Os projetos, de profissionais e equipes lideradas por pessoas negras, propuseram a criação de um ambiente urbano integrado na região da Pequena África no Rio de Janeiro Os projetos vencedores do Concurso BNDES Pequena África foram anunciados em 25 de junho na sede do Banco Público, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Além dos três vencedores, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também fez menções honrosas a outros dez trabalhos.
Leia mais
O edital foi lançado em 21 de março de 2025, quando foi celebrado o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Os projetos foram selecionados para implementar intervenções urbanísticas na área conhecida como Pequena África, localizada na região central do Rio de Janeiro. Além de assinar as intervenções, os escolhidos dividiram o prêmio de R$ 130 mil.
Cais do Valongo é um patrimônio arqueológico do Rio de Janeiro reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco
Iphan/Oscar Liberal/Divulgação
A concorrência determinava que as propostas deveriam contribuir para a criação de um ambiente urbano integrado e funcional, como forma de criar uma espécie de museu ao ar livre nessa região, que é símbolo da herança afro-brasileira e de grande importância cultural. O intuito era selecionar proposições de profissionais ou de equipes comandas por pessoas negras.
Não é a primeira vez que uma iniciativa busca protagonismo de afrodescendentes em intervenções arquitetônicas e urbanísticas na Pequena África. Em julho de 2024, foi lançado um concurso promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro e pelo departamento fluminense do Instituto dos Arquitetos do Brasil, para escolher um responsável pelo futuro Centro Cultural Rio-África.
Projeto vencedor que idealiza o futuro Centro Cultural Rio-África. Projeto assinado pelo arquiteto Marcus Vinicius Damon Martins de Souza Rodrigues, do Estúdio Modulo de Arquitetura e Urbanismo
IAB-RJ/concursorioafrica.org/Reprodução
O projeto vencedor é assinado pelo arquiteto Marcus Vinicius Damon Martins de Souza Rodrigues, do Estúdio Modulo de Arquitetura e Urbanismo, de São Paulo (SP).
Vencedores do Concurso BNDES Pequena África
Em primeiro lugar, ficou o projeto Pequena África: Memória Continental, liderado pela arquiteta estadunidense Sara Zewde, que recebeu o prêmio de R$ 78 mil.
Projeto “Pequena África: Memória Continental” foi liderado pela arquiteta estadunidense Sara Zewde
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
O projeto Pequena África: Território Akpalô, dos arquitetos brasilienses Carlos Henrique Magalhães de Lima e Júlia Huff Theodoro, foi o 2º colocado, com prêmio de R$ 39 mil.
Autores e imagens do projeto “Pequena África: território Akpalô”, segundo colocado no concurso
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
Por fim, o projeto Sankofa e a Trama da Pequena África, foi o terceiro colocado. Desenvolvido pelo arquiteto Clovis Nascimento Junior e o escritório Patrícia Akinaga Arquitetura Paisagística – Desenho Urbano e Planejamento, recebeu o prêmio de R$ 13 mil.
Projeto “Sankofa e a Trama da Pequena África”, desenvolvido pelo arquiteto Clovis Nascimento Junior e o escritório Patrícia Akinaga Arquitetura Paisagística, Desenho Urbano e Planejamento
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
Os projetos foram avaliados por um júri composto por representantes da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) e do Comitê Gestor do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, que reúne representantes da sociedade civil e de governos.
Todos os vencedores passaram por banca de heteroidentificação. Os resumos de cada proposta e as fichas técnicas dos projetos podem ser acessados no site oficial do concurso.
A Pequena África
Localizada na zona portuária, a área engloba os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, a Pequena África é reconhecida por sua ligação com a cultura negra, o samba e a resistência. O seu nome foi dado pelo sambista Heitor dos Prazeres para descrever esse território, que abriga marcos como a Pedra do Sal, o Cemitério dos Pretos Novos, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) e o Cais do Valongo.
Cemitério dos Pretos Novos também conhecido como Memorial dos Pretos Novos, localizado na região da Pequena África
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Dentre esses espaços, o Cais do Valongo é um dos destaques da região. Sítio arqueológico reconhecido, em 2017, como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o local foi um dos principais pontos de desembarque de escravizados durante 40 anos de funcionamento.
Construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro, o Cais foi redescoberto em 2011, durante as obras de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, conhecidas como Porto Maravilha. Escavações revelaram os vestígios do Cais, que havia sido aterrado e esquecido por décadas.
Leia mais
“O fortalecimento da Pequena África faz parte de uma estratégia de desenvolvimento urbano e cultural, que reconhece a importância histórica e simbólica dessa região na formação do Rio de Janeiro e do Brasil”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, à Agência Brasil.
Leia mais
O edital foi lançado em 21 de março de 2025, quando foi celebrado o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Os projetos foram selecionados para implementar intervenções urbanísticas na área conhecida como Pequena África, localizada na região central do Rio de Janeiro. Além de assinar as intervenções, os escolhidos dividiram o prêmio de R$ 130 mil.
Cais do Valongo é um patrimônio arqueológico do Rio de Janeiro reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco
Iphan/Oscar Liberal/Divulgação
A concorrência determinava que as propostas deveriam contribuir para a criação de um ambiente urbano integrado e funcional, como forma de criar uma espécie de museu ao ar livre nessa região, que é símbolo da herança afro-brasileira e de grande importância cultural. O intuito era selecionar proposições de profissionais ou de equipes comandas por pessoas negras.
Não é a primeira vez que uma iniciativa busca protagonismo de afrodescendentes em intervenções arquitetônicas e urbanísticas na Pequena África. Em julho de 2024, foi lançado um concurso promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro e pelo departamento fluminense do Instituto dos Arquitetos do Brasil, para escolher um responsável pelo futuro Centro Cultural Rio-África.
Projeto vencedor que idealiza o futuro Centro Cultural Rio-África. Projeto assinado pelo arquiteto Marcus Vinicius Damon Martins de Souza Rodrigues, do Estúdio Modulo de Arquitetura e Urbanismo
IAB-RJ/concursorioafrica.org/Reprodução
O projeto vencedor é assinado pelo arquiteto Marcus Vinicius Damon Martins de Souza Rodrigues, do Estúdio Modulo de Arquitetura e Urbanismo, de São Paulo (SP).
Vencedores do Concurso BNDES Pequena África
Em primeiro lugar, ficou o projeto Pequena África: Memória Continental, liderado pela arquiteta estadunidense Sara Zewde, que recebeu o prêmio de R$ 78 mil.
Projeto “Pequena África: Memória Continental” foi liderado pela arquiteta estadunidense Sara Zewde
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
O projeto Pequena África: Território Akpalô, dos arquitetos brasilienses Carlos Henrique Magalhães de Lima e Júlia Huff Theodoro, foi o 2º colocado, com prêmio de R$ 39 mil.
Autores e imagens do projeto “Pequena África: território Akpalô”, segundo colocado no concurso
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
Por fim, o projeto Sankofa e a Trama da Pequena África, foi o terceiro colocado. Desenvolvido pelo arquiteto Clovis Nascimento Junior e o escritório Patrícia Akinaga Arquitetura Paisagística – Desenho Urbano e Planejamento, recebeu o prêmio de R$ 13 mil.
Projeto “Sankofa e a Trama da Pequena África”, desenvolvido pelo arquiteto Clovis Nascimento Junior e o escritório Patrícia Akinaga Arquitetura Paisagística, Desenho Urbano e Planejamento
BNDES/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
Os projetos foram avaliados por um júri composto por representantes da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) e do Comitê Gestor do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, que reúne representantes da sociedade civil e de governos.
Todos os vencedores passaram por banca de heteroidentificação. Os resumos de cada proposta e as fichas técnicas dos projetos podem ser acessados no site oficial do concurso.
A Pequena África
Localizada na zona portuária, a área engloba os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, a Pequena África é reconhecida por sua ligação com a cultura negra, o samba e a resistência. O seu nome foi dado pelo sambista Heitor dos Prazeres para descrever esse território, que abriga marcos como a Pedra do Sal, o Cemitério dos Pretos Novos, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) e o Cais do Valongo.
Cemitério dos Pretos Novos também conhecido como Memorial dos Pretos Novos, localizado na região da Pequena África
Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
Dentre esses espaços, o Cais do Valongo é um dos destaques da região. Sítio arqueológico reconhecido, em 2017, como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o local foi um dos principais pontos de desembarque de escravizados durante 40 anos de funcionamento.
Construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro, o Cais foi redescoberto em 2011, durante as obras de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, conhecidas como Porto Maravilha. Escavações revelaram os vestígios do Cais, que havia sido aterrado e esquecido por décadas.
Leia mais
“O fortalecimento da Pequena África faz parte de uma estratégia de desenvolvimento urbano e cultural, que reconhece a importância histórica e simbólica dessa região na formação do Rio de Janeiro e do Brasil”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, à Agência Brasil.