Vinha-virgem: conheça a planta trepadeira que muda de cor

A vinha-virgem, também conhecida como hera-virgem ou hera-americana, é uma trepadeira amplamente utilizada no paisagismo para revestir paredes, muros e fachadas. Durante o outono, sua folhagem verde adquire tons vibrantes, que vão do cobre ao vermelho intenso.
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O nome popular refere-se a duas espécies do mesmo gênero, Parthenocissus tricuspidata, nativa da Ásia, e Parthenocissus quinquefolia, da América. No geral, elas apresentam características e usos semelhantes.
“A Parthenocissus tricuspidata, popularmente conhecida como vinha-virgem-de-três-folhas, fixa-se com facilidade em paredes e muros graças a pequenas estruturas semelhantes a ventosas, que aderem diretamente às superfícies, formando uma cobertura bastante densa”, explica a paisagista Clariça Lima.
“Já a Parthenocissus quinquefolia precisa de algum tipo de suporte para se desenvolver, pois se apoia por meio de gavinhas que se enrolam onde encontram espaço. Sua folhagem tende a ser menos compacta em comparação à tricuspidata”, ela completa.
Características da vinha-virgem
A ‘Parthenocissus tricuspidata’, popularmente conhecida como vinha-virgem, pode ser facilmente conduzida em superfícies rugosas
Flickr/Ingemar Åkerlind/Creative Commons
Porte: trepadeira vigorosa, que pode atingir até 20 metros de altura ou mais quando bem conduzida.
Caule: fino, flexível e lenhoso com o tempo.
Folhas: caducas, compostas, com três lóbulos bem definidos (tricuspidata) ou cinco (quinquefolia), dependendo da espécie. No verão, são verdes intensas e, no outono, assumem tons de vermelho, laranja e roxo.
Flores: pequenas, discretas, esverdeadas, geralmente pouco vistosas.
Frutos: pequenas bagas azuladas ou arroxeadas, que amadurecem no fim do verão e são atrativas para pássaros.
Como cuidar da vinha-virgem
As folhas da vinha-virgem ficam mais vermelhas quando expostas ao sol pleno
Flickr/photoksenia/Creative Commons
Solo: bem drenado, e moderadamente fértil. Tolera compactação, salinidade e poluição.
Iluminação: pleno sol a meia-sombra; a coloração de outono é mais vibrante sob sol direto.
Temperatura: suporta ampla variação climática, desde frios rigorosos até climas úmidos e quentes.
Rega: regular, especialmente durante períodos secos ou nas fases iniciais do plantio. Quando bem estabelecida, tolera escassez de água.
Adubação: geralmente desnecessária, mas pode-se usar fertilizante equilibrado na primavera para estimular brotações vigorosas.
Poda: no fim do inverno ou após o outono, quando a planta entra em dormência e perde as folhas, facilitando a manutenção e o controle do crescimento.
Como fazer mudas de vinha-virgem?
As folhas da ‘Parthenocissus quinquefolia’ têm cinco lóbulos bem definidos
Flickr/Andreas Rockstein/Creative Commons
O método mais simples e eficaz de propagar a vinha-virgem é por estaquia do caule.
Durante a primavera ou o verão, corte ramos semi lenhosos com cerca de 10 a 15 centímetros de comprimento.
O caule deve conter pelo menos 2 a 3 nós, pontos de onde saem folhas e raízes.
Remova as folhas da parte inferior.
Insira a estaca em um substrato leve e úmido, como uma mistura de terra com areia ou vermiculita.
Mantenha as mudas em local sombreado e úmido. O enraizamento deve acontecer em algumas semanas.
Outra opção apresentada por Maria Cecilia Miotto, coordenadora do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI), é a alporquia, também conhecida como estaquia natural ou método de encosto.
“Esse tipo de propagação imita o que acontece na natureza. Um ramo ainda preso à planta-mãe é dobrado até o solo e parte dele é enterrada superficialmente, deixando a ponta exposta. O local enterrado costuma enraizar naturalmente após algumas semanas. Depois do enraizamento, o ramo pode ser cortado e transplantado como uma muda independente”, ela ensina.
Vinha-virgem em vasos
Em vasos menores, a vinha-virgem pode ser cultivada como bonsai
Flickr/Roger Ferrer/Creative Commons
Apesar de seu porte vigoroso, a vinha-virgem pode ser cultivada em vasos, desde que alguns cuidados sejam observados. “O recipiente precisa ser grande e profundo, com pelo menos 40 centímetros de profundidade, para acomodar o sistema radicular da planta e permitir seu crescimento saudável”, orienta Clariça.
É essencial garantir uma boa drenagem, optando por um recipiente com furos e adicionando uma camada de brita ou argila expandida no fundo.
O substrato deve ser fértil e leve, enriquecido com matéria orgânica para favorecer o desenvolvimento.
Em vasos, a frequência das regas deve ser maior do que no cultivo em solo, pois o substrato tende a secar mais rapidamente.
“Instale uma estrutura de suporte, como treliças, fios tensionados ou grades, para que as gavinhas da planta possam se fixar e crescer na vertical. Realize podas periódicas para controlar o crescimento da planta, mantendo seu formato estético e evitando que ela ultrapasse os limites do espaço ou invada outras áreas”, diz Maria.
Usos paisagísticos da vinha-virgem
A ‘Parthenocissus quinquefolia’ também pode ser utilizada para cobrir muros, desde que conduzida por treliças ou fios-guia
Flickr/Bernd Sontheimer/Creative Commons
A vinha-virgem é amplamente utilizada em projetos de paisagismo para revestir muros, paredes e fachadas, formando uma densa cobertura verde que muda de cor com as estações. Também pode ser utilizada para cobrir pergolados, treliças e cercas, oferecendo sombra, privacidade e proteção contra ventos.
Além de seu apelo estético, a vinha-virgem desempenha importantes funções ambientais. “Por seu crescimento rápido e vigoroso, pode ser utilizada na revegetação de taludes e encostas. Ela ajuda no controle da erosão, sendo útil em áreas degradadas ou com risco de deslizamento”, explica Maria.
Em espaços urbanos, pode ser utilizada para criar paredes verdes e promover a redução de temperatura, retenção de partículas de poeira e melhoria da qualidade do ar.
Como conduzir a vinha-virgem
A poda da vinha-virgem é fundamental para conter e controlar o crescimento vigoroso dessa trepadeira
Flickr/Associazione Vivaio/Creative Commons
Enquanto a Parthenocissus tricuspidata possui gavinhas curtas com discos adesivos, as gavinhas da Parthenocissus quinquefolia, em sua maioria, não apresentam discos tão desenvolvidos e requerem suporte. Ou seja, para conduzi-la em muros ou fachadas, é necessário instalar uma treliça ou fios-guia.
A condução da Parthenocissus tricuspidata é mais simples: basta fornecer uma superfície porosa, que facilite a aderência das gavinhas e favoreça o crescimento vertical.
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“Ao contrário de outras trepadeiras que exigem amarração ou tutores, essa espécie se prende sozinha ao suporte, desde que o material permita boa aderência. Ainda assim, é importante monitorar seu crescimento e direcionar os ramos nas fases iniciais, garantindo que a planta siga o caminho desejado e não invada estruturas indesejadas, como telhados ou calhas”, alerta Clariça.
Evite conduzir a vinha-virgem sobre paredes lisas ou superfícies pintadas, pois as gavinhas podem deixar marcas difíceis de remover. Caso seja necessário remover a planta de uma parede, a melhor estratégia é cortá-la na base e aguardar seu completo ressecamento. Assim, os discos adesivos se soltam mais facilmente, permitindo uma remoção com menor risco de danos à superfície.

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