A escolha da telha ideal para uma casa vai muito além da estética: ela deve considerar o clima da região, o orçamento disponível e as características estruturais da construção. Esses fatores influenciam diretamente na durabilidade, no conforto térmico e na eficiência da cobertura.
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“Considerar a região é importante, porque nos lugares mais frios, optar pelas telhas cerâmicas vai ajudar no isolamento térmico. Também devemos considerar o orçamento, como custo inicial e manutenção ao longo dos anos, e a estrutura da obra, se suportará telhas pesadas”, fala a arquiteta Pati Cillo.
Casa construída com estrutura de Madeira Lamelada Colada (MLC), com laje seca tipo masterboard, que cobertura de telhas termoacústicas de metal. Projeto do escritório Cornetta Arquitetura
Manuel Sá/Divulgação
Segundo a engenheira civil Adriana Tozzi, coordenadora do curso de engenharia civil EAD do Centro Universitário Internacional Uninter, o impacto de uma escolha errada pode ser bastante significativo, acarretando desconforto térmico, excesso de ruídos, infiltrações e, em alguns casos, até desvalorizar o imóvel.
“Por exemplo, em regiões muito quentes, uma telha metálica simples pode deixar a casa insuportável sem forro ou isolamento. Por isso, a telha não deve ser vista apenas como acabamento, mas como parte essencial da qualidade de vida dentro da casa”, afirma.
A cobertura da casa é composta por um telhado mais tradicional com estrutura de madeira, telha de cerâmica e forro de bambu nos beirais. Projeto do escritório Pitta Arquitetura, com paisagismo assinado por Plantare Paisagismo
André Mortatti/Divulgação
Além disso, é preciso avaliar a durabilidade do material e a manutenção necessária. “Algumas telhas são baratas na compra, mas podem gerar gastos futuros com isolamento ou substituição precoce. Outras custam mais no início, mas garantem décadas de uso sem grandes preocupações”, diz a especialista.
Por isso, ao construir, o indicado é sempre buscar a ajuda de profissionais da área para fazer a escolha certa. “As pessoas constroem pensando na vida futura, nos momentos que querem ter naquele lar, não adianta construir a casa e depois de cinco anos não aguentar mais ficar nela. Tem que pensar bem não apenas a curto prazo, mas a longo prazo, para o sonho não virar pesadelo”, comenta a engenheira.
Confira a seguir alguns dos principais tipos de telhas do mercado e suas vantagens e desvantagens.
Telha de ardósia
Na construção foram levados em conta materiais que colaboram com sustentabilidade, como telha de ardósia, por sua durabilidade, com baixa manutenção, e por ser um isolante térmico e acústico, o que contribui para o conforto da casa e para a economia de energia com climatização. Projeto da arquiteta Vanessa Féres
Edu Castello/Divulgação
Apesar de ser pouco usada no Brasil, esse tipo de telha traz um visual marcante para a construção por conta de sua cor escura. Por ser uma rocha natural, é bastante durável e exige pouca manutenção. Também fornece bom isolamento acústico, mas as peças são pesadas e demandam estrutura robusta para suportar o peso, além de mão de obra especializada.
Telha de cerâmica
A estrutura da construção é feita de toras de madeira, com esquadrias de correr piso-teto, da ETEC Esquadrias, e telhas cerâmicas da Telha Colonial. Projeto do arquiteto David Bastos, do escritório DB Arquitetos
OKA Fotografia de Arquitetura/Divulgação
As telhas feitas de barro são as mais usadas no Brasil e fazem parte da história da arquitetura nacional. “Elas têm uma estética valorizada e são bem-vindas em residências de diversos estilos, principalmente as tradicionais e as rústicas”, aponta Pati. “São praticamente um clássico brasileiro. Têm longa durabilidade, proporcionam conforto térmico e possuem o charme tradicional. Só que a estrutura que segura este tipo de telha precisa ser mais robusta”, reforça Adriana.
Trelha de concreto
Telhas de concreto são conhecidas pela resistência e boa durabilidade. Com variedade de formatos e cores, esse tipo de cobertura costuma ser adotado em projetos que priorizam custo-benefício e proteção térmica
Jill Ferry Photography/GettyImages
A telhas deste material são resistentes e com boa durabilidade, possuindo variadas cores e formatos. “Elas possuem um visual elegante, mas têm a desvantagem de terem um peso maior, que vai exigir uma estrutura de telhado mais reforçada”, indica Pati. Por outro lado, oferecem ótimo conforto térmico e acústico, além de valorizar a estética da construção, segundo Adriana.
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Telha de fibrocimento
Os tijolinhos à vista são originais da construção, cujas telhas existentes foram trocadas pelo modelo modulado de fibrocimento, seguindo o padrão existente. Projeto do do escritório hgma arquitetos. Paisagismo assinado por Fernanda Pereira de Almeida
Christian Maldonado/Divulgação
São conhecidas por serem leves, fáceis de instalar e pelo baixo custo, por isso, são comuns em casas populares, galpões e coberturas de garagens. “A manutenção é descomplicada, mas as telhas de fibrocimento têm isolamento térmico e acústico baixo, aquecem muito e podem condensar umidade”, comenta Pati. “Eu já tive casa com edícula com telha de fibrocimento e é quente. E quando chove, é muito barulhenta”, recorda Adriana.
Telha de madeira
No projeto do arquiteto Daniel Fromer, a casa de hóspedes foi construída em alvenaria com pintura cal, lajota cerâmica de Trancoso, ladrilhos da Dalle Piagge, madeira peroba de demolição e telha de taubilha
Evelyn Müller/Divulgação
Também conhecida como taubilha, esta telha é feita de finas lâminas de madeira sobrepostas e demanda mão de obra especializada para instalação. São muito comuns em cabanas, chalés e construções tradicionais. “Elas criam um efeito rústico e aconchegante, mas precisam de manutenção frequente contra pragas e umidade”, destaca Adriana.
Telha metálica
A estética ‘destroyed’ se reflete aqui no forro de telha metálica e pintura eletrostática preta, além do guarda-corpo de chapas de ferro e pintura eletrostática preta, com execução da Jaude Serralheria. Projeto do arquiteto Ricardo Abreu
Renato Navarro/Divulgação
As telhas feitas de metal são leves, resistentes e apresentam instalação rápida. “São opções menos usadas em residências e mais usadas em indústrias, áreas comerciais ou casas modernas de estilo contemporâneo. Tem alta durabilidade e são recicláveis”, aponta Pati. “Elas exigem tratamento termoacústico. Sem esse recurso, de colocar um isopor embaixo, por exemplo, podem deixar a casa quente e ruidosa em dias de chuva”, alerta Adriana.
Telha de PVC e policarbonato
O teto revestido de palhinha com policarbonato é o destaque do estar externo. Projeto do arquiteto Conrado Ceravolo, com paisagismo do Studio da Paisagem
OKA Fotografia/Divulgação
São bem leves, translúcidas e simples de instalar. São comumente usadas em áreas externas, como garagens, varandas, estufas, coberturas temporárias e jardins de inverno, justamente por permitirem a entrada de luz natural. “Eu acho bem práticas, mas têm menor durabilidade”, fala Adriana. “Por terem pouco peso, não exigem uma estrutura de telhado muito densa”, diz Pati.
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Telha shingle
Telhas shingle são compostas por mantas asfálticas e se destacam pela praticidade na instalação. São comuns em projetos que buscam cobertura funcional, especialmente em regiões com variações climáticas
Pexels/Alex Moliski/Creative Commons
Pouco usadas no Brasil, as telhas shingle são mais comuns em países como Estados Unidos e Canadá. Leves e resistentes, são formadas por placas de manta alfástica e fibra de vidro. Costumam ser usadas em telhados inclinados, casas de estilo americano e chalés. “Elas trazem uma estética sofisticada e moderna, mas aqui no Brasil ainda têm custo mais elevado”, aponta Adriana.
Telha de vidro
Telhas de vidro permitem a entrada de luz natural nos ambientes, sendo utilizadas principalmente em áreas que buscam iluminação sem abrir mão da cobertura. Apesar do efeito estético, exigem atenção quanto ao isolamento térmico e à privacidade
Internet/Reprodução
Muito usadas em claraboias, possibilitam a entrada de luz natural e podem ser usadas em conjunto com outros tipos. “As telhas de vidro podem ser usadas em pontos específicos do telhado, não creio que seria prudente fazer um telhado todo de vidro, só se fosse um vidro diferenciado. Mas estas placas que são utilizadas nos projetos servem para favorecer a iluminação natural, porém é um material caro”, opina Adriana.
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“Considerar a região é importante, porque nos lugares mais frios, optar pelas telhas cerâmicas vai ajudar no isolamento térmico. Também devemos considerar o orçamento, como custo inicial e manutenção ao longo dos anos, e a estrutura da obra, se suportará telhas pesadas”, fala a arquiteta Pati Cillo.
Casa construída com estrutura de Madeira Lamelada Colada (MLC), com laje seca tipo masterboard, que cobertura de telhas termoacústicas de metal. Projeto do escritório Cornetta Arquitetura
Manuel Sá/Divulgação
Segundo a engenheira civil Adriana Tozzi, coordenadora do curso de engenharia civil EAD do Centro Universitário Internacional Uninter, o impacto de uma escolha errada pode ser bastante significativo, acarretando desconforto térmico, excesso de ruídos, infiltrações e, em alguns casos, até desvalorizar o imóvel.
“Por exemplo, em regiões muito quentes, uma telha metálica simples pode deixar a casa insuportável sem forro ou isolamento. Por isso, a telha não deve ser vista apenas como acabamento, mas como parte essencial da qualidade de vida dentro da casa”, afirma.
A cobertura da casa é composta por um telhado mais tradicional com estrutura de madeira, telha de cerâmica e forro de bambu nos beirais. Projeto do escritório Pitta Arquitetura, com paisagismo assinado por Plantare Paisagismo
André Mortatti/Divulgação
Além disso, é preciso avaliar a durabilidade do material e a manutenção necessária. “Algumas telhas são baratas na compra, mas podem gerar gastos futuros com isolamento ou substituição precoce. Outras custam mais no início, mas garantem décadas de uso sem grandes preocupações”, diz a especialista.
Por isso, ao construir, o indicado é sempre buscar a ajuda de profissionais da área para fazer a escolha certa. “As pessoas constroem pensando na vida futura, nos momentos que querem ter naquele lar, não adianta construir a casa e depois de cinco anos não aguentar mais ficar nela. Tem que pensar bem não apenas a curto prazo, mas a longo prazo, para o sonho não virar pesadelo”, comenta a engenheira.
Confira a seguir alguns dos principais tipos de telhas do mercado e suas vantagens e desvantagens.
Telha de ardósia
Na construção foram levados em conta materiais que colaboram com sustentabilidade, como telha de ardósia, por sua durabilidade, com baixa manutenção, e por ser um isolante térmico e acústico, o que contribui para o conforto da casa e para a economia de energia com climatização. Projeto da arquiteta Vanessa Féres
Edu Castello/Divulgação
Apesar de ser pouco usada no Brasil, esse tipo de telha traz um visual marcante para a construção por conta de sua cor escura. Por ser uma rocha natural, é bastante durável e exige pouca manutenção. Também fornece bom isolamento acústico, mas as peças são pesadas e demandam estrutura robusta para suportar o peso, além de mão de obra especializada.
Telha de cerâmica
A estrutura da construção é feita de toras de madeira, com esquadrias de correr piso-teto, da ETEC Esquadrias, e telhas cerâmicas da Telha Colonial. Projeto do arquiteto David Bastos, do escritório DB Arquitetos
OKA Fotografia de Arquitetura/Divulgação
As telhas feitas de barro são as mais usadas no Brasil e fazem parte da história da arquitetura nacional. “Elas têm uma estética valorizada e são bem-vindas em residências de diversos estilos, principalmente as tradicionais e as rústicas”, aponta Pati. “São praticamente um clássico brasileiro. Têm longa durabilidade, proporcionam conforto térmico e possuem o charme tradicional. Só que a estrutura que segura este tipo de telha precisa ser mais robusta”, reforça Adriana.
Trelha de concreto
Telhas de concreto são conhecidas pela resistência e boa durabilidade. Com variedade de formatos e cores, esse tipo de cobertura costuma ser adotado em projetos que priorizam custo-benefício e proteção térmica
Jill Ferry Photography/GettyImages
A telhas deste material são resistentes e com boa durabilidade, possuindo variadas cores e formatos. “Elas possuem um visual elegante, mas têm a desvantagem de terem um peso maior, que vai exigir uma estrutura de telhado mais reforçada”, indica Pati. Por outro lado, oferecem ótimo conforto térmico e acústico, além de valorizar a estética da construção, segundo Adriana.
Leia mais
Telha de fibrocimento
Os tijolinhos à vista são originais da construção, cujas telhas existentes foram trocadas pelo modelo modulado de fibrocimento, seguindo o padrão existente. Projeto do do escritório hgma arquitetos. Paisagismo assinado por Fernanda Pereira de Almeida
Christian Maldonado/Divulgação
São conhecidas por serem leves, fáceis de instalar e pelo baixo custo, por isso, são comuns em casas populares, galpões e coberturas de garagens. “A manutenção é descomplicada, mas as telhas de fibrocimento têm isolamento térmico e acústico baixo, aquecem muito e podem condensar umidade”, comenta Pati. “Eu já tive casa com edícula com telha de fibrocimento e é quente. E quando chove, é muito barulhenta”, recorda Adriana.
Telha de madeira
No projeto do arquiteto Daniel Fromer, a casa de hóspedes foi construída em alvenaria com pintura cal, lajota cerâmica de Trancoso, ladrilhos da Dalle Piagge, madeira peroba de demolição e telha de taubilha
Evelyn Müller/Divulgação
Também conhecida como taubilha, esta telha é feita de finas lâminas de madeira sobrepostas e demanda mão de obra especializada para instalação. São muito comuns em cabanas, chalés e construções tradicionais. “Elas criam um efeito rústico e aconchegante, mas precisam de manutenção frequente contra pragas e umidade”, destaca Adriana.
Telha metálica
A estética ‘destroyed’ se reflete aqui no forro de telha metálica e pintura eletrostática preta, além do guarda-corpo de chapas de ferro e pintura eletrostática preta, com execução da Jaude Serralheria. Projeto do arquiteto Ricardo Abreu
Renato Navarro/Divulgação
As telhas feitas de metal são leves, resistentes e apresentam instalação rápida. “São opções menos usadas em residências e mais usadas em indústrias, áreas comerciais ou casas modernas de estilo contemporâneo. Tem alta durabilidade e são recicláveis”, aponta Pati. “Elas exigem tratamento termoacústico. Sem esse recurso, de colocar um isopor embaixo, por exemplo, podem deixar a casa quente e ruidosa em dias de chuva”, alerta Adriana.
Telha de PVC e policarbonato
O teto revestido de palhinha com policarbonato é o destaque do estar externo. Projeto do arquiteto Conrado Ceravolo, com paisagismo do Studio da Paisagem
OKA Fotografia/Divulgação
São bem leves, translúcidas e simples de instalar. São comumente usadas em áreas externas, como garagens, varandas, estufas, coberturas temporárias e jardins de inverno, justamente por permitirem a entrada de luz natural. “Eu acho bem práticas, mas têm menor durabilidade”, fala Adriana. “Por terem pouco peso, não exigem uma estrutura de telhado muito densa”, diz Pati.
Leia mais
Telha shingle
Telhas shingle são compostas por mantas asfálticas e se destacam pela praticidade na instalação. São comuns em projetos que buscam cobertura funcional, especialmente em regiões com variações climáticas
Pexels/Alex Moliski/Creative Commons
Pouco usadas no Brasil, as telhas shingle são mais comuns em países como Estados Unidos e Canadá. Leves e resistentes, são formadas por placas de manta alfástica e fibra de vidro. Costumam ser usadas em telhados inclinados, casas de estilo americano e chalés. “Elas trazem uma estética sofisticada e moderna, mas aqui no Brasil ainda têm custo mais elevado”, aponta Adriana.
Telha de vidro
Telhas de vidro permitem a entrada de luz natural nos ambientes, sendo utilizadas principalmente em áreas que buscam iluminação sem abrir mão da cobertura. Apesar do efeito estético, exigem atenção quanto ao isolamento térmico e à privacidade
Internet/Reprodução
Muito usadas em claraboias, possibilitam a entrada de luz natural e podem ser usadas em conjunto com outros tipos. “As telhas de vidro podem ser usadas em pontos específicos do telhado, não creio que seria prudente fazer um telhado todo de vidro, só se fosse um vidro diferenciado. Mas estas placas que são utilizadas nos projetos servem para favorecer a iluminação natural, porém é um material caro”, opina Adriana.
