urbano com alma de casa. Entre texturas naturais, tons claros e volumes bem resolvidos, o projeto traduz o desejo dos moradores por um lar sofisticado e acolhedor, onde cada ambiente convida à permanência.
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“Queríamos que a luz e a natureza se tornassem protagonistas do projeto, trazendo vida e serenidade ao cotidiano da família”, conta a arquiteta Joana Hardy, do escritório Joana Hardy Estúdio (@joanahardyestudio), que assina a reforma ao lado do arquiteto Antônio Valladares (@antoniovalladares).
SALA DE TV | Destaque no ambiente, a estante foi executada com lâmina natural de carvalho americano, com nichos de MDF com acabamento de microtextura na cor terracota e portas com acabamento de palha natural. As divisões verticais são em latão fosco. Sofá Custon, com chaise, da loja São Romão. Acima, obra de arte assinada por Fernando Lucchesi
Jomar Bragança/Divulgação
Com 490 m² distribuídos em dois pavimentos, o apê foi redesenhado para uma família com três filhos e um cachorro. Eles buscavam um lar com atmosfera leve, fluida e integrada.
ESCADA | Um dos destaques do projeto, a escada helicoidal conta com degraus em madeira peroba, guarda-corpo em chapa calandrada com pintura automotiva off-white e suporte de corrimão em barra redonda com acabamento em pintura preta fosca. As paredes ao redor foram revestidas com painéis de madeira natural carvalho americano
Jomar Bragança/Divulgação
As intervenções estruturais foram pontuais, como a demolição da antiga escada, substituída por uma peça helicoidal feita com chapa metálica calandrada e degraus de madeira maciça, que hoje se impõe como uma escultura.
“A escada foi um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, o grande destaque da reforma. Ela conecta os dois pavimentos e define o caráter contemporâneo do projeto”, afirma Joana. O volume helicoidal é envolvido por painéis de carvalho americano natural, que reforçam a sensação de continuidade e aquecem visualmente o ambiente.
SALA DE JANTAR | Localizado no primeiro andar, o dúplex tem janelas que se abrem para as copas das árvores da rua, o que cria a sensação de um bosque particular diante da sala de jantar. Mesa Fass, da Neobox, com acabamento em madeira e tampo em pedra quartzito. Cadeira Cláudia, de Aristeu Pires. Pendentes feitos sob medida pelo o Atêlie de Cerâmica. Obras de arte da artista Luiza Gottschalk, na galeria Orlando Lemos
Jomar Bragança/Divulgação
Outro ponto importante foi a integração da cozinha à sala de jantar e de estar, criando um grande cômodo social banhado pela luz natural que entra pelas janelas voltadas para a copa das árvores.
COZINHA | Espaçosa, a cozinha tem bancada de trabalho e ilha feitas de Corian Rice Paper, fornecido pela Ornare, responsável também pelos armários planejados. Parede revestida de cerâmica Zellige, na cor Branco Lua, da Antigua
Jomar Bragança/Divulgação
LAVANDERIA | Bancada de quartzo Stone Branco Polar, com armários baixos em microtextura, cor Slate, executados pela Ornare. Seguindo a materialidade da cozinha, a parede sobre a bancada recebeu cerâmica Zellige, da Antigua
Jomar Bragança/Divulgação
O piso de mármore branco, preservado da construção original, foi mantido como elemento de identidade e diálogo com o edifício, um exemplar icônico da arquitetura predial de Belo Horizonte. “Os moradores queriam uma casa nova, mas sem apagar a história que já existia ali”, comenta a arquiteta.
VARANDA | Sofá azul em L modelo Oslo, da Tidelli, que também forneceu a mesa de centro de mesmo nome, com acabamento em granito Perla Santana e madeira natural, além do banco de concreto. Par de poltronas Biguá, de Carlos Motta. Tapete da Botteh. Na jardineira, lírios-da-paz emolduram o ambiente com frescor. Paisagismo assinado por Thiers Matos
Jomar Bragança/Divulgação
A paleta de cores é composta por tons claros e neutros, vindos de materiais naturais, como o carvalho americano, a pedra-sabão e o mármore travertino romano. O branco off-white nas paredes amplia a luminosidade e destaca os volumes arquitetônicos.
“Buscamos equilíbrio entre o natural e o sofisticado, com texturas que se complementam e mantêm o olhar em descanso”, observa Joana. Pinceladas coloridas surgem pontualmente, como os nichos da estante na sala de TV, cujo fundo tem acabamento terracota, o que traz profundidade e toque de personalidade.
VARANDA | O móvel ripado de madeira natural carvalho americano, com nicho central de pedra-sabão, destaca-se no ambiente e ainda serve de ponto de armazenamento
Jomar Bragança/Divulgação
A área externa, revestida com pedra-sabão, abriga um jardim e uma pequena piscina, estabelecendo um diálogo direto com a entrada do prédio e reforçando o vínculo entre o interior e o entorno.
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No mobiliário, a curadoria valoriza o design brasileiro e a atemporalidade. Duas poltronas Mole e o aparador Bianca, ambos de Sergio Rodrigues, logo no hall de entrada, reforçam a elegância despretensiosa do projeto.
QUARTO DO BEBÊ | O papel de parede, modelo Canto da Floresta, da Branco.casa, traz alegria ao ambiente, que tem móveis de madeira jequitibá, como o berço Circus e a cômoda Vovó, adquiridos na loja IN8 Home. Sofá-cama revestido de linho da loja Villa Maria. Luminária de piso Guará.co, da Bertollucci
Jomar Bragança/Divulgação
As obras de arte, em sua maioria de artistas mineiros, completam o conjunto — entre elas, telas de Fernando Lucchesi na sala de TV e obras de Luiza Gottschalk na sala de jantar, adquiridas em parceria com o galerista Orlando Lemos.
BANHEIRO CASAL | O mármore travertino romano foi aplicado na bancada com cuba dupla e na meia parede. Acima, a outra parte da parede recebeu textura marmorato efeito cimento queimado cinza-claro. Obra de arte e cortina romana da Hunter Douglas, fornecidas por Ana Luiza Decorações
Jomar Bragança/Divulgação
“Cada decisão foi tomada pensando na harmonia entre luz, material e proporção, para compor um espaço que fosse ao mesmo tempo elegante, natural e atemporal”, conclui Joana.

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